Técnico de rugby ensina ingleses a baterem o pênalti perfeito

A sina dos ingleses em perderem pênaltis em Copas do Mundo é um trauma nacional que volta a assombrar o país às vésperas do Mundial do Brasil. Mas, o que pode ser feito a respeito disto? Escrito por um jornalista local, Ben Lyttleton, o livro “Sete metros – A arte e a psicologia do pênalti perfeito” se propõe a resolver a questão.

O texto se baseia em uma experiência conduzida por um ex-jogador e treinador de rugby, Clive Woodward. Durante um período em que trabalhou no time do Southampton, ele fez um teste, pedindo para que jogadores batessem pênaltis em gols que continham apenas câmeras e cordas. O objetivo era acertar a bola no espaço entre as cordas e a trave.

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O resultado? “Não muito bom”, nas palavras do próprio Woodward. Ele então passou a analisar os vídeos e chegou a uma grande conclusão:

— Cada vez, eles faziam a coisa diferente. Mas, para chutar uma bola parada, é preciso ter a mesma rotina, fazer as mesmas coisas várias vezes.

Ele então chamou um famoso jogador de rugby local, Jonny Wilkinson, para testar seu sistema de repetição e...

— Era sensacional assisti-lo. Se ele jogasse futebol, conseguiria um acerto de sete ou oito em dez chutando apenas em uma trave. Inacreditável!

Simular as condições que os jogadores encontrariam durante uma partida ao fim de cada treino virou a maior dica de Woodward. E mais: ele atribui a responsabilidade do pênalti a quem nem vai batê-lo: o técnico

— O negócio é sobre os técnicos, não jogadores. Ser técnico significa ajudar os atletas a agirem quando estão sob pressão e há muitas coisas a se ensinar aí.

Com um título mundial de rugby no currículo, ele sentencia a respeito do trauma inglês com pênaltis:

— Não merecemos ganhar porque somos arrogantes suficientes para pensar que jogadores que mal bateram um pênalti antes podem fazer isso

Fica agora a questão: será que os inventores do futebol levarão a sério a dica de Woodward durante a Copa?