A pior aposta de Andrés custou R$ 6 milhões ao Corinthians: Lulinha

São Paulo, Brasil

"Meu estilo é a mistura do Kaká com o Ronaldinho Gaúcho.

Tenho a arrancada parecida com a do Kaká.

E sou habilidoso como o Ronaldinho."

A primeira declaração como jogador profissional.

Foi a maior aposta de Andrés Sanchez na base.

E a pior.

O presidente, conhecido por conhecer e dominar cada centímetro do Corinthians, errou de forma danosa.

Com Lulinha.

Quem pagou o prejuízo foi o clube.

O jogador surgiu no futebol de salão.

Foi levado ao Parque São Jorge com oito anos.

E teve uma passagem fenomenal na base.

Habilidoso, veloz, artilheiro.

Marcou cerca de 300 gols nas várias categorias que o separavam do profissional.

Foi várias vezes convocado para a Seleção Brasileira de base.

Foi o camisa 10 no Pan-Americano do Rio de Janeiro, de 2007.

Quase que o Corinthians não o libera porque era uma das esperanças para fazer o time reagir e fugir do rebaixamento.

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Enquanto isso, o empresário Vagner Ribeiro deu a grande demonstração do que é valorizar um jogador.

Ele convenceu Andrés Sanchez de que os maiores clubes do mundo desejavam o garoto.

Real Madrid, Barcelona, Bayern, Milan, Inter de Milão, Liverpool.

Na verdade, Lulinha só havia recebido uma sondagem do Manchester United.

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E quando ainda não era nem profissional.

Com 15 anos.

Ele teria de fazer um período de testes de três meses.

E ir para o São Paulo, porque a ligação entre o empresário que levava atletas brasileiros para o Manchester United era, em São Paulo, com o clube do Morumbi.

Lulinha se recusou.

Não queria jogar no São Paulo.

Ele esperava que fosse se tornar um grande jogador no Corinthians.

Mas o importante foi como Andres se deixou levar por Vagner Ribeiro.

Apostou que o clube ganharia muito dinheiro com o meia-atacante.

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E quis um contrato de cinco anos com o jogador.

Além de fixar multa não nos 5 milhões de dólares, R$ 18 milhões. Mas em 50 milhões de dólares, R$ 180 milhões.

Ribeiro exigiu R$ 100 mil mensais por 60 meses. 

Andrés assinou correndo.

O presidente corintiano não teve a menor preocupação com o lado psicológico do jogador.

Ele não resistiu à expectativa, à pressão.

Atuou na equipe que foi rebaixada para a Segunda Divisão.

E, em 2008, encontrou Mano Menezes pela frente.

O treinador não teve o menor cuidado com o jovem jogador.

Muito pelo contrário.

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Queria saber era de Ronaldo e dar força ao seu favorito, Dentinho.

Sem personalidade para se impor, Lulinha aceitou o ostracismo no clube.

E passou por alguns empréstimos.

Desde que o Corinthians assegurasse os R$ 100 mil livres ao final do mês, como havia exigido Vagner Ribeiro.

Foi parar nos minúsculos Estoril e Olhanense de Portugal.

E por último jogou no Bahia.

Em cinco anos que pertenceu ao Corinthians profissional, marcou apenas quatro gols em 85 partidas que atuou.

O fim do seu contrato foi deprimente.

Ele simplesmente acabou, sem clube algum interessado em comprá-lo.

Andrés viu a materialização de sua ingenuidade.

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Depois, Lulinha circulou por Ceará, Criciúma, Red Bull, Botafogo, Mogi Mirim.

Foi tentar a sorte na Coréia do Sul, no Pohang Steelers.

E depois, nos Emirados Árabes, no Sharjah FC.

Agora está no Pafos, do Chipre.

A lembrança veio porque em entrevista recente, o meia-atacante deixou claro que se sente muito ligado ao Corinthians.

A declaração chegou até a cúpula do clube.

E chegou aos ouvidos de Andrés Sanchez e seus aliados mais próximos.

A rejeição foi imediata.

Não querem nem lembrar que um dia Lulinha foi a maior esperança do Corinthians sob a administração de Andrés Sanchez.

E que tiveram de pagar R$ 100 mil a cada mês por cinco anos ao jogador.

O presidente considera seu maior erro no clube.

Pior até do que cometeu quando contratou o argentino De Federico, apresentado como 'novo Messi' por alguns conselheiros.

Mas não culpa Lulinha.

O meia confessa que sabe que ninguém o quer de volta.

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Nem os torcedores.

"Quando estou no Brasil alguns corintianos me encontram e falam: “Pô, volta pro Corinthians”, mas a gente sabe como é né. É aquele volta, porque estou perto deles." E ri, conformado.

Andrés isenta o atleta, mas não a si mesmo.

Por ter acreditado em Vagner Ribeiro.

Nas promessas que Real Madrid, Barcelona, Bayern e outros brigariam para pagar a multa de 50 milhões de dólares por Lulinha.

Ele foi embora em 2012.

Mas seu nome ainda provoca arrepios em Andrés Sanchez.

Sete anos depois...

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