A cinco dias da Libertadores, São Paulo não tem um time titular

Após duas boas atuações, São Paulo 'muda de cara' nas derrotas contra Santos e Guarani e deixa dúvidas antes dos duelos contra o Talleres

01/02/2019 - 08h35 (Atualizado em 21/02/2024 - 12h17)

Faltam cinco dias para o jogo de ida contra o Talleres (ARG) e o São Paulo ainda não tem uma equipe titular definida. Pior: o São Paulo ainda não tem uma identidade.

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Hoje, o torcedor não sabe o que esperar do time na próxima partida. Será aquele São Paulo que colocou a bola no chão e envolveu o Mirassol e o Novorizontino? Ou será o que se retraiu diante do Santos e não deu um chute sequer na direção do gol? Ou, quem sabe, aquele que levantou 61 bolas na área do Guarani?

André Jardine é convicto no discurso: quer montar um Tricolor intenso, sempre protagonista e de vasto repertório ofensivo, inspirado em grandes equipes da Europa - o Liverpool, uma das inspirações, cruza em média 18 bolas na área por jogo... O problema é que nos dois jogos mais complicados do Paulistão o São Paulo não conseguiu preencher esses três requisitos.

Na derrota por 2 a 0 para o Santos, não foi intenso, não foi protagonista e não mostrou repertório ofensivo. No 1 a 0 para o Guarani, pode-se dizer que foi intenso e protagonista em alguma medida - apesar de o placar favorável ao adversário desde o primeiro minuto ter colaborado para isso -, mas faltou o repertório.

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Os jogadores tiveram paciência para rodar a bola, o posicionamento mais fechado dos laterais permitiu que os pontas fossem frequentemente acionados no mano a mano e... Só! A faixa do campo que geralmente é ocupada por um meia criativo esteve deserta até Hernanes entrar, o que provocou a infinidade de cruzamentos para Pablo e Diego Souza tentarem a sorte.

Mesmo sem ritmo, o Profeta apareceu na área duas vezes para finalizar e deu uma boa enfiada para Diego Souza no meio da zaga. Gestos simples para um meio-campista, não para os colegas de Hernanes no São Paulo. É uma deficiência grave do elenco, sobretudo para uma equipe que se propõe a tomar conta do jogo. O camisa 15, mesmo longe de seu nível físico ideal, já é imprescindível.

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A pressa que o calendário exige, obviamente, é um fator complicador para qualquer técnico - com exceção de Jorge Sampaoli, aparentemente. O próprio Jardine admite que tem tentado encontrar uma equipe ideal ao mesmo tempo em que toma o cuidado de não expor os seus principais atletas a um risco alto de lesão, mas a verdade é que a equipe ideal ainda não deu as caras, sendo que jogadores como Bruno Peres, Pablo e até Everton, que tem histórico de problemas musculares, foram titulares em todos os jogos.

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Pelé — O Rei se aposentou oficialmente dos gramados em uma partida do Santos contra a Ponte Preta, em 1974. Porém, no ano seguinte, voltou aos gramados com a camisa do Cosmos, de Nova York, clube que investiu na contratação das maiores estrelas do esporte à época para impulsionar o futebol nos Estados Unidos

Donizete — Meia-atacante, que brilhou no Botafogo, Vasco e Corinthians, assinou com o Sport Linharense-ES, em 2016, quando tinha 47 anos. O Pantera havia encerrado a carreira uma década antes, no Londrina

Edilson Capetinha — Habilidoso, polêmico e vencedor, o "Capetinha" havia pendurado as chuteiras, em 2010, pelo Bahia. Porém, seis anos depois, voltou a jogar pelo Taboão da Serra, da Grande São Paulo

Amoroso — Craque revelado pelo Guarani nos anos 1990, o jogador também brilhou na Udinese, Borussia Dortmund e no São Paulo, clube pelo qual foi campeão mundial. O meia assinou contrato com o Boca Raton FC, dos Estados Unidos, em 2016, sete anos depois de deixar o futebol

Romário — O Baixinho encerrou a vitoriosa carreira no Vasco. Em 2009, um ano depois de oficializar a aposentadoria, Romário decidiu realizar o sonho do pai e vestir a camisa do América-RJ. O atacante entrou no segundo tempo da partida em que o time americano conquistou a segunda divisão do futebol carioca e voltou a elite fluminense

Roberto Carlos — O lateral-esquerdo, pentacampeão mundial com o Brasil, em 2002, ídolo do Real Madrid, havia anunciado o fim da sua etapa como atleta profissional. Entretanto, em 2015, ele decidiu retornar às quatro linhas para uma experiência no Delhi Dynamos, da Índia, onde seria jogador e treinador

Gustavo Nery — Com boas passagens por São Paulo, Corinthians, Fluminense, Guarani, Santos e campeão da Copa América de 2004 pelo Brasil, o lateral-esquerdo havia abandonado os gramados, em 2010. Dois anos depois, Gustavo Nery vestiu a camisa do São Bernardo FC

Amaral — Volante que se tornou ídolo da torcida do Palmeiras, fez sucesso também no Corinthians e vestiu camisas importantes do futebol brasileiro - e da seleção -, Amaral havia abandonado o esporte quando, em 2015, aos 41 anos, assinou com o Capivariano, clube que o revelou

Viola — Centroavante que marcou época com a camisa do Corinthians, passou por outros grandes clubes e foi tetracampeão mundial com a seleção brasileira na Copa de 1994, nos Estados Unidos, Viola decidiu deixar a aposentadoria de lado e assinou com o Taboão da Serra, em 2015, aos 46 anos

Zico — Após encerrar o ciclo no futebol pelo Flamengo, em 1989, o craque decidiu enfrentar um novo desafio e se tornou um dos pioneiros entre os brasileiros no futebol japonês. O Galinho vestiu a camisa do Kashima Antltes no início dos anos 1990

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