Vender carro e doar para ONG. Em baixa, Daniel Alves quer elogios
Jogador comum no meio-campo. Sem força física para ser o lateral que Brasil precisa. Daniel Alves está mal agora, com 37 anos. Na Copa terá 39 anos
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Bastaria uma ligação do médio Rodrigo Lasmar.
E ele saberia pelo departamento médico do São Paulo.
Daniel Alves estaria apto para jogar contra Bolívia e Peru.
Mas o técnico da Seleção não o quis chamar.
A convocação de Tite foi no dia 18 de setembro.
Os jogos, nos dias 9 e 13 de outubro.
O capitão, que custa R$ 1,5 milhão por mês, retornou a campo, depois de uma fratura no antebraço direito, no dia 26 de setembro, contra o Internacional.
No dia 30 de setembro, nada fez de útil na eliminação do São Paulo da Libertadores, na derrota contra o River Plate, na Argentina.
No dia 4 de outubro, outra fraca atuação, no empate contra o Coritiba, 1 a 1 pelo Brasileiro. Discreto na vitória contra o Atlético Goianiense por 3 a 0, dia 7 de outubro. Coadjuvante de luxo no triunfo no clássico, diante do Palmeiras, por 2 a 0, dia 10 de outubro.
Figura apagada no dia 14 de outubro, no empate em 3 a 3, contra o Fortaleza, pela Copa do Brasil, com o time de Fernando Diniz jogando com um atleta a mais.
Todos esses jogos, Daniel Alves atuou como impôs para atuar no São Paulo, como segundo volante, embora tenha sido, por anos, o melhor lateral direito do mundo.
E desde que chegou, tem se mostrado um jogador mediano, para o baixo nível do futebol brasileiro, como meio-campista.
No último sábado, dia 17, Diniz precisou do atleta na lateral. O jogador de 37 anos teve de aceitar o pedido do treinador e atuou na posição que o consagrou. Foi um desastre.
Errou passes perigosíssimos, jogadas ofensivas gaúchas foram feitas às suas costas.
Esteve muito mal.
Depois do fracasso na Copa do Mundo de 2018, Tite quer laterais ofensivos, mas com vigor físico acima do normal, para ter intensidade ao atacar e na recomposição.
Não foi por acaso que quis observar Gabriel Menino, volante do Palmeiras, de perto.
E insistiu com Danilo, da Juventus.
Daniel Alves terá 39 anos na Copa de 2022.
Já está há um ano e três meses jogando fora de sua posição original.
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Por não ter mais força física, explosão muscular para marcar e atacar como fez história no Barcelona. A cúpula do clube catalão percebeu isso em 2016 e não quis renovar seu contrato.
A Juventus não se esforçou para segurá-lo, em 2017.
O PSG também escolheu dispensá-lo em 2018.
Nada foi por acaso.
Tite o fez capitão da Seleção, na conquista da Copa América, em 2019.
Mas, embora não queira reconhecer publicamente, o técnico reconhece o baixo nível técnico dos adversários. Ele precisava do título do torneio, disputado em casa.
Só que o futebol de Daniel Alves caiu vertiginosamente.
Ele não tem mais vigor para ser o 'lateral construtor', neologismo que Tite criou para explicar um ala, usado na Europa há mais de vinte anos.
E não tem como enfrentar a concorrência de Douglas Luiz, Bruno Guimarães, Arthur, Gerson ou até Patrick de Paula, como segundo volante.
Ir para a Copa do Mundo, como lateral direito reserva, apenas para ser o líder de uma geração de atletas sem personalidade, pode ser o máximo que Daniel Alves pode almejar.
Ele tem aproveitado partidas contra adversários fraquíssimos, como o pobre Binacional, no Morumbi, para se esbaldar e escrever tratados de autoajuda nas suas redes sociais.
Após os fracassos no Brasileiro de 2019, Campeonato Paulista 2020, Libertadores 2020, ele se calou.
A idolatria da torcida por ele passou.
A cada post que coloca no seu Instagram, é massacrado por torcedores são paulinos.
A venda de camisas com seu nome encalha.
Não surgiu um patrocinador para rachar seu salário. O inseguro Leco acreditava que o São Paulo não pagaria um centavo para ter o jogador midiático.
Desde o Grêmio, campeão da Copa do Brasil em 2001, Tite costuma ser fiel com jogadores que o ajudaram.
E foi o que fez Daniel Alves nas Eliminatórias para a Copa de 2018.
O treinador sente a obrigação moral de retribuir.
Mas também pensa no seu sonho de ser campeão do mundo.
Há muito tempo, Tite esqueceu o que é coerência.
E cria situações, respostas filosóficas quando falta a lógica.
Daniel Alves hoje é um jogador comum no meio de campo.
E fraco para as exigências atuais do lateral moderno.
A vaga garantida para a Copa do Mundo do Qatar, para compensar a ausência forçada por conta da ruptura lateral dos meniscos do joelho direito, não é tão certa.
A não ser para um papel que cumpriu Ricardo Rocha na Copa de 1994.
Ele se contundiu contra a Rússia, na estreia do Mundial.
Ser um coach motivacional dos titulares.
Por isso, Tite não o chamou contra a Bolívia e Peru.
Quis analisar o grupo sem ele.
Não fez falta.
Não houve clamor algum por sua ausência.
Nos dias 13 e 17 de novembro, a fraca Venezuela, no Morumbi, e o Uruguai, em renovação, em Montevidéu.
Jogos sem tantos riscos.
O primeiro, na casa do São Paulo.
Daniel pode ser chamado e até jogar.
E Tite perder até mais tempo.
Mas ele sabe.
Daniel Alves deixou de ser prioridade na Seleção.
Há muito tempo.
Tudo ficou mais claro depois do seu retorno ao Brasil.
Enquanto isso, o jogador coloca seu carro Mini Cooper Countryman, 2019, com oito mil quilômetros rodados, à venda.
No site especializado Mercado Livre.
Pede R$ 180 mil.
Vai doar o dinheiro para a ONG Gerando Falcão.
Gesto nobre.
De atleta de carreira fantástica.
Com direito a 40 títulos.
Dezenas de milhões de reais na conta.
Mas que vive a fase final da carreira.
E que está perdendo sua vaga cativa como titular da Seleção...
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Confira detalhes do carro de Daniel Alves
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