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Entendendo a NFL: como assim um time pode mudar de cidade?

Diferentemente do formato de clubes que estamos acostumados no futebol mundial, ligas americanas operam com a gestão de franquias

Jarda por Jarda|Lucas FerreiraOpens in new window


Raiders deixaram Oakland e foram para Las Vegas Reprodução Site/Las Vegas Raiders/Matt Aguirre

Imagine deitar sua cabeça sobre o travesseiro e, quando acordar, descobrir que o Corinthians foi para o Rio de Janeiro ou o Flamengo se mudou para São Paulo. Esse exercício de imaginação inimaginável (com perdão da repetição de termos) para nós, brasileiros, já aconteceu com o povo de Baltimore, que viu os Colts se mudarem na calada da noite para Indianápolis, onde estão até hoje.

Isto aconteceu na NFL — e pode acontecer nas outras grandes ligas americanas — porque os times, na verdade, são empresas, tradicionalmente chamadas de franquias. A liga, em si, é como se fosse uma torta, que tem seus lucros divididos em 32 pedaços (as 32 equipes) e é gerenciada por um gestor, escolhido pelos donos de cada franquia.

Este formato de negócio permite que os proprietários das equipes decidam, muitas vezes, tirar o time de uma cidade e levar para outra. São vários os fatores, mas a maioria deles vai ter como motivo algo que envolva dinheiro.

Por exemplo, os Raiders deixaram recentemente Oakland e foram para Las Vegas porque queriam que a prefeitura da cidade californiana construísse um novo estádio para a equipe. Com o veto do governo local, a franquia deixou o município e abandonou o apaixonado torcedor, que agora precisa viajar quase 1.000 km para ver o time.


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Esse movimento dos Raiders foi replicado pelos Warriors (NBA), que saíram de Oakland e foram para San Francisco, e pelos Athletics (MLB), que devem atuar a partir de 2028 também em Las Vegas. Oakland, por sua vez, além de ser uma das cidades perigosas dos Estados Unidos, é um mercado bem menor que os outros.

Este é outro fator muito comum para a mudança de uma franquia de cidade: o tamanho do mercado. Vamos trazer os exemplos para municípios brasileiros: imagine ter um time no Macapá, capital do Amapá, e ter a opção de levar esse time para Brasília, capital do país. Obviamente, sua franquia estaria em maior destaque em um mercado mais popular, que tem mais capilaridade nacional e internacional.


Estar em um mercado mais popular faz com que as receitas de ingresso subam, a visibilidade aumente, jogadores aceitem mais facilmente defender suas cores, etc. É claro que o torcedor do Macapá pode ser tão fanático quanto o que mora em Brasília, mas não é sobre fanatismo, é sobre negócio.

É por isso que muitas vezes os governos locais sedem aos desejos dos donos de franquias da NFL e aceitam reformar estádios com dinheiro público ou até mesmo fazer ajustes tributários para que a equipe continue na cidade.


Não se pode negar nem subestimar o holofote que uma equipe da NFL dá sobre uma cidade. Além da autoestima do cidadão local, que tem mais uma forma de lazer, ter um time no município projeta ele para o mundo. Um exemplo claro disso é Green Bay, que tem pouco mais de 100 mil habitantes, mas é conhecida mundialmente pelo sucesso esportivo da franquia.


Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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