Fim das maratonas? Como o aquecimento global deve afetar as corridas de rua
Estudo alerta que será cada vez mais difícil quebrar recordes e completar provas de longa distância em segurança
corrida de rua|Do R7
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O aquecimento global deve mudar o futuro das corridas de rua, segundo um estudo publicado no Climate Central. A pesquisa mostra que o calor extremo reduz significativamente as condições ideais para atletas. Com o avanço das mudanças climáticas, será cada vez mais difícil quebrar recordes e até completar provas de longa distância com segurança.
Os cientistas analisaram 221 maratonas ao redor do mundo e concluíram que 86% delas devem ter menos chances de acontecer em condições climáticas ideais até 2045. Entre as provas afetadas estão algumas das mais famosas, como as maratonas de Nova York, Londres, Berlim e Tóquio, conhecidas por atrair milhares de corredores e turistas.
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Segundo a pesquisa, cerca de 1,1 milhão de pessoas completam uma maratona todos os anos. O estudo, que analisou o desempenho de atletas de elite, ainda observou uma diferença entre homens e mulheres. Enquanto as corredoras tendem a suportar melhor o calor, os homens alcançam resultados melhores em temperaturas mais baixas.
Os efeitos já são visíveis nas provas recentes. Em setembro, a Maratona de Berlim registrou 24 °C, temperatura considerada alta para a época. Na ocasião, os organizadores alertaram que o calor poderia prejudicar o desempenho e orientaram os corredores a priorizar a hidratação e o bem-estar, em vez da busca por recordes.
A alternativa encontrada pelos organizadores tem sido antecipar o horário de início das provas, já que quanto mais cedo, maiores são as chances de temperaturas ideais. No entanto, os cientistas alertam que a forma mais eficaz de preservar essas condições seria adotar medidas significativas para reduzir a poluição causada pelos combustíveis fósseis.
“Para a maioria dos corredores amadores, as chances de competir em condições perfeitas já são pequenas em algumas provas. Para os atletas de elite que buscam recordes, há corridas em que as temperaturas ideais estão praticamente impossíveis de acontecer. Um futuro diferente exigirá reduções significativas e duradouras nas emissões de carbono para minimizar a poluição climática”, diz o Climate Central.
Em entrevista à CNN, a corredora Mhairi Maclennan explicou como o calor intenso interfere no corpo humano. “Isso tem impactos realmente significativos na viscosidade do seu sangue, na rapidez com que seu corpo consegue se recuperar, nos seus níveis de hidratação por dias e também na sua capacidade de treinar após esse tipo de experiência, o que pode atrasar outras conquistas e objetivos que você esteja buscando”, disse a atleta.
A escocesa ainda citou os Jogos Olímpicos de 2028, que acontecerão durante o verão de Los Angeles, nos Estados Unidos, como um futuro exemplo do impacto do aquecimento global no desempenho dos participantes.
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