México tem olheiro nos Estados Unidos para repatriar jogadores
Jovens Jonathan González e Efraín Alvarez chegaram a fazer categorias de base com uniformes dos EUA, mas passaram a vestir cores mexicanas
Futebol|André Avelar, do R7

Estados Unidos e México não nutrem exatamente uma relação amistosa. Em meio ao complicado contexto diplomático, um capítulo esportivo vem sendo escrito nos últimos anos com a disputa por jovens jogadores mexicanos que atuam em solo norte-americano.
Com residência no território ianque, os jogadores latinos têm a oportunidade de atuar com a camisa dos EUA. Alguns deles já são destaques da MLS (Major League Soccer, a liga profissional do país) e, claro, despertam interesse nos dirigentes.
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Dois jogadores americanos de nascimento foram motivo de intensa briga política, segundo uma reportagem do site "The Ringer". Jonathan González, de 19 anos, e Efraín Alvarez, de 16, fizeram as categorias de base defendendo os Estados Unidos, mas mudaram de cores no adulto graças ao trabalho de um olheiro.
“[A Federação Mexicana de Futebol] vê esses atletas como extensão do seu universo de jogadores”, disse Van der Most Van Spijk, um dos principais olheiros do futebol mexicano, que não esconde que tentou seduzir jogadores com algo que os Estados Unidos não poderiam dar a eles em 2018: a chance de disputar a Copa do Mundo.
González é hoje meio-campo do Monterrey-MEX e, já pela seleção mexicana, chegou a ficar no banco de reservas na derrota para os Estados Unidos, em setembro deste ano, equipe a qual deveria defender se não tivesse a cidadania mexicana.
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O também meio-campo Alvarez, que atua no time B do Los Angeles Galaxy, seguiu o mesmo caminho do ‘duplamente compatriota’. Alvarez, no entanto, ainda está nas categorias de base dos Estados Unidos.
“É uma situação muito específica essa dos mexicanos ou descendentes de mexicanos que vivem nos Estados Unidos”, disse Te Kloese, outro diretor da federação do México.
“Acho que é importante que as pessoas tenham olhos em todos os jogadores e nos mexicanos que atuam nos Estados Unidos. É uma oportunidade que eles têm de defender a seleção mexicana.”
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Do outro lado, a federação norte-americana deixa claro que não gosta da situação. Mas sabe que, até mesmo pelas regras da Fifa, não pode fazer mais do que denunciar possível assédio aos jovens atletas. Ainda assim, é difícil comprovar à entidade máxima do futebol que o jogador não manifestou interesse em trocar de nacionalidade.
Apesar da sinalização de ainda antes da Copa do Mundo da Rússia, a Fifa ainda não permite a mudança de seleção para jogadores que já tenham participado de torneios oficiais. No caso mais emblemático, o atacante Diego Costa chegou a ser convocado pelo Brasil em 2013, mas passou a atuar pela Espanha no ano seguinte.
“Não queremos que os jogadores se sintam pressionados a retornar e dizer: ‘Quero voltar a jogar pelos EUA’. É com o que me identifico. É o que sinto no meu coração”, concluiu Tony Lepore, dirigente da federação norte-americana.
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