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Times tradicionais buscam marca própria por lucro e participação

Clubes estimam incremento de até R$ 1 milhão nas receitas e aumento de 150% nas peças vendidas sem intermédio da fornecedora de material

Futebol|André Avelar, do R7

Coritiba deixou famosas fornecedoras para fazer sua própria marca
Coritiba deixou famosas fornecedoras para fazer sua própria marca Coritiba deixou famosas fornecedoras para fazer sua própria marca

Principal artigo esportivo de um clube, o uniforme de jogo exige o respeito que os torcedores pedem e o faturamento que os dirigentes almejam. Para equilibrar essa conta, times tradicionais decidiram romper com as famosas fornecedoras de material esportivo e migrar para uma marca própria. O incremento de até R$ 1 milhão nas receitas e aumento de 150% nas peças são atrativos além de maior participação.

Inicialmente, os torcedores tendem a preferir que seus times vistam marcas internacionalmente conhecidas. Além da qualidade já comprovada, existe a satisfação de vestir o mesmo modelo de camisas de um Barcelona (Nike), Real Madrid (Adidas) ou Arsenal (Puma). Como se não bastasse, tantos e tantos uniformes apresentam números apagados e patrocinadores caídos pelos estaduais.

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América-MG lançará sua própria marca em janeiro
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Na outra ponta dessa história estão os próprios clubes. Se não estão na mesma vitrine de gigantes do futebol nacional, agremiações de pequeno e médio porte estão eliminando um intermediário nas vendas para conseguir mais receita e, de quebra, ainda garantir maior cuidado com o produto.

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O Bahia é o único time da Série A do Campeonato Brasileiro que hoje estampa sua própria marca — deixou a Umbro e passou a estampar Esquadrão em suas peças, em referência clara ao Esquadrão de Aço do fim dos anos de 1940 e da década de 1960. Para janeiro de 2019, o América-MG já prometeu a troca da Lupo por uma marca própria, por enquanto chamada de Coelho, animal símbolo do time.

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Depois de seis anos de relacionamento com a antiga marca, o América-MG explica que não teve um episódio dito como a “gota d´água”. O diretor de marketing e negócios Erley Lemos disse que era preciso “entregar uma novidade para o torcedor” além de baratear a camisa. Se as de marcas famosas beiram os R$ 300, as de marca própria não ficam nem perto de R$ 200.

Juventude escolheu a 19Treze para lembrar o ano de fundação do time de Caxias
Juventude escolheu a 19Treze para lembrar o ano de fundação do time de Caxias Juventude escolheu a 19Treze para lembrar o ano de fundação do time de Caxias

“Avaliamos as possibilidades dos mercados e observamos bem de perto os clubes que já haviam tido essa iniciativa. Com a marca própria, você acaba tendo maior parte nas vendas e também há a possibilidade de aproximar mais o torcedor”, disse Lemos.

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O Paysandu, no final de 2015, foi o primeiro clube a adotar este modelo de negócio. Pouco tempo depois, foi a vez do Juventude deixar a Kappa e lançar a 19Treze (escrita assim mesmo para sempre lembrar o ano de fundação do time de Caxias do Sul). A saída foi a melhor opção para receber material melhor e sair do fundo das prateleiras das lojas.

“Tivemos um problema grave de fornecimento e na qualidade do material. Vendo o mercado, deu para notar que as marcas tradicionais eram muita coisa para o que nós queríamos. A nossa camisa ficava por último na produção e acabava não sendo o foco da marca”, disse Matheus Antunes, um dos responsáveis pela criação da marca.

Retorno financeiro

Primeiro colocado na Série B, o Fortaleza também lidera também o modelo de negócio. Desde outubro de 2016 com a Leão 1918, apelido e ano de fundação do clube, a marca já caiu no gosto do seus torcedores e tem rendido bons números aos cofres. O aumento inicial do número de produtos vendidos foi de 150%, com estimativa de venda de 61 mil peças ao longo do ano.

Grife permite também novas possibilidades de negócios
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Ainda assim, o presidente Marcelo Paz acredita que essa não deva ser uma tendência para grandes clubes do cenário nacional.

“A gente vendia muito e recebia muito pouco”, disse Paz. “Mas a grande diferença para Flamengo, Corinthians, por exemplo, é que as grandes marcas ofertam muito dinheiro em mãos quando chegam com esse ‘enxoval de uniforme’. É muito mais cômodo pegar esse dinheiro e não se importar com a produção. Para os clubes do nosso patamar, as empresas não oferecem dinheiro e descobrimos um novo negócio.”

Sou 1909 x gigantes do mercado

Nos últimos anos, os torcedores do Coritiba se acostumaram a vestir elegantes uniformes de Adidas e Nike. Nenhum desses contratos, no entanto, superou a estimativa de R$ 1 milhão de lucro com a operação. Só neste primeiro mês de lançamento, foram R$ 400 mil em vendas.

“É uma nova realidade de mercado e nela é possível observar um modelo muito mais vantajoso. A iniciativa de mudança ampliou receitas e está atendendo diretamente ao desejo de nosso consumidor. Isso se desenhou em razão de um mercado mais propício a esta dinâmica.”

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