Parece arrogância, mas é verdade: Flamengo está em 'outro patamar'
Time nem precisou 'suar a camisa' para vencer o Athletico-PR por 3 a 0 e conquistar a Supercopa do Brasil. É o quarto título no intervalo de um ano
Futebol|Felippe Scozzafave, do R7
Foi apenas o quarto jogo do Flamengo com seu time principal em 2020. Mas o recado aos principais rivais já está dado: erguer taças, como o Rubro-Negro fez três vezes em 2019, com os títulos do Campeonato Carioca, Campeonato Brasileiro e da Libertadores, e também na manhã deste domingo, ao vencer o Athletico-PR por 3 a 0 e conquistar a Supercopa do Brasil, parece que será algo cada vez mais comum.
Isso porque depois de anos derrapando em seus próprios erros administrativos, o clube parece ter se acertado. Agora o ciclo é vitorioso. Bons jogadores trazem títulos, títulos trazem investidores, que trazem um time de alto nível. Tudo isso aumenta em muito a chance de novas conquistas acontecerem.
Nesse início de 2020, esse cenário é muito claro. Depois de dominar o futebol brasileiro e da América do Sul em 2019, o time foi o que mais se reforçou para a atual temporada, contratando jogadores de peso, como Pedro, Michael, Gustavo Henrique e Léo Duarte. Isso praticamente sem perder peças importantes. Da equipe base no último ano, apenas o zagueiro espanhol Pablo Marí foi negociado. Por outro lado, a permanência de Gabigol, artilheiro do Brasil em 2019, com 43 gols, dois deles na final da Libertadores, foi garantida.
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Desses reforços, a maioria chega mesmo apenas para reforçar o elenco. Hoje, por exemplo, jogadores como Pedro e Thiago Maia nem saíram do banco de reservas. Isso, por si só, mostra a força do time carioca, já que atletas que seriam titulares em qualquer outro time do Brasil precisam esperar uma oportunidade para conseguir alguns minutos.
O "problema" é que essa chance não parece próxima, já que os titulares Bruno Henrique, Gabigol e Arrascaeta mostram ainda ter fome de gols, vitórias e títulos, uma mentalidade que parece um diferencial de outros grandes esquadrões recentes no futebol brasileiro, que acabaram se perdendo na acomodação, como o São Paulo, campeão da Libertadores, Mundial e tri brasileiro em quatro temporadas, mas que hoje se encontra em um grande jejum de títulos. Outro exemplo disso é o Corinthians.
Aquele time campeão do mundo com Guerrero, Sheik, Paulinho e Danilo, reforçado ainda com Gil, Pato e Renato Augusto, poderia ter dominado o país e o continente por alguns anos. Mas faltou gana, faltou pulso. Tite não conseguiu manter o grupo focado. O time vencedor se acomodou.
Nesse ponto que o Flamengo pode ser diferente. Jorge Jesus não vai aceitar isso. Sua mentalidade não permite um time deslumbrado com as vitórias. Quem diminuir o ritmo, vai sair do time. Quem não treinar, não estiver em forma, vai perder espaço para quem busca uma oportunidade.
Que fique claro: não estamos aqui garantindo que o Rubro-Negro conquistará todos os sete títulos que disputar na temporada. Futebol não é assim, um erro pode ser fatal. Mas também não é algo a se descartar.
É bom que os outros grandes times do Brasil abram o olho e encontrem uma forma de parar esse time que, nesse momento, parece imbatível.
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