Vuvuzela e brinquedo de criança fazem som do jogo na Rússia 2018
Assim como com a caxirola, Fifa tentou impor na cultura local do futebol 'colheres da vitória' que não fizeram sucesso na abertura do Mundial
Copa 2018|André Avelar, do R7, em Moscou, na Rússia
A torcida de Copa do Mundo em geral está longe de ser a mais acostumada com estádios de futebol. É de quatro em quatro anos que famílias ao redor do planeta planejam uma verdadeira excursão para jogos que podem nem ser de suas seleções. Daí a opção por adereços que geralmente não estão ligados ao espetáculo. Na Rússia 2018, a velha vuvuzela e um brinquedo de criança fazem o som do jogo.
Por uma opção muito mais comercial, a Fifa tentou introduzir na cultura local do futebol as tais das “colheres da vitória”. Mas os dois objetos de plástico que batidos um no outro fazem em tese um som típico, parecem não estar no cardápio dos torcedores russos. Mais do que isso, são difíceis até de serem encontradas no comércio.
Já as cornetas da África do Sul 2010, que eram barradas na entrada dos estádios no Brasil 2014, voltaram com força neste Mundial. Ao menos na abertura no Estádio Luzhniki, elas tinham passe livre e acompanhavam principalmente o ataque da seleção da Rússia. Ao longo dos cinco gols da vitória sobre a Arábia Saudita, os torcedores gastaram o ar dos pulmões.
Mas havia também um outro instrumento, esse muito mais popular e acessível. Praticamente um brinquedo de criança pintado nas cores do país e com uma bandeirinha russa. Duas mãozinhas de plástico que também batidas uma na outra faziam um barulho ainda mais ensurdecedor e acompanhavam o ritmo nas arquibancadas.
“Faz um som engraçado. É divertido. Não estamos acostumados a torcer assim”, disse a torcedora russa Ekaterina Koshcheeva, de São Petesburgo. “Não sei por que tem gente que não gosta. Ajuda o nosso time”, completou a amiga Iuliia Totrova, de Moscou.
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As colheres da vitória lembram um antigo instrumento de percussão de madeira russo, utilizado em jantares e festas acredita-se a partir do século 13. Ainda antes da Copa, a imprensa local dizia que a Rússia 2018 havia destinado 1 milhão de rublos (aproximadamente R$ 62 milhões) para o desenvolvimento e distribuição do instrumento.
No Brasil 2014, um outro instrumento musical sugerido pela Fifa resultou em fracasso de público. A caxirola, inventada pelo cantor Carlinhos Brown, chegou a ser arremessada no gramado da Fonte Nova, em Salvador. Desde que a Copa passou, o chocalho nunca mais foi vistos nos estádios.
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