Novas mensagens reforçam que Allana conhecia família de Daniel
Sequência de conversas via Whatsapp obtidas pelo R7 revela que jovem presa por participação no crime escondeu informações de parentes do jogador
Futebol|Cesar Sacheto, do R7
Uma sequência de mensagens ainda não reveladas, trocadas via aplicativo de mensagens Whatsapp entre a família do meia Daniel Corrêa, de 24 anos, e Allana Brittes, de 18 anos, reforça a tese que a jovem ludibriou os parentes da vítima já sabendo do trágico destino do jogador, executado no último dia 27 de outubro com golpes de faca depois de ser espancado na casa da família em São José dos Pinhais (PR).
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Na conversa, ocorrida no domingo (28), a mãe do jogador solicita números e endereços de hotéis na região de Curitiba para onde o rapaz poderia ter ido depois de sair da festa de aniversário da residência dos Brittes, onde foi morto. Allana demonstra intenção de ajudar a família de Daniel e surpresa ao saber da morte do jogador.
"A gente fala do IML e ela (Allana) diz para termos fé. Ela foi dissimulada o tempo todo. Teve a frieza de conversar com a família", revelou um parente próximo de Daniel, em entrevista exclusiva ao R7, que não quer ser identificado por medo de represálias dos envolvidos no homicídio brutal.
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Allana dizia desconhecer o paradeiro de Daniel depois de sair do aniversário dela. A jovem garantiu aos familiares do meia que o viu deixando a casa. Ela também revelou o nome de uma moça — de nome Evellyn — com quem Daniel teria tido um envolvimento amoroso durante a festa.
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Na versão da suspeita em conversa com os familiares, ela afirma que a suposta acompanhante de Daniel era solteira e saiu da festa junto com o meia, que havia sido emprestado pelo São Paulo ao São Bento, time que disputa a Série B do Campeonato Brasileiro. "Era solteira, sim. Mas só deram um beijo na balada", disse.
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Nas conversas trocadas com a mãe de Daniel, Allana nega veementemente qualquer discussão ou briga durante o aniversário. "Claro que não. Imagina. Era a minha casa", enfatizou.
Em outro momento, Allana é questionada se Daniel teria se envolvido com alguém na festa que pudesse ter provocado algum tipo de conflito ou se ele havia deixado o local acompanhado. A jovem cita o nome de alguém que teria estado com o jogador, mas nega qualquer atrito durante a festa.
Dois dias depois do assassinato (segunda-feira, 29 de outubro), o pai de Allana telefonou para a mãe da vítima, que estava em Conselheiro Lafaiete (MG), onde Daniel foi criado e a família reside. Na ligação, Edison Brittes Junior deu os pêsames aos parentes e ofereceu auxílio.
O crime
O jogador Daniel havia ido até Curitiba especialmente para participar das comemorações do aniversário de 18 anos de Allana Brittes. Ele recebeu dispensa do São Bento por estar lesionado e viajou para Curitiba no dia 26.
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Depois de ir com amigos e a família Brittes para a casa noturna Shed, em um bairro boêmio da capital paranaense, Daniel seguiu para um after na casa de Allana.
O jogador tirou fotos deitado na cama ao lado de Cristiana, que estava dormindo. Ele enviou mensagens para amigos e disse que havia mantido relações sexuais com a mulher de Edison Brittes.
Segundo a investigação policial, o marido invadiu o quarto junto com outros três homens e espancou o atleta, que implorou pela vida. Em seguida, Daniel foi torturado, teve o pescoço praticamente decepado e os órgãos genitais cortados pelos criminosos.
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Uma testemunha procurou a polícia na semana passada com informações sobre o assassinato. O rapaz, que também estava na festa de aniversário de Allana, revelou detalhes sobre a dinâmica e os motivos do crime.
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Allana está presa junto com a mãe, Cristiana, e o pai, Edison Brittes Junior, de 38 anos, suspeito que confessou o assassinato em vídeo gravado pela defesa. De acordo com o delegado Amadeu Trevisan, responsável pelo inquérito, a jovem e a mãe foram detidas por estarem o tempo todo no local do crime.
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