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Sai padrão Fifa e entra inconveniência ao redor do estádio. Brasil não aproveita lado bom da Copa

Arena Corinthians volta ao Brasileirão com cambistas, vendedores ambulantes e militarização

Copa do Mundo 2014|Francisco Valle, do R7

Torcedores e vendedores ambulantes se reuniram em frente à arena
Torcedores e vendedores ambulantes se reuniram em frente à arena Torcedores e vendedores ambulantes se reuniram em frente à arena
Pedro (à esquerda) e Nilton (à direita) encararam o metrô lotado
Pedro (à esquerda) e Nilton (à direita) encararam o metrô lotado Pedro (à esquerda) e Nilton (à direita) encararam o metrô lotado

A Copa do Mundo saiu de cena e o padrão Fifa foi rapidamente substituído pelas velhas inconveniências dos estádios do Brasileirão. A volta do Corinthians à nova arena contra o Internacional, na última quinta-feira (17), mostrou que o lado bom do Mundial não foi aproveitado pelo País.

Durante o torneio de seleções, entrou em vigor a regra da Fifa, prevista na Lei Geral da Copa, para que os os locais das partidas tivessem barreiras em seu em torno a uma distância de 2,5 km. A medida tinha como função principal isolar cambistas, vendedores ambulantes, torcedores sem ingresso e manifestantes das arenas.

Já nos jogos caseiros, a prática não é comum — e nem viável —, mas o comportamento ao redor dos estádios durante a Copa, sem a inconveniência de um vendedor de bebidas ou a insistência de um cambista ao tentar vender um ingresso poderiam ser deixadas como legado para o futebol brasileiro. Se não pelo comportamento dos ‘‘inconvenientes”, por uma fiscalização mais rígida das autoridades.

Uma breve caminhada nas imediações da Arena Corinthians a poucos minutos do inicio do jogo contra o Inter já flagra todo o velho costume de volta. Ao falar com o cambista, a resposta sobre o preço do ingresso é 'salgada': R$ 250. Pela internet, o bilhete mais barato custava R$ 180. Já com o jogo em andamento, nas catracas, policiais militares, que durante a Copa só rondavam o lado externo, bloqueavam parte dos torcedores corintianos pelo acúmulo de gente.

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Questionado, um dos soldados da Tropa de Choque pôs a culpa no habito de chegar atrasado ao estádio dos torcedores.

— Você nunca foi a um jogo? Os caras chegam em cima da hora e a gente tem que bloquear. A catraca não suporta.

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O atraso, porém, tem explicação. O incentivo do governo pra que a torcida fosse à arena por transporte público na Copa permaneceu para o jogo do Brasileirão, e muitos corintianos foram de metrô para Itaquera a fim de evitar o trânsito do começo de noite em São Paulo. O que não ajudou, dessa vez, foi o horário. A partida foi marcada para as 19h30, momento em que o trabalhador paulistano pega a linha vermelha para voltar para casa. O resultado foi a demora e a superlotação, que incomodaram os torcedores.

Pai e filho alvinegros, Nilton e Pedro Lobo saíram da estação Barra Funda e, quando viram a quantidade de pessoas no trem já sabiam: “Vamos chegar atrasados”. Pedro pediu ao chefe e conseguiu sair mais cedo da farmácia de um hospital da zona norte, onde trabalha, para assistir ao primeiro jogo na nova arena. Mas, o pai reprovou o meio de transporte escolhido pelo filho.

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— Na próxima vez é de carro. Prefiro esperar no trânsito sentado do que encarar isto daqui.

Trânsito

Se o comportamento de torcedores e vendedores segue como se a Copa do Mundo não tivesse acontecido, o trânsito melhorou.

Segundo agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a distância de 2,5 km que a Fifa exigia complicava a vida dos moradores de Itaquera.

— Era muito grande e dificultava a vida de quem mora aqui, as pessoas tinham problemas para entrar e sair. Agora, nos jogos do Corinthians, é só essa rua aqui [av Miguel Inácio Curi], fica bem mais tranquilo.

Brasileirão acaba com lugar marcado e torcida misturada

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