França e Bélgica têm 30 jogadores da “legião estrangeira”
Seleções, que disputam vaga na final da Copa do Mundo, viraram símbolos do multiculturalismo e força da globalização
Copa 2018|Alexandre Garcia, do R7
As seleções da França e da Bélgica voltam a campo na próxima terça-feira (10) em busca de uma das vagas na final da Copa do Mundo da Rússia. Rivais no gramado, as duas equipes têm algo em comum: diversos jogadores com descendência estrangeira.
Entre os 46 craques convocados para atuar nas duas seleções nos gramados russos, 30 deles (19 franceses e 11 belgas) nasceram fora do país que defendem ou têm descendentes de origem estrangeira.
A maioria dos atletas da "legião estrangeira" das equipes que disputarão uma vaga na final do Mundial tem descendência em países que foram colônias belgas e francesas, como Congo, Argélia, Senegal e Mali.
Na França, o goleiro Mandanda, os zagueiros Umtiti e Varane e o meio-campista Thomas Lemar nasceram, respectivamente, no Congo, em Camarões, na Martinica e em Guadalupe. Eles foram naturalizados para defender as cores dos Blues.
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Os outros 15 franceses com descendência estrangeira têm os antecedentes com origem argelina (Blaise Matuidi, Nabil Fékir e Kylian Mbappé), camaronesa (Kylian Mbappé), congolesa (Presnel Kimpembe e Steven N'Zonzi), espanhola (Lucas Hernández), filipina (Alphonse Aréola), guineense (Paul Pogba), marroquina (Adil Rami), malinesa (Ousmane Dembélé, N'Golo Kanté e Djibril Sidibé), portuguesa (Antoine Griezmann), senegalesa (Benjamin Mendy) e togolesa (Corentin Tolisso).
Do outro lado do gramado, os franceses terão como adversários belgas com descendência semelhantes. Na equipe que derrotou o Brasil nas quartas de final, aparecem jogadores com antepassados nascidos no Congo (Romelu Lukaku, Vincent Kompany, Youri Tielemans, Axel Witsel e Michy Batshuayi), em Kosovo (Adnan Januzaj), Mali (Moussa Dembélé), Marrocos (Marouane Fellaini e Nacer Chadli), Martinica (Yannick Carrasco), Sérvia (Adnan Januzaj) e Portugal (Yannick Ferreira-Carrasco).
Descendências duplas
Nome de destaque da seleção francesa no Mundial da Rússia, o atacante Mbappé, de 19 anos, é filho de pai camaronês e mãe argelina. Ambos os países são ex-colônias francesas e representam boa parte dos moradores do país europeu.
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O mesmo caso de Mbappé ocorre com o belga Adnan Januzaj, que nasceu em Bruxelas, capital da Bélgica, mas tem pais nascidos no Kosovo e na Sérvia. Antes do nascimento de Januzaj, o casal se mudou para a Bélgica para fugir da Guerra Civil Iugoslava na década de 1990.
Outro belga que poderia ter vestido a camisa de outras duas seleções é Yannick Ferreira-Carrasco, que é filho de pais nascidos na Espanha e em Portugal.
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