Vinícius Júnior fez questão de dançar em frente à torcida do Atlético. Rodrygo o acompanhou
Reprodução/Instagram Vinícius JúniorSão Paulo, Brasil
Não foi o final feliz que muitos comemoraram antecipadamente.
Sim, Vinicius Júnior dançou em frente à torcida do Atlético de Madrid, no lotado estádio Cívitas Metropolitano.
Teve como companheiro Rodrygo, brasileiro, negro.
Na vitória do Real Madrid sobre o Atlético, por 2 a 1, a foto da alegria de Vinicius Júnior sambando ganhou o mundo.
O atacante negro não se dobrou ao presidente da Associação dos Empresários de Futebol da Espanha, Pedro Bravo, que tentou intimidá-lo em um programa na tevê.
"Tem que respeitar o adversário. E quando você marca um gol em seu adversário, se quiser sambar, vá para o Sambódromo, no Brasil. Aqui, o que você tem que fazer é respeitar seus companheiros de profissão e deixar de macaquices."
Vinicius Júnior respondeu à altura, como nenhum jogador brasileiro da elite do futebol mundial.
"A felicidade de um preto brasileiro na Europa incomoda."
E anteviu.
"E o roteiro sempre termina com um pedido de desculpa. Ou um 'fui mal interpretado'.
Foi exatamente o que Pedro Bravo fez depois do jogo. Pediu desculpas e disse que foi mal interpretado.
Mas repito para você, racista: eu não vou parar de bailar. Seja no sambódromo, no Bernabéu ou onde eu quiser."
Foi o que Vinicius fez.
Até a tevê, e o programa, onde Pedro Bravo mostrou seu racismo pediram desculpas.
Ponto-final?
Não.
Cantos racistas na entrada do estádio
Reprodução/TwitterPorque vídeos mostram a atitude de extremo racismo da torcida do Atlético de Madrid antes do jogo. Ao redor do estádio, centenas de torcedores cantaram a todos os pulmões.
"Vinícius, você é um macaco.
"Vinícius, você é um macaco."
Em uma atitude sem precedentes, a Liga Espanhola promete adotar medidas contra o Atlético de Madrid por atitudes de torcedores fora do estádio.
A expectativa é por uma punição financeira.
Para dar outra lição aos racistas.
Até porque eles posam de cegos.
O zagueiro belga Witzel, tão cultuado, que joga no Atlético de Madrid, é negro.
Assim como o brasileiro Matheus Cunha, também negro.
Por que não são comparados a macacos pelos racistas?
Fora lembrar Luis Pereira, um dos melhores zagueiros da história do Brasil, negro, foi contratado a peso de ouro. E ainda hoje é um grande ídolo do Atlético de Madrid.
A estupidez não tem lógica.
A punição ao clube é obrigatória.
Para lembrar aos racistas.
Witsel. Negro. Zagueiro e volante belga é celebrado pela torcida do Atlético. Ele é negro
Atlético de MadridMesmo com o pouco destaque dos jornais espanhóis para os cantos racistas.
O mundo mudou.
E a cantoria repercute de forma firme em inúmeros países.
Vinicius Júnior não está sozinho.
E vai continuar sambando onde quiser...
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