Aviso, ou blefe, de Neymar: '2022 será a minha última Copa. Não aguento mais futebol'
Ele demonstra estar cansado das cobranças. É o jogador mais talentoso e o que tem mais privilégios com Tite. Pelé, Rivellino, Ronaldo disputaram suas 'últimas Copas' e o futebol brasileiro continuou
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
"Acho que é minha última Copa do Mundo (2022). Eu encaro como a minha última porque não sei se terei mais condições, de cabeça, de aguentar mais futebol.
"Então vou fazer de tudo para chegar muito bem, fazer de tudo para ganhar com meu país.
"Para realizar o meu sonho desde pequeno e espero poder conseguir."
Se é um blefe para tentar ser "mais respeitado", "mais valorizado", como tanto quer, a resposta definitiva só virá depois da Copa de Qatar.
Neymar deu entrevista à emissora DAZN.
O jogador, que fará 30 anos em fevereiro de 2022, diz "não aguentar" mais o futebol.
A revista Forbes publicou em maio que o jogador faturou, só em 2020, R$ 503 milhões.
Seu patrimônio já teria passado de R$ 1,5 bilhão.
Ou seja, o futebol já o fez um bilionário.
Mas, por conta dele mesmo, apesar do talento, não é valorizado como poderia. Por suas simulações, provocações aos adversários, chiliques com os árbitros, privilégios nos times e, principalmente, na Seleção Brasileira. Como cobrar todos os pênaltis, as faltas, colocar a camisa 10 e, principalmente, atuar da maneira que concordar.
Isso dentro de campo.
O que o tornou completamente antipático à disputa de eleições para o melhor do mundo.
E, há sete anos, acumula fracassos.
Chegou em 2015 e 2017 em terceiro lugar. Depois, nem isso.
Fora do gramado, suas baladas intermináveis com os parças, mesmo logo após uma segunda fratura no mesmo osso do pé direito, sabotaram sua imagem como ídolo.
Escândalos sexuais, como o do vídeo em que ele toma tapas no rosto da modelo Najila Trindade. Ou sua saída muito mal explicada da Nike.
Foi o próprio Neymar que não se deu ao respeito.
Lógico que um jogador tão importante, tão bem recompensado, é cobrado pela mídia.
E, agora, bilionário, diz que 'não aguenta mais o futebol'.
É um direito dele.
Mas, mesmo se decidir que a Copa de Qatar será sua última, as cobranças dentro e fora de campo seguirão as mesmas.
Não será a dependência da seleção de Tite, de Neymar, que contaminará a imprensa, a ponto de aceitar seus excessos de olhos fechados para que ele chegue bem ao Mundial de 2022.
Longe disso.
Neymar que se prepare e se respeite até lá.
Quem assume que o mima é seu pai.
Quem o protege de todos os erros, tentando ser um técnico campeão do mundo, é Tite.
Se não 'aguenta' mais futebol, o problema é só dele.
E o Brasil que busque um time que não dependa mais do seu futebol.
Como acontece desde 2011.
São dez anos à mercê de Neymar.
E fracassos nas Copas de 2014, porque, quando ele se machucou, Felipão não tinha plano B; e na de 2018; quando passou a simular contusões e tentar decidir a Copa sozinho, Tite não o enfrentou e o Brasil foi eliminado nas quartas de final.
A decisão de Neymar de se despedir de Mundiais em Qatar tem de ser encarada com frieza. Ele já terá 30 anos e seu futebol tem decaído. Com 34 anos, nos Estados Unidos, a tendência é que fique ainda pior, já que o esporte depende cada vez mais do físico.
Se for um blefe, tentando ter mais compreensão para os seus abusos, não dará certo.
Ele seguirá sendo o principal jogador da Seleção.
O maior talento desta geração.
Mas com todos os privilégios que Tite reserva a ele e a mais ninguém.
Pelé teve sua última Copa.
Ronaldo Fenômeno também.
Romário, Rivaldo, Zico, Rivellino.
Foram até onde aguentaram.
Se Neymar não "aguenta" mais o futebol, tem de se despedir da Seleção mesmo em Qatar.
O Brasil precisa de jogadores talentosos.
E motivados.
Ser não está, tem de parar...
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