Novato no tri, Rivellino vê Brasil inexperiente para Copa: “É um pecado jogar essa pressão no Neymar”
Ex-craque confia no talento do atacante do Barcelona, mas pede ajuda dos companheiros
Copa do Mundo 2014|Luiz Felipe Castro, do R7
Roberto Rivellino foi um dos grandes heróis da seleção brasileira na histórica conquista do tricampeonato em 1970. Segundo mais novo entre os titulares – apenas o volante Clodoaldo era mais jovem– o então craque do Corinthians marcou três gols no México e foi um coadjuvante de luxo para Pelé, Tostão e Jairzinho. Mas apesar de ter brilhado em sua primeira participação em Mundiais, Rivellino acredita que a inexperiência pode pesar contra a equipe brasileira em 2014.
Ao lado de outros grandes campeões do esporte, Rivellino esteve nesta terça-feira (13) no São Paulo Golf Club para divulgar o Brasil Champions, torneio de golfe que terá início na próxima quinta-feira (13) na capital paulista. E ao relembrar a influência dos jogadores mais rodados naquela que é considerada uma das maiores seleções de todos os tempos, o craque fez um prognóstico pouco animador para a equipe comandada por Luiz Felipe Scolari.
— Em 1970, havia alguns jogadores mais novos que eu no banco, mas entre os titulares eu era um dos mais jovens. A diferença é que aquele time tinha jogadores muito experientes, que tinham jogado em 1966, como Pelé, Tostão, Gérson. Esses caras me ajudaram muito, eu não tinha tanta responsabilidade. Hoje em dia faltam jogadores assim, é a primeira Copa da maioria deles. Só tem o Júlio César, o Daniel Alves e o Maicon, se for convocado. Acho que isso pode acabar fazendo falta.
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Rivellino falou também sobre a qualidade do elenco atual e apontou Neymar como o único jogador realmente capaz de mudar uma partida para a seleção. Segundo ele, o craque de 22 anos terá uma missão muito difícil de liderar o Brasil no caminho para o hexa.
— Hoje em dia é diferente do meu tempo, esses jovens jogadores já jogam na Europa, contra os melhores do mundo, já estão mais habituados com essas grandes competições. Mas mesmo assim, acho que não se pode jogar toda a responsabilidade nos ombros do Neymar. E, infelizmente, hoje ele é o único jogador que pode fazer a diferença para nós, pelo talento que tem. Espero que os outros consigam ajudá-lo, como me ajudaram em 70, porque chega a ser um pecado jogar essa pressão toda nos ombros do Neymar.
Quem também participou do bate-papo e podia dar conselhos a Neymar foi o ex-jogador de vôlei Giovane Gávio, bicampeão olímpico. Ouro em Barcelona com apenas 21 anos, ele acredita que a torcida e a força do grupo criado por Felipão ajudarão o atacante do Barcelona a brilhar no Mundial.
— Pelo que a gente viu na Copa das Confederações, o Brasil não foi apenas o Neymar, foi um time, um grupo e mais uma torcida que empurrou em todos os jogos. Eu me lembro da bola que o Davi Luiz tirou em cima da linha, [na final contra a Espanha] que poderia ter mudado a história. Outros jogadores também jogaram muito bem e, com certeza, vão ajudar o Neymar . É outra coisa, é Copa do Mundo, amigo. Independente da idade, chega na hora o cara fecha o olho e faz o que sabe.
Além de Rivellino e Giovane, participaram do evento do Brasil Champions de golfe o bicampeão mundial de basquete Amaury Passos, o golfista americano Todd Hamilton (campeão do Open Championship de 2004) e os jovens brasileiros Rafael Becker, Daniel Stapff e Felipe Navarro , que brigarão pelo título do campeonato no São Paulo Golf Club a partir da próxima quinta-feira (13) e sonham com vaga nas Olimpíadas de 2016.