Por que acreditar que desta vez o Brasil pode vencer os EUA na final olímpica?
Apesar do histórico do confronto não ser favorável, seleção feminina de futebol tem elementos que podem surpreender as adversárias
A seleção feminina de futebol está de volta a uma final de Olimpíadas, e este é o melhor resultado desde Pequim-2008, quando o Brasil ficou com a prata. Quatro anos antes, nos Jogos de Atenas, a amarelinha também ficou em segundo lugar na modalidade. Além da cor da medalha, nas duas finais, o Brasil enfrentou os Estados Unidos.
Neste sábado, no Parque dos Príncipes, em Paris, a seleção brasileira vai ter a chance de subir ao pódio novamente e conquistar a medalha de ouro inédita, diante do mesmo adversário de 16 anos atrás.
Apesar do histórico do confronto não ser favorável ao Brasil, dá para acreditar que desta vez é possível superar os EUA. Um dos motivos é o progresso da seleção ao longo dos Jogos Olímpicos. Depois de uma fase classificatória com o desempenho abaixo do esperado, o Brasil se reencontrou no mata-mata.
O futebol feminino evoluiu no Brasil e, hoje, grande parte dos clubes têm apoiado um pouco mais a modalidade, investindo na estrutura, além de ter aprimorado treinos e técnicas. Em contrapartida, os EUA, mesmo sendo uma potência, passa por um ciclo de renovação depois do resultado decepcionante na Copa do Mundo de 2023. Com a chegada da treinadora inglesa Emma Hayes, a equipe estadunidense tem apostado em jovens talentos. A seleção também já não é mais aquela geração dos sonhos, com grandes craques como Hope Solo, Megan Rapinoe e Alex Morgan — que ficou de fora da convocação para Paris.
A seleção brasileira chega com moral para esta final depois de derrubar as duas favoritas ao título olímpico. Nas quartas de final, o Brasil despachou as donas da casa em um jogo emocionante, e quebrou o tabu de nunca ter vencido a França no futebol feminino. Na semifinal, foi a vez de eliminar nada menos do que a Espanha, atual campeã do mundo, com quatro gols anotados.
Se o Brasil precisou deixar para trás quase tudo o que fez na primeira fase e mudar a postura para avançar, manteve o único ponto positivo que funcionou e muito bem: Lorena. A goleira é um dos principais destaques não só da nossa seleção, mas das Olimpíadas até agora.
Além dos pênaltis defendidos — decisivos para os resultados — Lorena parou grandes adversárias e se mostrou muito segura debaixo das traves. Mesmo nas duas derrotas, a goleira fez defesas importantes que ajudaram a garantir a classificação do Brasil, já que o saldo de gols é critério de desempate.
Aos 38 anos e eleita seis vezes a melhor do mundo, Marta já declarou que pretende se aposentar da seleção brasileira no fim deste ano. Se os planos da rainha não mudarem diante da Copa do Mundo Feminina no Brasil em 2027, tudo indica que o último compromisso dela com a amarelinha seja os Jogos Olímpicos de Paris. Uma razão a mais para acreditar que as demais jogadoras se entregarão em campo, com o intuito de ver Marta vestindo a camisa da seleção pela última vez, com a medalha de ouro no peito.
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