Ceni já sabe. Flamengo vai vender jogadores importantes
Sem público, por conta da pandemia da Covid-19, o Flamengo deixou de faturar R$ 110 milhões. Vai ter de vender atletas para repor esse dinheiro
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
Aos 48, Rogério Ceni continua vaidoso.
Durante os 25 anos que foi jogador do São Paulo acompanhou sempre de perto os bonecos, as fotos, os chaveiros, as mini esculturas.
Tudo que o clube colocou à venda usando sua imagem.
Até o 'bandeirão' que a Independente faz questão de levar aos estádios, mesmo esvaziados por conta da pandemia do Covid-19, ele se orgulha da perfeição que seu rosto é retratado.
A Independente só não leva este 'bandeirão' nos jogos contra o Flamengo, desde 10 de novembro de 2020.
Este foi o dia que o treinador 'traiu' o plano que Julio Casares havia apresentado a conselheiros, jornalistas. E que os torcedores sabiam muito bem.
Rogério Ceni seria, de novo, treinador do São Paulo a partir da posse de Casares como presidente, no dia 1º de janeiro.
Só que o técnico ainda tem traumas como teve seu trabalho sabotado pelo ex-presidente, o inseguro Leco. O dirigente usou Ceni como cabo eleitoral e depois trabalhou contra o desempenho do técnico.
O dirigente vendeu jogadores fundamentais na equipe que Rogério montava e, depois, o demitiu por incompetência.
O trauma de 2017 seguia forte para Ceni.
Daí a proposta do Flamengo tê-lo seduzido, mudado sua vida.
Deixou seu clube do coração para depois, porque sabe que um dia voltará.
Ainda mais sem Leco, sem poder algum, depois de cinco anos de fracassos e sério endividamento do São Paulo.
Rogério assumiu o Flamengo em plena reta de chegada na Libertadores, na Copa do Brasil.
O pouco tempo de trabalho atrapalhou para impor sua filosofia de jogo, mais cadenciada, não tão intensa como nos tempos de Jorge Jesus, e longe da falta de objetividade de Domènec Torrent.
O clube mais popular do Brasil foi eliminado da Libertadores e da Copa do Brasil.

O vice Marcos Braz, que o levou para a Gávea, quase teve de brigar fisicamente com companheiros de diretoria que exigiam a demissão de Ceni.
Braz colocou seu cargo em risco em apostar em Ceni na briga pelo Brasileiro.
E a aposta deu certo.
Mesmo com o time não jogando bem, veio a conquista do Campeonato Nacional, confirmando a hegemonia do clube no país.
Braz e Ceni ficaram com os olhos marejados ao se abraçarem, comemorando o título.
Aliviados.
Braz, por ter conquistado um título importante sem Jorge Jesus, e depois de ter barbaramente errado na escolha de Torrent, depois de uma caríssima peneira na Europa.
E Ceni por não ficar marcado como treinador com potencial só para treinar o Fortaleza, time forte no Nordeste, não no Brasil. Ainda mais depois dos fracassos no São Paulo e no Cruzeiro.
O sofrimento da conquista do Brasileiro marcou o técnico, mas deu força internamente para que molde, com calma, o Flamengo de seus sonhos, agora, em 2021.

Um time voltado para o ataque, mas com um poder defensivo muito maior do que foi na temporada passada. Com poder de recomposição. Com jogadores mais próximos, tanto na frente como na defesa, para compensar erros individuais.
E também com muito mais força física. Algo que o técnico se ressentiu muito. Por encontrar uma equipe desgastada por haver vencido tanto com Jesus. Sem tempo para realmente recuperar forças.
Com R$ 110 milhões calculados com perda em 2020, sem público nos estádios, a direção já avisa que terá de vender jogadores.
De uma maneira decente, respeitosa, já avisando ao treinador que ele se prepare para repor saída de atletas importantes.
Gerson, Arrascaeta, Bruno Henrique, Everton Ribeiro são peças com alto valor no mercado.
De folga, Ceni já desenha o cenário de uma pequena, mas importante, mudança no elenco milionário.
Enquanto isso, seu ego tem motivo para comemorar.
Em quatro meses, ele já está eternizado no Flamengo.
Não só com o título brasileiro.
Mas com uma foto gigantesca no Ninho do Urubu.
Na concentração, todos terão de reverenciar a imagem empolgante de Ceni e seus comandados comemorando a vitória que determinou a conquista do Brasileiro de 2020.
A virada por 2 a 1 contra o Internacional.
"Para mim, é especial, porque passo todo dia no corredor do CT, e fico oito, dez horas trabalhando, todos os dias, chego cedo e volto no fim da tarde, e vejo a foto desses caras que ganharam tudo.
"E eu sempre disse que não iria embora do Flamengo sem colocar a minha foto também na parede. Então fico feliz de ter conseguido esse título e com certeza que uma nova pintura, um novo pôster vai estar lá na parede.
"E quando você coloca seu nome na parede de um clube do tamanho do Flamengo, você fica eternizado."

O maior ídolo da história do São Paulo está empolgado.
Começa a ser reverenciado pelo Flamengo.
Mas terá de estar preparado.
Seu time terá mudanças forçadas daqui a três meses.
Quanto abrir a janela de transferências.
Ao contrário do São Paulo de Leco...
Desta vez, ele está mais do que avisado...
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