Volta na Alemanha motiva. Clubes brasileiros querem futebol em junho
Dirigentes tratam como 'detalhe' o fato de o Brasil viver o pior momento da pandemia. Ao contrário da Alemanha. E forçarão retorno mês que vem
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
No mesmo dia que o balanço do primeiro trimestre do Flamengo é divulgado.
O campeão da Libertadores e do Brasil faturou R$ 257 milhões.
A projeção era de mais de R$ 1 bilhão, ao final de 2020.
A diretoria sabe: ficará muito longe desse valor.
A pandemia do coronavírus mudou a realidade do mundo.
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Os dirigentes dos grandes clubes brasileiros estão desesperados.
Sem jogos, sem arrecadação.
Globo sem pagar as parcelas dos Estaduais e do Brasileiro.
Patrocinadores, sem marcas expostas, querem reduzir pagamentos ou até cancelar contratos.
Sócios-torcedores deixam de pagar mensalidades.
Salários de atletas foram cortados.
Funcionários demitidos.
O cenário está terrível.
Mas a volta do futebol na Alemanha trouxe esperança.
Deu força para pressionar as autoridades buscando a liberação para o retorno seguindo exatamente o padrão alemão.
Contam com o apoio do governo federal.
O presidente Jair Bolsonaro quer o retorno do futebol, como a chanceler alemã, Angela Merkel desejava.
Para tirar a tensão da pandemia, levar entretenimento para a população.
O Brasil tem condição de organizar jogos sem público, confinar jogadores e árbitros. Testar todos os envolvidos nas partidas, como funcionários e policiais. E ainda proibir torcedores de ficar em volta dos estádios.
Mas a fundamental diferença, que faz os governadores proibirem está no momento da pandemia no país.
A população alemã comemora a queda dos números de contaminação e mortos.
O país germânico completou 174.355 infectados.
E 7.914 mortos.
Só que o pior momento do país foi em abril.
Nas últimas 24 horas, 583 pessoas foram infectadas.
E 33 mortas.
Por isso, o governo pôde afrouxar o isolamento social.
Abrir comércio.
Permitir a volta do futebol.
O Brasil está em momento completamente oposto.
Vive o terrível auge da curva da pandemia.
Até ontem eram 233.511 infectados.
15.662 mortes.
824 pessoas perderam a vida nas 24 horas, entre 15 e 16 de maio.
Infectologistas são pragmáticos.
Se o Brasil melhorar o isolamento social, a tendência é a quarentena possa ser afrouxada, com segurança, em agosto.
Mas clubes e Federações não querem nem pensar em seguir parados por mais dois, três meses.
Querem antecipar, pular etapas.
Como a Federação Catarinense, que deseja a volta do seu Estadual em junho, assim como a Carioca, Paulista, Gaúcha, Mineira, Paranaense.
Os jogos na Alemanha ontem atiçaram ainda mais os dirigentes, que prometem fazer reuniões importantes, decisivas, nestas próximas semanas.
A CBF também quer o retorno e colaborará como puder.
Mesmo se o Ministério da Saúde aprovar, sem a liberação dos governadores não haverá a volta do futebol.
Simples assim...
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