Toda a empolgação de Wesley, 18 anos, comemorando seu gol. Bastou Luxemburgo ter coragem de atacar
Rodrigo Coca/CorinthiansSão Paulo, Brasil
O Corinthians fez um segundo tempo impressionante em Itaquera, neste domingo.
E que serve de aviso para o São Paulo, quarta-feira, no Morumbi, na decisão da vaga para a final da Copa do Brasil.
Na vitória, por virada, por 3 a 1, contra o Coritiba, Vanderlei Luxemburgo demonstrou o poder de explosão, de contragolpe, de improviso, de marcação por pressão.
Resultado que recuperou de vez o clube paulista no Brasileiro, deu ainda mais confiança, com 11 jogos seguidos sem derrotas, enquanto fixa o paranaense na zona de rebaixamento.
"Jogamos com pouca profundidade no primeiro tempo, tentando o jogo de meia.
"Nossos dois pontas eram mais construtores. No segundo, com o Wesley, agredimos mais e crescemos. Os gols saíram, e isso ajuda. Isso mostra que temos elenco.
"Se quisermos brigar (por títulos), temos que ter um elenco forte. Estamos crescendo em um momento importante na temporada", ressaltou Renato Augusto.
O técnico de 71 anos usou a partida como ensaio do que fará no confronto contra o time de Dorival.
E ficou escancarado para ele mesmo o fracasso do primeiro tempo.
A estratégia que Luxemburgo pretendia usar contra o São Paulo. Usando o Curitiba como cobaia, entrou em campo no 4-5-1.
Com a marcação apenas na intermediária, deixando os paranaenses tocarem a bola e ditando um ritmo mais lento ao jogo.
Trocando a velocidade pela transição lenta, mais consciente. Para que o time se condicionasse a aproveitar a vantagem que tem contra o São Paulo, de um gol, depois da vitória por 2 a 1.
Só que foram um fracasso os primeiros 45 minutos.
Gil comemora o gol de empate. No segundo tempo, o Corinthians foi Corinthians
MARCELLO ZAMBRANA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO - 13.08.2023O Coritiba, como franco-atirador, veio a Itaquera escalado para tentar somar pontos. E Thiago Kolslovski montou sua equipe no 4-3-3, pronto para explorar a dificuldade de marcação de Fagner e explorar a lentidão na recomposição de Fabio Santos. Sem medo e com rapidez na transição da defesa para o ataque.
A única preocupação, como tinha de ser, era encaixotar, travar Renato Augusto, o cerebral jogador corintiano.
E os paranaenses conseguiram se impor, porque os jogadores de Luxemburgo não entenderam bem o conceito do técnico e estavam lentos demais. Com Yuri Alberto absolutamente isolado. O time forçando seus ataques pelo meio, o que facilitava, e muito, a marcação do Coritiba.
O elenco de Kolslovski é muito fraco e explica a presença durante todo o primeiro tempo do Brasileiro na zona de rebaixamento. Porque se tivesse um pouco mais de talento poderia ter terminado o primeiro tempo com uma boa vantagem.
O único gol que conseguiu foi ao acaso. Aos 27 minutos, Marcelino cobrou escanteio, Henrique desviou a bola de cabeça. Ela bateu em Murillo e entrou no gol de Cássio. Coritiba 1 a 0.
O lance deu a vantagem justa à equipe que estava mais bem ajustada em campo, o Corinthians não tinha como reagir taticamente. Diogo Oliveira e Robson incomodavam muito Fagner e Fábio Santos.
Adson lutava, mas estava também travado, sentindo a lentidão como era acionado. A torcida pressionava o que só deixava o time mal organizado ainda mais afobado.
No intervalo tratou de corrigir seus erros primários.
Tirou os laterais Fagner e Fábio Santos. Colocou Bruno Mendez, fez o Corinthians atuar com três zagueiros. Do outro lado, apostou em Bidu, muito melhor fisicamente e mais ofensivo. E, mudança mais do que obrigatória, tirou o volante Moscardo e colocou o velocista atacante Wesley.
O sistema tático mudou de 4-5-1 para 3-4-3. Com os setores mais próximos, marcando com maior personalidade e pressionando a saída de bola do Coritiba. Atuando como dono da casa.
Não havia comparação entre os elencos.
E bastaram oito minutos para o Corinthians virar a partida.
Aos cinco minutos, Gil entrou como centroavante, depois de uma blitz na área, e trava o chute de Kuscevic, que salvava bola em cima da risca, o giro de Yuri Alberto. 1 a 1.
O Corinthians seguia muito melhor. Os paranaenses se mostravam assustados com a nova postura do time de Luxemburgo. E três mintutos depois, a virada.
O genial Renato Augusto descobriu Ruan livre. Ele cabeceou em direção a Yuri Alberto, que não teve coragem de desperdiçar. Corinthians 2 a 1. Itaquera foi à loucura.
O Corinthians não parava de criar.
Com as alterações, Luxemburgo rasgou o sistema tático do Coritiba.
E, aos 21 minutos, Adson deu um lançamento excelente para Wesley, o garoto de 18 anos, talento na base, invadiu pela direita, com um drible de corpo se livrou do veterano Henrique e bateu forte, sem chance de defesa para Gabriel.
3 a 1.
Yuri Alberto comemora o gol de desempate. Nos últimos 45 minutos, ele teve companhia e rendeu
Rodrigo Coca/CorinthiansA partida estava resolvida.
Cássio ainda fez excelente defesa, travando com os pés chute de Diogo Oliveira.
O Corinthians foi Corinthians no segundo tempo.
Mostrou para Luxemburgo que, se entrar com medo, lento, contra o São Paulo, pode ser desastroso.
O caminho é ser ofensivo.
Comprar a briga no Morumbi, quarta-feira, contra o São Paulo.
A torcida deu seu incentivo para isso, gritando em coro.
"Guerra... É guerra...
Guerra... É guerra..."
É o que exige no duelo para chegar à final da Copa do Brasil...
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