Vexame da CBF. Sete clubes negam jogadores para Pré-Olímpico
André Jardine terá de mudar sua lista da Seleção. Pela sétima vez. Vergonhoso. Caboclo deveria aprender com o banido Ricardo Teixeira
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Banido do futebol para sempre.
O motivo, de acordo com o Comitê de Ética da Fifa, envolvimento em esquemas de suborno, corrupção.
Ricardo Teixeira dominou o futebol brasileiro entre 1989 e 2012. Sob seu comando, o Brasil venceu duas Copas do Mundo e chegou à final em outra.
Veja mais: Eles conquistaram o mundo! Veja os brasileiros campeões em 2019
Leia também
Braga 'traído' por Antônio Carlos. Vingança: cobrar R$ 3 milhões
Volta do 'bom e barato' revolta Palmeiras. Renasce Paulo Nobre
"Pensam que todos os técnicos portugueses são iguais a Jesus"
Incompetência e medo da FPF. O que tirou o Fla da Copa São Paulo
Fla fatura R$ 857 milhões. E luta para não pagar por meninos mortos
Ganhou o cargo de presidente da CBF ao casar com Lucia, filha do então presidente da Fifa, João Havelange.
Nunca havia tido o menor envolvimento com o futebol.
Mas aprendeu rápido a utilizar a força do esporte, as alianças políticas, a se aproveitar do cargo.
Se juntou ao empresário Jota Hawilla e coordenaram campeonatos, Seleção Brasileira, patrocínios da CBF, transmissão de jogos.
Muito dinheiro passou pelas mãos dos dois.
Sem o menor controle de ninguém.
Teixeira foi um dos responsáveis pela Copa do Mundo de 2014 acontecer no Brasil.
Não a desfrutou.
Abandonou o cargo de presidente da CBF, diante das acusações da Fifa, e de investigações da Polícia Federal por conta de um amistoso contra Portugal em Brasília.
Hawilla seria o maior delator do esquema de corrupção que dominou a cúpula da Fifa, Conmebol, CBF. Entregou até mesmo seu parceiro, Teixeira.
O esquema atingiu em cheio João Havelange, que morreu no ostracismo, depois de ter sido um dos homens mais poderosos do esporte em todos os tempos.
Teixeira também vive às sombras.
Sem sair do Brasil desde 2015, tem várias acusações pendentes nas investigações que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos fez envolvendo a Fifa.
"Tem lugar mais seguro que o Brasil? Qual é o lugar? Vou fugir de quê, se aqui não sou acusado de nada? Você sabe que tudo que me acusam no exterior não é crime no Brasil. Não estou dizendo se fiz ou não", ironizou Teixeira, em uma de suas últimas declarações públicas, em 2017.
Com problemas renais, perdeu muito peso. E vive longe da imprensa. Passa períodos na sua fazenda em Minas ou no apartamento de uma filha, no Rio de Janeiro.
Teixeira foi péssimo em inúmeros aspectos.
Mas em um, ele sabia como agir.
Teixeira mantinha excelente relacionamento com presidentes de clubes do Exterior.
Em todas convocações importantes, ele encarregava seu assessor de imprensa, Rodrigo Paiva, de buscar o melhor intermediário para garantir que os jogadores chamados servissem a Seleção.
Veja mais: Globo avança no seu projeto. Se livrar dos insignificantes Estaduais
Parreira, Ronaldo Fenômeno, Kaká, Ronaldinho Gaúcho fizeram esse papel.
Esse único aspecto positivo de Ricardo Teixeira deveria ser levado em consideração por Rogério Caboclo.
O Brasil está passando enorme vexame com a Seleção Brasileira que vai disputar o Pré-Olímpico da Colômbia.
As convocações do técnico André Jardine estão sendo desprezadas de forma absurda.
Sete jogadores da lista de 23 não foram liberados por seus clubes, já que a Fifa não obriga a cessão dos atletas para o Pré-Olímpico.
Veja mais: Censura poupa Hulk do escândalo na China. Palmeiras, no aguardo
Ayrton Lucas não foi liberado pelo Spartak Moscou, da Rússia.
Douglas Luiz ( Aston Vila), Gabriel Martinelli (Arsenal), Emerson (Betis), Gabriel (Lile) e Wendel (Sporting).
Douglas Augusto (PAOK, da Grécia) não pôde atender a convocação para substituir Douglas Luiz!
Absurdo.
O trabalho de relacionamento da CBF expõe a Seleção Brasileira ao vexame internacional.
Como jogadores são convocados sem a certeza da liberação?
Teixeira foi banido com toda a justiça do futebol.
Mas como ninguém é completamente ruim, o seu exemplo tem de ser seguido.
A CBF atual assume não conseguir amistosos, que seriam fundamentais, contra seleções europeias.
Agora, passa vexame em convocações.
Há algo muito errado na milionária sede da Barra da Tijuca.
Já não bastam os inúteis jogos caça-níqueis impostos pela ISL e Pitch, a quem Ricardo Teixeira vendeu os amistosos do Brasil de 2012 a 2022?
Agora também vexames na Seleção Pré-Olímpica?
O Brasil vai perdendo cada vez mais sua importância no cenário internacional.
Por incompetência dos seus dirigentes...
Curta a página do R7 Esportes no Facebook
Folga de Neymar tem muita festa em quatro cidades diferentes
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.