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O Banheiro da Copa. Morador não liga para estrangeiros em sua própria casa no Maracanã

Aposentado cobra R$ 5 para torcedores fazerem suas necessidades antes de jogos do Mundial

Copa do Mundo 2014|André Avelar, do R7, no Rio

Torcedores fazem fila para usar o banheiro perto do Maracanã
Torcedores fazem fila para usar o banheiro perto do Maracanã Torcedores fazem fila para usar o banheiro perto do Maracanã

A criatividade do brasileiro supera qualquer padrão Fifa. Em época de Copa do Mundo, vizinhos do Maracanã alugam o banheiro da própria casa para torcedores de todas as partes do planeta aliviar a bebida consumida na porta do estádio no Rio de Janeiro. O aposentado Amâncio Oliveira não liga em ter sua própria casa tomada por estrangeiros seja lá para qual tipo de necessidade.

Desconfiado, o aposentado não gosta de falar da sua ideia e logo faz cara feia ao ler uma credencial com a palavra “imprensa” escrita em letras garrafais. A especialista em geladinhos (sacolé para os cariocas) Nira conta que a ideia surgiu a partir da falta de banheiros públicos nas redondezas do estádio. Segundo ela, os R$ 5 cobrados são para garantir a limpeza do local.

— A gente mora aqui há muito tempo e só pensou em ajudar as pessoas. Ele (Amâncio) viu que não tinha banheiro por perto e revolveu ajudar esse monte de gente. Ele é assim mesmo. Um português difícil (risos). Não gosta de falar muito, mas ajuda as pessoas.

A história lembra o premiado filme O Banheiro do Papa, dos diretores César Charlone e Enrique Fernández. O filme retrata o impacto da visita do Papa João Paulo 2º a uma cidadezinha no Uruguai. A visita é anunciada como grande oportunidade para os moradores abandonarem a pobreza.

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Ao contrário do filme, a família Oliveira vive bem e parece mesmo não ter a pretensão de fazer dinheiro com os sete jogos no Maracanã. Eles chegam a recusar dinheiro dos torcedores e guardam os pertences barrados na porta do estádio pelo simples fato de poder ajudar alguém. Um francês com uma câmera filmadora e uma equatoriana com uma xícara na bolsa conseguiram guardar objetos sem pagar nada.

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O guarda-volumes improvisado foi copiado por outras casas, algumas que chegam a cobrar por cada pacote. Segundo os moradores, a Guarda Civil fiscaliza a venda não autorizada de cerveja e pede que a população não acomode objetos que julgarem estranhos.

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Apesar da já esperada alta nos preços no Rio, Nira dá um belo exemplo de como tratar o público e acredita que o cliente tem mesmo sempre razão.

— O sacolé continua custando R$ 1 mesmo com o aumento de tantas coisas. A Copa do Mundo vai passar, mas meus clientes ficam.

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