Dona de time da NFL se destaca por colocar a mão na massa em mundo de bilionários excêntricos
Carlie Irsay-Gordon chamou a atenção dos fãs de NFL ao permanecer na lateral de campo nos jogos dos Colts com o objetivo de controlar mais de perto o trabalho dos técnicos

A NFL é uma liga de dezenas de bilhões de dólares anuais. Em um sistema de franquias, toda essa quantia é dividida igualmente entre os times, com exceção dos valores utilizados para manter a estrutura central da organização.
Obviamente, em um mundo que jorra dinheiro e cada dia mais, a excentricidade dos donos de time chamam a atenção. O proprietário do Dallas Cowboys, Jerry Jones, por exemplo, é o principal nome quando se fala em ostentação. O empresário, inclusive, já parou o treino da equipe para pousar o seu helicóptero privado em campo.
Se para eles o futebol americano é um negócio, para os torcedores é uma paixão. Posturas como a de Jerry Jones irritam os fãs, que sempre pedem um profissionalismo maior dos donos das franquias, com exceção da galera de Green Bay, já que os Packers não possuem um proprietário e são uma espécie de empresa sem fins lucrativos.
Uma mulher, porém, vem mudando o que conhecemos — ou ao menos naturalizamos — como o papel de um dono de franquia. Carlie Irsay-Gordon, proprietária e CEO do Indianapolis Colts, está chamando a atenção dos fãs da NFL.
Ela permanece na lateral de campo durante os jogos da equipe e, para quem pensa que Carlie fica de braço cruzado conversando, você está muito enganado. Munida com fones de ouvido e o playbook do time, a dona da franquia de Indianápolis acompanha de perto o trabalho dos técnicos ao longo da partida. Em entrevista coletiva há poucas semanas, ela explicou um pouco da razão para fazer isso.
“Preciso aprender mais sobre isso [o jogo]. Preciso ser capaz de dizer se qualquer pessoa estiver nos enrolando, será que ela sabe mesmo do que está falando? E acho que uma das coisas que estar no headset realmente me ajudou a aprender foi: é um organismo tão complexo um time nessa liga e como ele opera.”
Carlie assumiu o papel de CEO dos Colts neste ano após a morte do pai, Jim Irsay, que comandou a equipe desde 1997. Jim sofria com o vício em drogas e colecionava uma série de escândalos ao longo da vida pública como dono da franquia.
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Sob comando de Jim, a equipe de Indianápolis foi ao Super Bowl em duas oportunidades, sendo campeã em uma delas. Também sob a sua batuta, a equipe deixou o lendário quarterback Peyton Manning sair — que seria campeão com o Denver Broncos pouco depois — e perderam a oportunidade de aproveitar o talento geracional de Andrew Luck (contarei esta história na próxima semana).
A primeira temporada de Carlie segurando a rédea dos Colts (perdão pelo trocadilho), até aqui, só pode ser resumida por uma palavra: sucesso.
A franquia, que viveu anos e anos de mediocridade, lidera a conferência americana com um recorde de sete vitórias e duas derrotas. Convenhamos, quem dava a devida atenção a Indianápolis no início da temporada?!
Óbvio, os frutos que o time estão colhendo não são só pela presença de Carlie nas laterais com o fone de ouvido, mas fazem parte de uma nova cultura que os Colts estão criando. E, até aqui, está dando certo. Ponto.
Se o dono da franquia que você torce age de maneira arcaica, comanda a equipe como se ainda fossem os anos 1990 e não investe as centenas de milhões que recebe anualmente para melhor a estrutura do time, torça pelo sucesso de Carlie. A excentricidade e ego deles vão obrigá-los a ter uma mudança de postura.
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