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Autores protestam contra boicote a biografia sobre delator da Fifa

Noite de autógrafos de 'O delator', livro não-autorizado sobre a trajetória profissional de J. Hawilla, foi recusada por shoppings de São José do Rio Preto

Copa 2018|André Avelar, do R7

Hawilla exerceu grande poder no interior de SP e foi delator da corrupção na Fifa
Hawilla exerceu grande poder no interior de SP e foi delator da corrupção na Fifa Hawilla exerceu grande poder no interior de SP e foi delator da corrupção na Fifa

Impedidos pelos shoppings de São José do Rio Preto (SP) de realizar uma noite de autógrafos para o lançamento de “O delator”, a editora Record e os autores do livro classificaram a atitude como espécie de “ato de poder póstumo” de José Hawilla. O empresário que revelou a corrupção na Fifa, fez carreira no interior do Estado, e morreu na última sexta-feira (25), em São Paulo, com problemas respiratórios.

O subtítulo “A história de J. Hawilla, o corruptor devorado pela corrupção no futebol” dá uma ideia do quão devastadora pode ser a biografia não-autorizada dos jornalistas Allan de Abreu e Carlos Petrocilo. Procurados pelo R7, os shoppings Iguatemi e Rio Preto Shopping, citados como os que se recusaram a receber os eventos, não se manifestaram até o fechamento desta reportagem.

Publicar jornalismo independente no Brasil é correr risco. Nós vamos enfrentar. Não importa qual seja a motivação para o impedimento

(Carlos Andreazza, executivo da editora Record)

A obra é fruto de um trabalho de dois anos de pesquisa e entrevistas para compor o raio-x sobre a carreira do dono da Traffic e controlador da TV Tem, afiliada da Rede Globo no interior do Estado, que tem como justamente os shoppings entre seus anunciantes. Os autores prometem detalhes exclusivos do megaesquema de corrupção protagonizado por J. Hawilla, que culminou na implosão do Fifagate no depoimento ao FBI.

Editor-executivo de ficção nacional e não-ficção da editora, Carlos Andreazza classificou o boicote como “ação autoritária” de um país que não existe mais. Segundo Andreazza, o episódio é um claro exemplo do “abuso de poder econômico e do velho compadrio entre poderosos”:

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— Editores no Brasil, sobretudo os que fazem livros-reportagem, estão já habituados a isso. Publicar jornalismo independente no Brasil é correr risco. Nós vamos enfrentar. Não importa qual seja a motivação para o impedimento. Porque, seja como for, é movimento contra a liberdade.

A livraria Leitura, do Iguatemi, tinha até preparado o espaço e um coquetel para receber o evento de lançamento da obra, mas teria sido vetada pela admninstração do shopping. A livraria não foi encontrada para comentar o caso.

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Abreu revelou frustração e mágoa na recusa do shopping e prometeu lutar contra “narrativas do poder maléfico que a elite econômica (e predatória) ainda exerce no Brasil”:

— A família Hawilla enriqueceu à custa de grossa corrupção, isso é notório, mas algumas pessoas preferem vê-los apenas como "empreendedores" que deixaram um "legado" para Rio Preto.

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Hawilla foi acusado nos Estados Unidos de formação de quadrilha, obstrução de justiça, lavagem de dinheiro e fraude bancária. Hawilla colaborou com o Fifagate e aceitou pagar US$ 151 milhões de multa em 2015 (mais de meio bilhão de reais em valores de hoje) sem nunca ter sido indiciado no Brasil. No início do ano, ele havia voltado para o Brasil, mas ainda com processo em aberto lá fora.

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