Everton Cebolinha. Tudo ou nada contra o Palmeiras
Ele está frustrado. Apesar da Copa América sensacional, não foi vendido para a Europa. Última chance, nesta janela, seria fazer um jogo histórico hoje. E é o seu desejo
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
Dribles improváveis.
Infiltrações de cabeça erguida.
Tabelas generosas.
Chutes fortíssimos e com precisão.
A imprensa brasileira, ávida por novos jogadores talentosos por aqui, tratou de espalhar ao mundo.
Nasceu um novo jogador diferenciado na Copa América.
Éverton Cebolinha.
Havia a certeza de que ele seria vendido assim que a competição acabasse.
"Eu não tenho preferência. Mas o futebol que mais me encanta na Europa é o inglês", dizia, convicto, o atacante, depois de o Brasil conquistar o torneio, na zona mista do Maracanã.
Havia motivo.
Uma sondagem de representantes do Arsenal.
Sua multa contratual é de 80 milhões de euros, cerca de R$ 345 milhões.
A direção gremista avisava que aceitaria apenas 40 milhões de euros, cerca de R$ 180 milhões.
Faria a maior transação de sua história.
Mesmo tendo apenas 50% dos direitos do atleta.
O empresário Gilmar Veloz tem 30%.
O investidor Celso Rigo, 10%.
E o Fortaleza os outros 10%.
Mas o mercado inglês fechou.
A janela dos principais países europeus fecha daqui a seis dias.
E não existe nada concreto.
Houve outra sondagem do futebol chinês.
45 milhões de euros teriam sido oferecidos para todas as partes envolvidas.
R$ 202 milhões.
Mas a diretoria gremista teria recusado.
Por não ter direito aos R$ 140 milhões que sonha.
O nome do time jamais foi confirmado.
Everton Cebolinha seguiu no mercado.
Mas teve de jogar pelo Grêmio.
E não fez nenhuma partida fabulosa no Brasileiro ou na Libertadores.
Pelo contrário, o jogador de 23 anos, está atuando de forma boa, mas discreta.
O que abre a possibilidade que muitos agentes e representantes de clubes grandes europeus repetem: o fracasso técnico da Copa América.
Os times que o Brasil enfrentou foram fracos. O mais forte deles, a Argentina, está em formação.
Renato Gaúcho percebeu o abatimento do jogador.
Sua decepção por não ter sido vendido.
E fez um trabalho psicológico de recuperação da confiança, sua especialidade.
Com o objetivo de usar a Libertadores para passar a certeza ao mercado mundial: não foi por acaso que se tornou a maior revelação da Copa América.
Para isso, a partida de hoje, no Pacaembu, é fundamental.
Será um dos jogos mais importantes, se não for o mais, desta terça-feira.
Não só no Brasil, mas no mundo.
A chance de redenção é hoje.
Em Porto Alegre, mesmo tendo um marcador muito mais forte no apoio do que na defesa, Marcos Rocha, o atacante não brilhou. Felipão tratou de colocar Bruno Henrique e Felipe Melo antecipando as investidas de Cebolinha da esquerda para o meio.
Além do sacrifício de Willian para marcar Cortez.
Everton não enfrentou o Athetico Paranaense no final de semana.
Ficou descansando para colocar toda sua energia hoje à noite.
Ele sabe.
Será um teste sem meio termos.
Nova decepção e eliminação do Grêmio, só restará o Brasileiro.
E saída de vez do foco dos grandes times europeus em 2019.
Ele está ansioso, quer ser vendido já.
Vai tentar de tudo para fazer do jogo de hoje o trampolim da reviravolta.
Convencer que vale uma aposta milionária europeia na reta final da janela.
É a grande aposta de Renato Gaúcho.
Do Grêmio para desbancar o Palmeiras, mesmo com vantagem da vitória na semana passada.
O jogador quer fazer história no Pacaembu.
É a maior e mais aguda arma gremista.
Felipão sabe.
E se preocupa...