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Quando criança, no início do século 20, o menino João, o Preguinho, costumava aprontar estripulias pela mata ao lado do Estádio das Laranjeiras. Colado ao Palácio da Guanabara, o local, sede do Fluminense, lembra as mais bucólicas paisagens campestres. Árvores, colibris, morros e os raios de sol iluminando o cenário natural
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Reprodução/Flickr Fluminense
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Desta sede também irradiam bons pedaços da história do Brasil, onde se aglutinam literatura, arte, política e futebol. O escritor Henrique Coelho Netto, pai de Preguinho e bom capoeirista, era sócio do clube e levou o filho para lá desde cedo, com o intuito de que ele praticasse esportes. O menino se tornou um dos primeiros ídolos do clube, assim como seu irmão Emmanuel, o Mano
Reprodução/Flickr Fluminense
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Já Arnaldo Guinle, empreendedor de família tradicional e então presidente do clube, contribuiu para o fortalecimento do samba, financiando o grupo Oito Batutas, de Pixinguinha (foto), e a música erudita, apoiando viagens do compositor Heitor Villa-Lobos. Seus irmãos foram os responsáveis pela construção do Palácio das Laranjeiras e do Copacabana Palace
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Agência Estado/20-02-1973
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O Fluminense nasceu como clube de elite mas, ao longo do tempo, sua interação com a sociedade brasileira transformou a imagem de arrogante em símbolo de elegância, preocupação social e integração. Tem inclusive, uma torcida judaica, a Idish Flu, que já homenageou o clube pela ajuda no combate ao nazismo nos anos 40
Reprodução/Flickr Fluminense
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E se o Flamengo é o clube da moda, do qual têm saído revelações como Vinícius Júnior e Reinier, o Fluminense não fica atrás em termos de formação de jogadores. Mas, como o futebol brasileiro atual não tem recursos para competir com outros mercados, eles têm saído cedo do clube e se revelado no Exterior
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Reprodução/Twitter
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Um time de estrelas poderia vestir hoje a camisa do clube, que, a partir de 1995, quando o CT de Xerém passou a ser direcionado apenas às categorias de base, se tornou uma verdadeira central de talentos. No local, há todo um trabalho psicológico e educativo em torno dos meninos, visando também à formação deles como cidadãos
Eldio Suzano/Agência Estado/04-03-20
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De lá saíram nomes que hoje brilham no futebol mundial. Muitos deles defendem ou já defenderam a seleção brasileira. Que, aliás, teve a sede das Laranjeiras como a sua casa, entre os anos 10 e 20. E nunca perdeu jogando por lá. Mas vamos aos nomes:
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Reprodução/Instagram
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O catarinense Tiago Volpi atualmente defende o São Paulo. Mas fez parte das equipes de base do Fluminense, entre 2008 e 2009
Agência Estado/André Anselmo/15-02-20
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Na lateral-direita, Rafael hoje defendo o Lyon. E iniciou no Flu, ao lado de seu irmão gêmeo, Fábio, em 2005. Fábio está no Nantes
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- Pascal Rossignol/Reuters/01-03-20
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Toda a formação de base de Thiago Silva foi feita no Flu, entre 1995 e 2003. Hoje no Paris Saint-Germain, ele caminha para sua quarta Copa do Mundo
Reprodução/site Fluminense
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O zagueiro Marlon, atualmente no Suassolo, teve passagem pelo Barcelona. Pode ser chamado de típico jogador da casa, já que nasceu em Duque de Caxiais, município do qual Xerém é um dos distritos. Foi natural ele ter iniciado no Flu
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Reprodução/Instagram Sassuolo
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Na lateral-esquerda Marcelo já era destaque do Flu, ao lado de Lenny, em 2005. Foi promovido aos profissionais pelo técnico Abel Braga. Do Flu, se consagrou no Real Madrid e já disputou duas Copas do Mundo
Fábio Motta/Agência Estado/06-05-06
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O volante Fabinho hoje faz parte do elenco da seleção brasileira que disputará as Eliminatórias para a Copa de 2022. Tem se destacado no Liverpool, após boas temporadas no Monaco
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Phil Noble/Reuters/07-03-20
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O meio-campista Gerson tem sido um dos nomes de maior destaque no Brasil, atuando no Fla. No Flu, onde começou, ele jogava mais avançado, tendo participado das seleções de base. Foi para a Roma e retornou ao Rio, onde tem mostrado técnica e inteligência para sair jogando que já eram observadas nas equipes de base
Adriano Machado/Reuters/16-02-20
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Outro que foi promovido por Abel Braga foi o volante Wendel, hoje no Sporting de Lisboa. Ele já mostrava muita versatilidade no Flu e atualmente é presença constante nas convocações para a seleção que se prepara para os Jogos Olímpicos de Tóquio
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- Murad Sezer/Reuters/27-02-20
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Diego Souza, já veterano, tem jogado bem no Grêmio. Revelado no Flu em 2003, o jogador teve uma carreira de sucesso, com títulos por quase todos os times pelos quais atuou. Elegante em campo, ele tem visão de jogo, técnica e pode funcionar como um centroavante ou um meia de ligação
Reprodução/Instagram/Diego Souza
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O rápido atacante João Pedro teve uma ascensão meteórica no Flu, tendo subido para os profissionais com 17 anos em 2019 e, naquele ano, feito 10 gols em 37 jogos. Em 2020, se transferiu para o Watford, da Inglaterra, clube do qual o cantor Elton John é presidente honorário
Reprodução/site Fluminense
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O Fluminense fez de tudo para evitar que o jovem atacante Pedro se transferisse para o Flamengo. Vendeu em 2019 seus direitos para a Fiorentina mas, depois de menos de um ano, o jogador foi contratado pelo Rubro-Negro. Outro talento revelado no clube das Laranjeiras
Reprodução/site Fluminense
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Além destes vários outros talentos foram revelados no Flu. São os casos, em décadas anteriores, de Ricardo Gomes (foto), Carlos Alberto, Roger e Arouca
Alaor Filho/Agência Estado/ 15-08-04
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Mais recentemente, podem ser citados jogadores como Ibañez (Atalanta, da Itália, e seleção olímpica); Ayrton Lucas (Spartak Moscou); Douglas (PAOK, da Grécia); Kenedy (hoje no Getafe, da Espanha); Biro Biro (Botafogo-RJ); Maicon Bolt (Atlético-MG); Alan (Beijing Sinobo Guoan, onde atua por empréstimo); Fernando Henrique (goleiro do Santo André) e Rodolfo (Lokomotiv-Moscou) brilham fora do Brasil. Para orgulho, e ao mesmo tempo frustração, da grande torcida do Flu
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Fábio Motta/Agência Estado/01-12-02