Cuca repete roteiro comum da carreira após saída do Atlético-MG; relembre

A saída de Cuca do Atlético-MG segue um roteiro que se repete ao longo de sua carreira. O treinador acumula passagens marcadas por despedidas repentinas, seja por motivos pessoais, de saúde ou simplesmente por divergências de estilo. No Galo, em meio a resultados ruins, o treinador novamente deu adeus a um trabalho após pouco tempo. A gota d’água foi a derrota por 2 a 0 para o Cruzeiro, em plena Arena MRV, pelo jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil.

“Entendo a demissão. Acho que ela se justifica pelos últimos resultados no Campeonato Brasileiro. Infelizmente, perdemos jogadores importantíssimos que nos fizeram muita falta. Agradeço a todos os jogadores pela luta, entrega e parceria que tiveram comigo, sem restrições!”, disse o técnico em anúncio oficial de sua saída.

Paraná (2003)

No início da carreira, Cuca surpreendeu ao trocar o Paraná Clube, onde havia conseguido um bom oitavo lugar no Brasileirão, pelo Goiás, que ocupava a lanterna da competição. A aposta parecia arriscada, mas o treinador deu conta do recado e levou o time goiano a uma arrancada histórica, garantindo vaga na Libertadores.

Botafogo (2007)

Quatro anos depois, em 2007, o técnico viveu uma situação inusitada no Botafogo. Após a eliminação na Copa Sul-Americana para o River Plate, anunciou que estava deixando o clube. No entanto, apenas nove dias depois, voltou atrás e foi recontratado pelo time carioca. Cuca, à época, afirmou que pediu demissão apenas para facilitar uma decisão que já havia sido tomada pela diretoria.

Atlético-MG (2013)

O auge da carreira veio em 2013, quando Cuca comandou um Atlético-MG histórico, com Ronaldinho Gaúcho, Diego Tardelli, Bernard e Jô, até a conquista da Libertadores. Porém, mesmo vivendo o ápice, ele aceitou uma proposta do Shandong Luneng, da China. A saída gerou polêmica: a notícia vazou durante o Mundial de Clubes, e o time mineiro acabou derrotado pelo Raja Casablanca. Antes mesmo do fim da competição, o clube chinês já anunciava Cuca como seu novo técnico.

Palmeiras (2016)

Três anos depois, em 2016, outro título marcante: o Campeonato Brasileiro pelo Palmeiras. Cuca disse que sua intenção inicial era não assumir o clube naquele ano, mas acabou cedendo. Após levantar a taça, alegou que precisava se dedicar à família e pediu demissão. Retornou em maio de 2017, mas a segunda passagem durou pouco mais de quatro meses.

São Paulo (2019)

Em 2019, após se recuperar de uma cirurgia cardíaca, assumiu o São Paulo. Conduziu o time ao vice do Paulistão, mas ficou apenas cinco meses no cargo. Foram nove vitórias em 26 partidas até decidir sair. Na despedida, resumiu: “Infelizmente o meu estilo não casou com o do São Paulo. Não combinou.”

Santos (2020)

No auge da pandemia da covid-19, o Santos anunciou Cuca como substituto de Jesualdo Ferreira. O treinador vinha em baixa e assumiu um time com poucas expectativas. No entanto, ajudou a levar o time a uma inesperada final de Libertadores, num time que contava com elenco restrito, especialmente, pois o Peixe sofria com um transfer ban na época.

Na final da Libertadores, o Santos perdeu por 1 a 0 para o Palmeiras, e Cuca saiu pouco tempo depois. Alegando problemas de saúde, o treinador optou por não continuar no Peixe e encerrou sua passagem antes do esperado.

Atlético-MG (2021)

No retorno ao Atlético-MG em 2021, Cuca conquistou mais um ano memorável: venceu o Campeonato Mineiro, o Brasileirão e a Copa do Brasil. No entanto, novamente surpreendeu a todos ao anunciar sua saída em dezembro, alegando motivos pessoais. Assim como em 2013, deixou o Galo no auge.

Athletico-PR (2024)

No ano passado, Cuca era técnico do Athletico-PR e surpreendeu ao pedir demissão de forma inesperada. O treinador tinha 23 jogos e aproveitamento de 66%, além da conquista do Paranaense. Foram 14 vitórias, quatro empates e cinco derrotas. No entanto, após uma sequência de resultados ruins, Cuca optou por encerrar o trabalho repentinamente. O Furacão acabou sendo rebaixado em 2024.

A trajetória do treinador mostra uma carreira vitoriosa, mas marcada por despedidas inesperadas. Com a saída mais recente do Atlético-MG, Cuca reafirma um padrão: títulos, impacto imediato, mas ciclos curtos que quase nunca chegam a uma temporada completa.