Com gosto, Andrés demite Carille. Deseja Sylvinho ou Tiago Nunes
Time foi massacrado pelo Flamengo. Depois dos 4 a 1, Andrés demitiu Carille. Ele havia perdido os vestiários, os jogadores. Por isso, a sumária demissão
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Fábio Carille tinha razão.
Quem deve muito, um pouco a mais não faz diferença.
Depois da vergonhosa derrota por 4 a 1 para o Flamengo, no Maracanã, Andrés Sanchez decidiu aumentar a dívida corintiana, que bate nos R$ 700 milhões, ficar R$ 3,8 milhões mais pesada.
Andrés decidiu enfrentar a multa de Carille e mandá-lo embora sumariamente. Os motivos são muitos.
Oito partidas sem vitórias. Clube na oitava colocação do Brasileiro, correndo o seríssimo risco de não se classificar para a Libertadores em 2020.
Porém, a gota d'água, foi que Andrés percebeu que Carille perdeu o grupo. Os jogadores não tinham mais a menor confiança no técnico. Eles entenderam que, para tentar se salvar, o treinador repassou a culpa pelo fracasso no Brasileiro e Copa Sul-Americana aos jogadores.
Disse que tinha 'vergonha' do futebol do Corinthians. Antes havia criticado os 'jovens'. E, sexta-feira, afirmou não ter jogadores capazes de fazer o time atacar. Por isso ele montava equipes defensivas.
O treinador percebeu que fez enorme besteira e tentou voltar atrás hoje, pouco antes do jogo contra o Flamengo. Disse que foi mal interpretado e tinha vergonha do 'seu trabalho'.
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Outra bobagem.
Todos que o ouviram falar sabem que ele falou mal dos jogadores. E a vergonha era direcionada ao desempenho do elenco que tem nas mãos.
Se existe uma coisa que Andrés respeita é a lealdade do técnico aos atletas. Ele sabe muito bem que, quando os jogadores não querem mais a continuidade de um treinador, as coisas não acontecem no campo.
Como o time ser goleado.
Por isso, Andrés fez questão de anunciar a saída de Carille e deixar muito claro que não foi de 'comum acordo', como costumam mentir presidentes de clubes, em situações parecidas.
Não.
O dirigente o demitiu. Com gosto. O relacionamento dos dois sempre foi distante, sem parceria, cumplicidade.
Não se desesperou, quando campeão brasileiro em 2017, foi para a Arábia Saudita. Só o trouxe de volta por conta da pressão dos companheiros de diretoria e dos conselheiros corintianos.
Carille se aproveitou da péssima fase do clube e exigiu salários de R$ 700 mil mensais e mais R$ 6 milhões como multa, caso fosse demitido antes de dezembro de 2020. A multa diminuía com o passar dos meses. E está em R$ 3,8 milhões, quantia que o Corinthians vai pagar. Mas parcelados.
"Ele não falou em 'Casas Bahia", então... Vamos ver como a gente acerta o pagamento", ironizava Andrés.
Se nos últimos tempos Carille fugia de entrevistas, não tinha coragem encarar os jornalistas, dar satisfação à torcida corintiana em derrotas, pior seria hoje, quando foi demitido.
Fugiu de forma constrangedora.
A princípio, o ex-jogador Coelho assume o time.
Andrés tem dois nomes que ele deseja.
Mas são contratações difíceis.
O primeiro é Sylvinho.
O segundo, Tiago Nunes, do Athletico Paranaense.
Foi um grande retrocesso a Carille voltar ao Corinthians.
Ele perdeu grande parte da admiração por conta do seu comportamento nos últimos três meses.
Andrés passou a detestar a postura do técnico quando ele reclamou dos jogadores que pediu e não foram contratados. Como Gabigol, Rodriguinho, Roger Guedes.
Além de jogar os atletas contra a torcida, ele jogou também a diretoria. E o presidente corintiano foi muito claro quando Carille assinou seu retorno.
O time seria limitado, por conta das dívidas do Itaquerão.
Por isso é injusto ele cobrar o elenco que recebeu.
Ele sabia que seria assim.
Carille decepcionou muita gente no Parque São Jorge.
Errou muito.
Até com a imprensa.
Voltou arrogante, vaidoso, contraditório.
E vai ter de se reinventar depois desta demissão dolorida.
Carille chegou ao Corinthians em 2009 foi auxiliar de Mano Menezes e Tite, com quem mais aprendeu.,
Ganhou três Paulistas e o Brasileiro de 2017.
Terá R$ 3,8 milhões para receber e pensar o que fará na viida.
Enquanto o Corinthians já procura novo técnico.
Os defensores de Sylvinho e Tiago Nunes já se articulam.
Andrés deverá também mandar embora Sheik. O ex-atacante tem feito trabalho pífio como coordenador de futebol.
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E vários jogadores não ficarão em 2020.
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