Grêmio avisou em nota oficial. Jogadores aceitaram 'readequação salarial'
GrêmioSão Paulo, Brasil
Bastaram dois parágrafos...
"Os Atletas Profissionais do Clube, sensíveis ao momento de incerteza da economia e visando assegurar condições de preservação e integridade dos contratos de trabalho do quadro funcional da instituição, durante este período de calamidade pública, aceitaram a proposta de readequação financeira realizada pela direção.
"Tal readequação contribuirá substancialmente para minimizar os impactos econômicos que serão suportados pelo Grêmio nos próximos meses."
E começou, no início da noite de ontem, troca de mensagens entre líderes do movimento de jogadores no país.
Atletas dos grandes clubes do país querem saber se os seus colegas, que atuam no Grêmio, cederam.
E aceitaram a redução salarial, situação que a Federação Nacional de Atletas Profissionais de Futebol avisou que não seria tolerada.
Mesmo com a pandemia do coronavírus.
De real, há as férias dos jogadores gremistas, a partir da próxima quarta-feira, primeiro de abril.
Serão 20 dias.
Até aí, todos os clubes grandes do país combinaram fazer o mesmo.
E propunham diminuir em 25% o salário dos atletas, caso a pandemia continue e impeça jogos de futebol.
Outra questão importante, que vem sendo tratada com sutileza, está nos direitos de imagem, que muitas vezes são a parte maior dos vencimentos dos jogadores.
Sem partidas, sem exposição dos atletas, os dirigentes não querem pagar o 'direito de imagem'.
Daniel Alves, Fernando Prass e Geromel eram apresentados como líderes dos jogadores pela Federação Nacional.
E absolutamente contrários à redução de salários.
Só que, no início da noite de ontem, em Porto Alegre, o Grêmio anunciou as férias e que seus jogadores concordaram com a 'readequação salarial'.
Repórteres de Porto Alegre acreditaram que a diretoria gremista pressionou e os atletas cederam. Aceitaram a redução salarial de 25% nos meses sem futebol.
O Barcelona e o PSG viraram referência para dirigentes do Brasil todo. Por reduzirem salários de seus times de estrelas. O clube catalão queria cortar 50%, mas os jogadores protestaram.
E o desconto teria ficado em 30%, como o do PSG.
Mesmo bancado pela bilionária família real do Qatar, PSG baixou salários
PSGNa prática, no Brasil, os jogadores do Grêmio são os primeiros a aceitarem a 'readequação salarial'.
O medo da Federação Nacional de Atletas Profissionais de Futebol é que a situação se alastre.
Já que ela alardeava que os atletas da Série A não aceitariam ganhar menos do que estava previsto nos seus contratos.
De jeito algum.
O que aconteceu ontem em Porto Alegre foi significativo.
Vitória importante para a Comissão Nacional dos Clubes, que defende, desesperadamente, a redução dos salários.
O Grêmio abriu o sonhado precedente...
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