Após drama, Guerrero diz adeus à Copa com vitória e atuação de gala
Camisa 9 peruano não sabia se jogaria o Mundial até o fim de maio; ele deixa a Rússia com um gol e uma assistência no último jogo da seleção no torneio
Copa 2018|Guilherme Padin, do R7

O Peru se despediu, nesta terça-feira (26), após vitória contra a Dinamarca por 2 a 0, da Copa do Mundo de 2018.
Apesar de não passar de fase, o atacante Paolo Guerrero deixa o torneio de cabeça erguida.
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Autor de um gol e uma assistência, ele comandou a única vitória de sua seleção na Copa da Rússia, e deu aos peruanos o gosto do triunfo na última partida.
O drama de Guerrero
Das Eliminatórias Sul-americanas até a Copa do Mundo, Paolo Guerrero viveu um drama que deixou não só a si próprio, como a todos os peruanos apreensivos.
Em 10 de outubro de 2017, ao marcar um gol contra a Colômbia, em empate por 1 a 1 pelas Eliminatórias, o camisa 9 ajudou sua equipe a ir à repescagem para a Copa do Mundo de 2018.
No início do mês seguinte, o atacante foi suspenso por 30 dias após a resolução do teste antidoping de jogo pelas Eliminatórias contra a Argentina, em 5 de outubro. O resultado foi positivo para a substância benzoilecgonina, um metabólito proibido pela Fifa onde se encontra cocaína.

Ainda em novembro, sem Guerrero, o Peru venceu a Nova Zelândia na repescagem e garantiu sua vaga ao Mundial de 2018.
Apesar a classificação após 36 anos sem estar em uma Copa, o ídolo dos peruanos teve uma nova má notícia: em 8 de dezembro, foi definida a suspensão de um ano para o atacante.
Depois de 12 dias, ela foi reduzida para seis meses — o que permitiria que ele disputasse a Copa.
Quando a situação parecia se tranquilizar para o atacante, ele foi a uma audiência do TAS (Tribunal Arbitral do Esporte) em meados de maio, quando teve sua pena ampliada de seis para 14 meses, e assim, mais uma vez, ele perderia a Copa do Mundo.
Dias depois, os capitães de França, Dinamarca e Austrália — seleções do Grupo C, do Peru — enviaram uma carta aberta à Fifa, pedindo para que Guerrero pudesse jogar o Mundial.
Ao fim de maio, o atacante do Flamengo enviou carta ao Tribunal Federal Suíça, a última instância que poderia impedir a decisão do TAS, e, apenas em 31 de maio, ele conseguiu a sanção para que pudesse ir à Rússia no mês seguinte.
A Copa do camisa 9 do Peru
Embora tenha recebido a liberação para jogar a Copa do Mundo, Guerrero não foi escalado por Ricardo Gareca para a estreia contra a Dinamarca.

Ele teve de ver, do banco de reservas, Cueva perder um pênalti e sua seleção sair derrotada por 1 a 0.
No segundo jogo, foi titular contra a favorita França, e novamente perdeu pelo placar míninmo. Além disso, o revés significava o adeus da seleção peruana à Rússia.
O Peru teria apenas o jogo de despedida da Copa contra a Austrália. Em termos competitivos, a partida de nada valeria para os sul-americanos — para os australianos, com uma combinação de resultados, a vitória valeria a classificação.

Mesmo sem a motivação para avançar às oitavas de final, Guerrero comandou a seleção peruana e garantiu a vitória para a equipe de seu país, que não jogava a Copa desde 1982.
Primeiro, na etapa inicial, acertou um cruzamento preciso para o belíssimo chute de voleio de Carrillo, que abriu o placar e fez os peruanos comemorarem um gol depois de 36 anos.
Já no segundo tempo, foi a vez do oportunista Guerrero finalizar de voleio e fechar a conta. 2 a 0 para o Peru, com direito a gol e assistência do grande ídolo do futebol local.
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A discussão sobre envolvimento de jogadores com a política foi retomada nesta semana, após os Shaqiri (na foto) e Xhaka, jogadores da Suíça, comemorarem um gol contra a Sérvia, fazendo com as mãos a águia dupla, símbolo da bandeira da Albânia Eles foram multados em cerca de R$ 38 mil pela Fifa por causa dos gestos políticos. Shaqiri nasceu em Kosovo e Xhaka tem pais albano-kosovares. Kosovo é uma região de população de maioria albanesa, que declarou independência da Sérvia de maneira unilateral em 2008. Os sérvios, no entanto, ainda consideram Kosovo como sua província