Gol contra bizarro salvou o Corinthians. Time sofreu, não foi bem, mas ganhou do Deportivo Cali
Vítor Pereira apostou nos veteranos Paulinho, Renato Augusto e Jô. O time não teve intensidade. Não conseguiu se impor, mesmo em Itaquera. Mas um gol contra absurdo de Caldeira garantiu a vitória
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Pane mental.
Ou erro infantil no cálculo da cabeçada.
Não importa para o Corinthians o que aconteceu com o zagueiro Caldeira. A verdade é que o jogador do Deportivo Cali foi fundamental para que o time de Vítor Pereira não se complicasse de vez na Libertadores.
Ao tentar cabecear a bola para escanteio, depois de o goleiro De Amores espalmar chute de Fagner, o zagueiro marcou um golaço contra. Aos 22 minutos do segundo tempo.
O lance lembrou demais o gol que Oséas, quando jogava pelo Palmeiras, marcou também a favor do Corinthians. Em março de 1998.
A cabeçada de Caldeira garantiu a vitória importantíssima por 1 a 0, que igualou todo o grupo E. Corinthians, Deportivo Cali, Boca Juniors e Always Ready têm uma vitória. O empate em Itaquera seria terrível.
E o Corinthians tem muito o que agradecer a Caldeira. Porque outra vez não jogou bem. Pelo contrário. A equipe não teve intensidade, vibração. Outra vez o técnico português resolveu apostar em Paulinho e Renato Augusto no meio de campo. Fábio Santos na lateral-esquerda.
Além de Jô no ataque.
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O que facilitou a marcação organizada pelo treinador Dudamel, que montou seu time no 4-5-1.
Quem foi muito bem foi Fagner, que teve todo espaço para atacar. Ele e Mantuan fizeram várias triangulações. Dudamel demorou para tirar o lateral-esquerdo Mafla, fraquíssimo.
O plano tático montado pelos dois treinadores era previsível.
O Deportivo Cali agrupado, esperando contragolpes. E o Corinthians postado para tentar marcar a saída de bola e pressionar os colombianos na defesa. A postura estava correta. Só faltava intensidade, vibração do vivido time corintiano. Aí pesa contra o fator idade.
O Corinthians forçava, chutava muito de fora da área. E deixava brechas para contragolpes. Se não fosse a covardia tática de Dudamel, seu time tinha espaço para explorar. O time de Vítor Pereira tinha dificuldade na recomposição, não mostrava rapidez e organização ao perder a bola.
A grande e real chance do primeiro tempo foi dos colombianos. Depois de um escanteio, o zagueiro Burdisso deu uma linda cabeçada, que obrigou Cássio à defesa sensacional.
Sem criatividade, ajudando a marcação colombiana pela falta de rapidez na troca de bola, o que sobrava ao Corinthians eram chutes precipitados de fora da área. Dribles de Willian. Ou as triangulações de Fagner e Mantuan. Maycon rende mais como segundo volante do que como primeiro.
Na segunda etapa, Vítor Pereira preferiu não mudar seus jogadores. Mas exigiu que atuassem mais adiantados. Dudamel colaborou, ao recuar sua equipe em exagero.
Os mais de 37 mil apaixonados corintianos inflamaram o time, transformando o estádio de Itaquera em um caldeirão. De Amores fez excelente defesa em calculado arremate de Mantuan, a bola beijou a trave. Willian armou, mas errou uma linda bicicleta.
O Corinthians mais no coração e no medo colombiano chegou ao seu chorado gol.
Marcado por Caldeira em incrível cabeçada no ângulo de De Amores, após rebater arremate de Fagner.
O gol, aos 22 minutos, caiu do céu.
O Corinthians já começava a se afobar.
Vencendo, o time que já estava cansado, diminuiu o ritmo.
O Deportivo Cali, que não foi preparado para atacar, não mostrou o mínimo de ambição suficiente para sonhar com o empate.
Mesmo assim, o mesmo Caldeira perdeu um gol cara a cara com Cássio.
Ele teve a coragem de chutar por cima, aos 42 minutos, depois de falha coletiva da zaga corintiana.
No final, a vitória que o Corinthians tanto precisava.
Se concretizou de forma bizarra.
Mas o que importou hoje foi o resultado.
Não o futebol.
Sem intensidade ou força física exigidos na Libertadores...
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