Caboclo se impôs a Tite. Bastidores da troca de Edu Gaspar por Juninho
Tite que havia escolhido 'seu chefe', Edu Gaspar, tentou colocar Duílio Monteiro Alves. Caboclo não aceitou. E colocou Juninho Paulista no cargo
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Edu Gaspar nem se despediu publicamente.
A relação do coordenador de seleções entre ele e o presidente Rogério Caboclo já havia se deteriorado.
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A péssima escolha de Sochi, os privilégios de Neymar e sua família na concentração brasileira na Copa da Rússia e o fracasso nas seleções de base, culminando com a não classificação para o Mundial sub-20, definiram sua saída.
Não a proposta do Arsenal.
A troca de comando, que já vinha sendo antecipada pelo blog há um mês, foi oficializada ontem.
De maneira protocolar.
Com os sorrisos protocolares de Caboclo, Edu e Juninho.
Mas o novo coordenador seduziu a cúpula da CBF ao ser sincero nos seminários, onde apontou os erros graves na condução não só da Seleção principal.
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Mas as de base.
"Assusta quando a gente vê a seleção brasileira e muitos (torcedores) às vezes sem conhecer um ou dois jogadores. A gente não vê essa conexão com o brasileiro.
"Nossas seleções estão cada vez mais desconectadas do País."
"Acho que o maior problema está no jovem. São poucos clubes no Brasil que conseguem segurar.
"Eles (europeus) estão muito mais preparados que a gente. Tem equipes europeias identificando atletas nossos que a gente nem conhece. É uma coisa a se pensar."
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"A gente tem que criar uma diretriz, uma metodologia. Hoje há metodologias aplicadas nos cursos (de treinador), estão cada vez melhores. Mas qual é a metodologia do futebol brasileiro?"
"O Branco (coordenador de Base da CBF) falou que temos que resgatar a essência, mas o que é feito para resgatar a essência? O que estamos ensinando? Qual é nosso parâmetro? Qual é nossa diretriz? Não tem!"
Juninho teve a coragem de se posicionar e questionar de maneira objetiva, o trabalho que Edu Gaspar fazia por três anos na coordenação de seleções.
A sua postura firme, dura foi no seminário da própria CBF, "Somos Futebol", em abril.
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Ele tinha um cargo burocrático, criado por Caboclo. Era diretor de Desenvolvimento do Futebol. Mas não tinha poder.
O presidente da CBF já estava descontente com o trabalho do 'chefe de Tite'. E decidiu a troca. Em momento algum, Caboclo quis enfrentar a proposta do Arsenal. Queria Juninho no cargo.
No final da Copa da Rússia, este blog informou que a CBF iria buscar um jogador vencedor de Mundial para servir como escudo de Tite. Caboclo ficou na dúvida. Pensou seriamente em Kaká, mas percebeu sua inexperiência. Cafu teve chance, mas assinou um contrato milionário para ser o embaixador da Copa do Mundo do Qatar.
Juninho Paulista fez uma ótima gestão no Ituano.
Em dez anos, remodelou o clube.
Criou e desenvolveu as categorias de base.
Dominou todo o futebol.
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Montou equipes competitivas, conseguindo até o título paulista de 2014.
Com passagem marcante como jogador no São Paulo, clube de origem de Caboclo, a proximidade é enorme.
Sua primeira missão será coordenar as seleções de base.
E buscar uma maneira de o Brasil enfrentar seleções mais fortes, de preferência europeias.
Juninho se propôs a conversar com os donos da Pitch, empresa inglesa que comprou os amistosos da Seleção entre 2012 e 2022. Foi o último ato indecente do ex-presidente Ricardo Teixeira.
Rogério Caboclo se impôs em relação a Tite.
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Ao contrário de 2016, quando o treinador pôde escolher seu chefe, com quem trabalhava no Corinthians, Edu Gaspar, tamanho era o medo de Marco Polo del Nero, de o Brasil não chegar à Rússia, a situação agora está sob controle.
Tanto que o treinador não conseguiu colocar Duílio Monteiro Alves, também do Corinthians para o cargo de Edu.
O presidente da CBF escolheu o coordenador que quis.
Já havia tirado metade do poder de Gaspar ao nomear Branco para coordenar as seleções de base.
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Juninho não tem a menor proximidade com Tite.
O treinador poderá apenas escolher seu novo auxiliar, já que Sylvinho foi treinar o Lyon. E também o novo analista de desempenho. Fernando Lázaro também vai para o clube francês.
Bruno Baquete, do Atlético Parananense, deve ser o escolhido para o lugar de Lázaro.
Juninho já assumiu ontem com carta branca.
Ao contrário de Edu Gaspar, que foi para o Arsenal...
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