Uma mudança de Mano. Destruiu o Atlético. Resgatou o Cruzeiro
Ao barrar Fred, apostar na explosão muscular de Pedro Rocha, Mano Menezes conseguiu a reviravolta da crise. 3 a 0 foi pouco para o Cruzeiro
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Uma mudança tática.
E, que apesar da negativa de Rodrigo Santana, Mano Menezes conseguiu surpreender a todos no Mineirão.
Principalmente o técnico atleticano e seu time, que haviam se preparado para ter pela frente Fred, a caminho dos 36 anos, estático na frente, tentando fazer o pivô, segurar os zagueiro, abrir espaço aos meias.
Só que, no seu tradicional 4-5-1, optou pela velocidade, pela explosão muscular, pelo vigor físico para desmontar a lenta defesa do maior rival do Cruzeiro.
Para quem insiste ainda em desprezar a estratégia no futebol, deveria gravar o que fez Pedro Rocha, no grande clássico das quartas de final da Copa do Brasil.
Sua entrada surpreendeu todo sistema defensivo montado de forma tradicional. Com José Welison tentando proteger a zaga formada por Rever e Igor Rabello. Elias não tem mais o mesmo vigor físico para defender e atacar. Não está fazendo bem nenhuma coisa e nem outra.
Patrick e Fábio Santos deixavam muito espaço pelas laterais.
Estava evidente que o Atlético não esperava o Cruzeiro, que vinha de nove jogos sem vitórias, tão veloz, incisivo, objetivo.
Mano foi certeiro ao colocar três meias: Robinho, Thiago Neves e Marquinhos Gabriel para buscar o velocista Pedro Rocha.
O atacante marcou um golaço de fora da área, de esquerda, em um drible humilhante em Elias.
No segundo, Pedro Rocha roubou um passe curto de Rever, no meio de campo, para José Welison, que não reagiu, não fez a falta, foi muito passivo. O cruzeirense desceu em velocidade, passou como quis por Igor Rabello, driblou Victor e deu o gol para Thiago Neves.
Aos 27 minutos, Mano Menezes sabia que havia vencido o jogo.
Rodrigo Santana demorou para reagir.
O Atlético Mineiro seguiu estático, quase com uma equipe de pebolim. Com Cazares e Chará abertos, Luan na intermediária, e Alerrando isolado, esperando a bola que não chegava.
Tudo muito simples, previsível.
Para piorar, Elias seguindo facilitando as coisas para o Cruzeiro. No início do segundo tempo, ao tentar sair jogando driblando na entrada da área, perdeu a bola para Marquinhos Gabriel. Daí, o passe para Robinho, um dos brasileiros que melhor chuta de fora da área.
A bola bateu em Rever, voltou para o próprio meia estufar as redes do desesperado Victor. 3 a 0.
"É uma noite especial depois de muito tempo. Voltamos a vencer, e voltamos a vencer um jogo grande, um clássico, num momento importantíssimo para o time, como grupo, como elenco.
"Sentimos que tínhamos que fazer algo diferente. Gosto de fazer isso quando o campo mostra, não gosto de inventar", dizia Mano Menezes, satisfeito, pela ousadia que teve, ao trocar o badalado Fred por Pedro Rocha.
No momento mais tumultuado de sua história, fora dos gramados, com o afastamento imposto pela justiça, do seu vice de futebol, Itair Machado, o campo resgata o Cruzeiro.
Vitória para lavar a alma.
A que dá maior prazer.
Contra o maior rival.
Encaminhada a vaga na semifinal.
Mérito para Mano Menezes.
Ele deu aula de mudança de sistema.
De dinâmica de jogo.
Bastou apenas uma troca de jogadores.
E foi o caos para o Atlético de Rodrigo Santana...
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