Mudança na eleição para presidente da Confederação Brasileira de Futebol Americano revolta atletas e dirigentes
Alteração no formato, de on-line para presencial, aconteceu 11 dias antes da data marcada para Assembleia que determinará nova presidência
Atletas e representantes do futebol americano nacional elegem, neste domingo (15), a nova diretoria da CBFA (Confederação Brasileira de Futebol Americano), que comandará a confederação pelos próximos quatro anos. O pleito, entretanto, é alvo de críticas por parte da comunidade do esporte no país.
Em 15 de outubro, a Junta Eleitoral da CBFA emitiu um edital no qual convocava uma Assembleia Geral para a realização das eleições. A princípio, o pleito seria realizado no dia 15 de dezembro de maneira on-line por um aplicativo de vídeo, permitida a participação de dirigentes, atletas, treinadores e árbitros que formam o cenário nacional do futebol americano.
No último dia 4, a Junta Eleitoral da CBFA emitiu uma retificação do edital alterando a votação do formato on-line para presencial, sendo escolhida como sede única para o pleito a cidade São Paulo, onde fica a base da confederação.
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A escolha da Junta Eleitoral não foi bem recebida por parte do futebol americano nacional, que usou as redes sociais para demonstrar contrariedade à decisão. Equipes como o Cruzeiro FA — ligada ao clube de futebol mineiro — e o T-Rex — uma das equipes mais tradicionais do país —, além de confederações, emitiram notas de repúdio pela mudança no pleito.
Após movimentação da comunidade, a Junta Eleitoral, por meio das redes sociais da CBFA, informou que a mudança do formato on-line para presencial ocorreu para garantia, transparência e segurança do processo eleitoral, visando uma maior viabilidade logística e técnica para o pleito. Sobre a mudança acontecer a menos de duas semanas da eleição, a Junta ressaltou que a comunicação foi feita em tempo hábil, sendo o local escolhido por “acessibilidade e conveniência para os eleitores aptos a participar”.
“A Junta Eleitoral reforça seu compromisso com a lisura, a legalidade e a imparcialidade do processo eleitoral, trabalhando incansavelmente para assegurar que a eleição da CBFA ocorra de maneira justa e transparente, respeitando os direitos de todos os envolvidos.”
São candidatas na eleição deste domingo as chapas Continuidade e Renovação, formada pela atual presidente da CBFA, Cris Kajiwara, e por Rakel Barros, e Participação e Transparência, composta pelo atual presidente da Fefafam (Federação de Futebol Americano e Flag Football do Amazonas), Moisés Bentes, e pelo vice-presidente da Fefape (Federação de Futebol Americano de Pernambuco), Leonardo Breckenfeld.
O que dizem as chapas?
O Jarda por Jarda entrou em contato com Kajiwara/Barros e Breckenfeld para posicionamento de ambas as chapas sobre a alteração do formato das eleições.
Chapa Continuidade e Renovação
A chapa Continuidade e Renovação não respondeu até o fechamento desta matéria. O Jarda por Jarda mantém o espaço aberto para que a chapa se posicione sobre as eleições deste domingo.
Chapa Participação e Transparência
O maior desrespeito não é com a nossa chapa, não é comigo ou com o Moisés. O desrespeito é com a comunidade do futebol americano brasileiro.
Nunca houve uma eleição com duas chapas anteriormente, era o momento do nosso esporte escrever um novo capítulo na história, um capítulo de respeito e democracia para toda a comunidade, mas por falta de planejamento se escolheu o mais fácil, desrespeitando toda a comunidade.
Afinal, se você sabe que haverá eleição no seu último ano de mandato, você tem obrigação de organizar isso contando com o pior cenário possível. Você precisa garantir que tem recurso financeiro, precisa garantir que tem recurso humano para realizar o pleito da maneira mais justa possível, já que estamos falando de um esporte amador, que possuem atletas e equipes associadas pelo país inteiro.
A verdade é que faltou planejamento para atual gestão para o pleito, faltou boa vontade da Junta Eleitoral, e, o principal, escolheram penalizar a comunidade inteira ao invés de se penalizar por essa falta de gestão.
Porque quando você escolhe o mais fácil, que é jogar a responsabilidade financeira e logística para a comunidade justificando que você mesmo não tem essa capacidade, você está assumindo para todo mundo a sua incompetência.
Não iremos. Ir até São Paulo é basicamente concordar com a decisão da Junta Eleitoral. Não estaremos presentes, até como forma de protesto ao ato que estão cometendo.
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.