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Cosme Rímoli - Blogs

Fluminense sofreu, se superou e orgulhou o Brasil. Está na final do Mundial. Fernando Diniz espera o City, de seu mestre Pep Guardiola

Foi uma partida difícil. No primeiro tempo, os brasileiros foram dominados pelos egípcios. Mas no segundo tempo Diniz adiantou a marcação. Marcelo cavou um pênalti. E John Kennedy mostrou seu talento

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Sonho realizado. Pela primeira vez na sua história, o Fluminense decide um título mundial
Sonho realizado. Pela primeira vez na sua história, o Fluminense decide um título mundial

São Paulo, Brasil

A falta de objetividade no passe final do Al-Ahly.

A esperteza de Marcelo.

E a explosão de John Kennedy.


Esses três fatores juntos explicam a chegada do Fluminense à final do Mundial de Clubes de 2023, depois da tensa vitória por 2 a 0. Gols de Arias, cobrando pênalti cavado por Marcelo. E do garoto Kennedy.

Enfrentará o Manchester City ou o Urawa Reds, do Japão, que jogarão nesta terça (19).


O bilionário time de Guardiola, vencedor da Champions League, é mais do que favorito.

A decisão será na sexta-feira (22).


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O time de Fernando Diniz sofreu muito no primeiro tempo diante do time egípcio, que desperdiçou vários contragolpes, com superioridade de atacantes, diante da defesa brasileira. Mas o nervosismo junto com o egoísmo de Ashour e Kahraba foram fundamentais para o desperdício de contra-ataques preciosíssimos.

O treinador suíço Marcel Koller tinha um plano claro e previsível. Deu a posse de bola ao Fluminense, buscando roubar a bola na intermediária e lançar seus meias e atacantes à frente, como se fosse uma corrida de 100 metros.

No primeiro tempo, foram pelo menos quatro contragolpes excelentes, quando não houve o passe ou o arremate com convicção do time egípcio. A defesa do Fluminense, que costuma atuar mais à frente, para diminuir o campo do adversário, sofreu muito.

Os números são bem específicos.

O Fluminense teve 64% da posse de bola. Os egípcios, só 36%.

Mas o time brasileiro conseguiu 13 finalizações. Contra 18 do time africano.

O número de passes corretos mostra quanto deu certo a estratégia de Diniz, principalmente no segundo tempo, controlando o feroz adversário como um toureiro.

Foram nada menos do que 667 passes certos, contra 376. 

Isso explica o domínio do ritmo que o Fluminense conseguiu impor nos últimos 45 minutos.

Fernando Diniz estava muito feliz, como não poderia deixar de ser, por ter levado o Fluminense à decisão. Havia enorme preocupação com a partida desta segunda-feira (18). Por conta de os brasileiros serem favoritos. E, principalmente, pelo ótimo momento que o Al-Alhy vivia no torneio.

"O nível de satisfação é alto pela vitória.

"Tem o aspecto emocional que pesa, um campeonato mundial.

"No primeiro tempo jogamos um pouco abaixo tecnicamente por causa do nervosismo. O Al-Ahly valorizou muito a nossa vitória. Todas as vezes que a gente chegou à final para passar sempre foi difícil.

"O Al-Ahly é um time muito bem treinado, vários jogadores da seleção do Egito, da Tunísia, não chegou aqui por acaso.

"A gente tem que enxergar o futebol de uma maneira diferente.

"Fiquei feliz, porque o time conseguiu jogar muito bem em determinados momentos do segundo tempo e, no final, poderia ter ampliado."

A euforia de Fernando Diniz na Arábia. Vive o ano mais vitorioso de sua vida
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Diniz confrontou sua maneira particular de organizar futebol, com muito toque de bola, agrupando o time em um lado do campo, contra a postura absolutamente reativa do suíço Koller.

No primeiro tempo, os egípcios criaram pelo menos cinco chances reais de gol. Por contragolpes em velocidade frenética. O Fluminense viveu do colombiano Arias, que acertou dois chutes violentos nas traves de El Shenawy.

Dois fatores importantíssimos pesaram no segundo tempo. 

Diniz subiu a marcação carioca.

E o cansaço do empolgado Al-Ahly, empurrado por sua fanática torcida. O desejo de chegar à final do Mundial e enfrentar o City era também enorme.

Com o Fluminense se movimentando com a autoridade de quem conquistou a Libertadores, chegou o lance capital. 

Paulo Henrique Ganso acertou lançamento cinematográfico para Marcelo.

O veterano jogador mostrou todo o seu talento e malícia.

Aos 35 anos, ele esperou a chegada desengonçada do sul-africano Percy Tau. Tocou a bola no meio de suas pernas e avançava para a frente. Ao sentir um leve contato de Percy, Marcelo desabou.

Marcelo vibra. Cavou o pênalti que abriu o caminho para o Fluminense chegar à final do Mundial
Marcelo vibra. Cavou o pênalti que abriu o caminho para o Fluminense chegar à final do Mundial

Cavou o pênalti.

O árbitro polonês Szymon Marciniak foi enganado.

Arias fez a sua obrigação e marcou o gol, aos 23 minutos.

Os jogadores do time egípcio ficaram desorientados, tensos.

Esqueceram o esquema tático e tentaram empatar na marra.

O psicólogo Fernando Diniz subiu a marcação.

Sabia que ficaria mais fácil roubar a bola na intermediária.

Foi assim que Martinelli, que fez uma partida excepcional, serviu John Kennedy.

Com uma frieza impressionante, ele enfrentou a zaga e chutou com convicção.

2 a 0 Fluminense, aos 43 minutos do segundo tempo.

Jogo decidido.

O Brasil está na final, de novo.

Em 2022, o Flamengo caiu na semifinal.

Desde 2012, com o Corinthians, o Brasil não vence um Mundial.

O Fluminense está empolgadíssimo.

E entrará como franco-atirador, se a final for mesmo confirmada, contra o Manchester City.

Se a lógica prevalecer nesta terça-feira, Diniz enfrentará seu mestre.

Muito do que faz é imitando Pep Guardiola.

Hoje, não tem do que reclamar...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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