A CBF não teve como fugir. Assumiu que houve o pênalti, vergonhoso, não marcado contra o Corinthians
Reprodução/TwitterSão Paulo, Brasil
A CBF não tinha saída.
E assumiu o erro que poderia ter dado a vitória ao Grêmio, nesta segunda-feira (18), contra o Corinthians.
O absurdo pênalti não marcado a favor do clube gaúcho, aos 47 minutos e 51 segundos do segundo tempo, ontem em Itaquera.
Yuri Alberto estica o braço direito, acima do ombro, e corta o cruzamento de Ferreira.
Pênalti claríssimo, que o árbitro Wilton Pereira Sampaio, que representou os juízes brasileiros na Copa do Mundo do Catar, não marcou.
E em que o responsável pelo VAR, Emerson de Almeida Ferreira, com todas as imagens à disposição, tomou a estranhíssima decisão de não confirmar a penalidade.
A partida terminou no empate, em 4 a 4.
A direção do Grêmio reclamou publicamente contra o "vergonhoso lance". Avisou que iria protestar oficialmente na CBF.
Renato Gaúcho preferiu a ironia, garantindo que até Stevie Wonder, o cantor cego, "viu" o pênalti.
Houve unanimidade nacional na mídia sobre o lance não marcado.
Diante das evidências, a CBF teve de reconhecer o gravíssimo erro de sua equipe de arbitragem.
Em um vídeo publicado pela entidade, o gerente de arbitragem Péricles Bassols admitiu quanto o Grêmio foi prejudicado.
"Aos 49 minutos (foi 47 minutos e 51 segundos) da segunda etapa, o atleta número 9 da equipe de branco e preto, em ação de bloqueio, com o braço em posição antinatural e aumentando seu espaço corporal, intercepta um cruzamento à área.
"O bloqueio da bola com o braço nesta ação caracteriza a infração de pênalti, portanto, uma penalidade deveria ser marcada no campo de jogo. E, quando não marcada, o VAR deveria recomendar revisão para tal ação."
A declaração de Bassols desmoraliza o aviso de Emerson de Almeida Ferreira a Wilton Pereira Sampaio.
"O jogador, mesmo estando nessa posição, acho que ele está natural para essa disputa de bola, para defesa, não está com a intenção de bloquear. Para mim, ele não está com a intenção de bloquear, ele está com a intenção de disputar a bola.
"É diferente de bloqueio. Ele está recolhendo o braço. Ele não está indo com o braço na direção da bola. Ele está recolhendo. Wilton, lance checado, ok.
"Pode jogar, o jogador está recolhendo o braço, está em posição de disputa, e a bola vai na direção do seu braço."
Absurdo, porque não houve tempo para Yuri Alberto recolher o braço direito. Ele estava esticado acima do ombro. É nítida a postura antinatural, inacreditável o julgamento errôneo do responsável pelo VAR.
O assistente Michel Patrick Costa Guimarães ainda tentou alertá-lo, no áudio que a CBF tornou público.
"Você não acha que está muito aberto, não? Que essa bola passaria se ela não bate no braço?", mas Emerson segue irredutível.
A partida não pode ser anulada, como defendem alguns.
Porque houve um erro de interpretação da arbitragem.
Legalmente chamado de erro de fato, em que se encaixam os enganos da arbitragem.
A anulação só aconteceria no erro de direito, ou seja, quando a regra do futebol é burlada, por exemplo, por tamanho do gol menor. Um time atuar com 12 atletas.
A CBF decidiu-se pelo afastamento de todos os árbitros da partida:
• Wilton Pereira Sampaio (árbitro principal);
• Emerson de Almeida Ferreira (VAR);
• Johnny Barros de Oliveira (assistente VAR 1);
• Michel Patrick Costa Guimarães (assistente VAR 2).
Todos passarão por um processo de reciclagem.
Na prática, para o Brasileiro, o Grêmio foi muito prejudicado.
O clube gaúcho tem agora 40 pontos.
Está a 11 do líder, Botafogo.
Poderia ter 42 e diminuir a distância para o líder a 9.
E o Corinthians favorecido.
Chegou a 27 pontos, com o ponto de ontem.
Poderia ter 26.
São pontos que influenciam na disputa do título.
E no rebaixamento.
Pior para o Campeonato Brasileiro.
Péssimo para o futebol deste país...
Sem Messi, CR7 e Neymar, quem pode brilhar nesta edição da Champions League?
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