O jogo poderia até ser de Copa do Mundo, mas os problemas eram os mesmos de qualquer edição do Campeonato Brasileiro. Horas antes da primeira partida no Maracanã, entre Argentina e Bósnia, cambistas e ambulantes driblavam o tão falado padrão Fifa e davam um jeitinho de comercializar entradas e produtos não licenciados pela entidade.
O desespero para ver Lionel Messi pela primeira vez no Maracanã fez torcedores pagarem até R$ 1.500 por uma única entrada. Pior do que isso, sem ter a garantia de que realmente conseguiriam entrar no estádio para assistir à partida válida pelo Grupo F do Mundial. Alguns dos milhares de argentinos que lotaram a Cidade Maravilhosa exibiam placas com indicações de que compravam “ingressos”, “boletos” ou “tickets” em diversos idiomas, nos arredores do estádio.
“Coragem de comprar o ingresso eu tenho, mas mil reais é um roubo. Também não tenho esse dinheiro para arriscar”, disse um torcedor enrolado na bandeira albiceleste.
Durante todo processo de comercialização de ingressos, a Fifa fazia questão de lembrar que apenas suas plataformas de venda seriam aceitas. A entidade prometida ainda cancelar ingressos repassados a terceiros. O preço original variava de R$ 60 a R$ 350 dependendo do setor do estádio. Não há mais disponibilidade de ingressos para nenhum dos sete jogos no Rio.
Logo na chegada ao Maracanã, é possível perceber a movimentação de cambistas e ambulantes. Diferentemente do que acontece nos campeonatos nacionais, no entanto, os infratores não fazem muito barulho para não chamar a atenção da segurança.
A Lei Geral da Copa prevê, entre outras coisas, um cordão de isolamento para a Fifa e seus parceiros comerciais. Por esse motivo, ambulantes não podem vender produtos nas calçadas do Maracanã, muito menos produtos que não estejam sob o guarda-chuva da entidade.