São Paulo, Brasil
Não deu certo o plano da diretoria corintiana.
O presidente Duilio Monteiro Alves, com o ex-presidente Roberto de Andrade, e todos os ex-cabos eleitorais do ex-presidente Andrés Sanchez, sabem que a dívida de mais de um bilhão de reais trava o clube.
E não queriam ficar tratando do tema constantemente. Para não dar chance à oposição. E muito menos seguir com um elenco fraquíssimo, com risco de rebaixamento.
Trataram de apelar para velhas estratégias, desenvolvida pelos presidentes Vicente Matheus e Alberto Dualib. Contratar jogadores e desviar o foco da imprensa, da torcida.
Quem deve R$ 1 bilhão, pode comprometer mais algumas dezenas de reais em contratações de atletas sem vínculos com clubes. Bancando só os salários altos.
Foi assim que vieram Renato Augusto e Giuliano. E Roger Guedes está à beira do acerto.
Eles ganharam e ganham as manchetes de portais, matérias especiais da televisão, inundam posts nas redes sociais. Animaram conselheiros da situação e diminuíram a ira dos chefes de organizadas e de membros da situação.
Só que Duílio e Roberto de Andrade menosprezaram o poder de articulação a quem o clube deve dinheiro.
E os casos passaram a se tornar públicos.
São dos mais variados casos.
Como com seus garotos da base, que deveriam estar sendo tratados com todo cuidado, já que os atletas podem ser o futuro do time. O clube deve mais de três meses de auxílio. Não há dinheiro desde abril para transporte, e o mais chocante, para alimentação dos meninos.
Ou seja são três meses que as famílias, muitas em situação difícil financeira, precisam bancar o que seus filhos, sobrinhos, netos, vão comer para treinar e jogar pelo Corinthians.
A situação é constrangedora.
Mas entra em uma esfera perigosa em relação ao Fudo de Garantia de Tempo de Serviço.
Por lei, qualquer funcionário contratado com carteira de trabalho tem o direito ao depósito do FGTS. Desde 1966, 8% do salário precisa ser recolhido pelo clube. É uma garantia do trabalhador.
Só que o Corinthians está desde 2019 sem recolher o FGTS. São mais de R$ 40 milhões. Ou seja, dois anos. O clube alega que, quando o funcionário deixa o clube, recebe integralmente o que é devido. Essa maneira de agir não é o que a lei determina. O empregado pode ter acesso ao dinheiro quando precisar como, quando compra um imóvel.
Em 2020, o Corinthians assumiu no seu balanço que devia R$ 36,5 milhões de FGTS.
Se não fosse um clube de futebol, o mais popular de São Paulo, e sim uma empresa comum, enfrentaria sérios problemas na justiça. Mas os clubes 'não têm fins lucrativos' são tratados de maneira diferente pela legislação trabalhista.
Só que na prática, os funcionários estão sendo prejudicados.
Há mais de 120 processos trabalhistas contra o clube.
O Corinthians é réu em 19 processos da Prefeitura.
Os motivos são ainda mais constrangedores.
Vão desde coleta de lixo, jardinagem, corta e poda de árvores, reciclagem, até saúde.
A denúncia foi do UOL e checada pelo blog.
O clube já foi processado pela empresa que fazia marmitas para os funcionários.
Teve a luz do Parque São Jorge cortada, por falta de pagamento.
O time principal está com os salários de julho atrasado.
No Brasil, os juros são muito altos. E a dívida de R$ 1 bilhão não para de crescer.
A esperança de Duilio está na volta do público nos estádios.
O clube passará a ter 30% do arrecadado, o dinheiro não irá totalmente para o pagamento do estádio, como era o antigo acordo com o fundo bancário.
A dívida assumida pelo clube, no balanço de 2020 era de R$ 956 milhões.
Já passou de R$ 1 bilhão e continua crescendo.
Não ha Renato Augusto, Giuliano e Roger Guedes que a disfarce...