Torcida estava certa ao gritar no Maracanã. "Flamengo campeão"
Com a virada empolgante diante do Bahia, o time de Jorge Jesus abriu dez pontos para o Palmeiras, faltando seis rodadas. Gabigol teve atuação histórica
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
"O Flamengo pode perder amanhã, aí diminui um ponto.
Vamos esperar..."
Vã, tola esperança de Mano Menezes, ontem após o empate contra o Corinthians, no Pacaembu.
Em uma virada espetacular, com atuação de gala de Gabigol, o melhor time disparado do Brasil venceu o Bahia, por 3 a 1.
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Abriu dez pontos de vantagem para o Palmeiras, demonstrando a Mano o quanto foi péssimo o resultado ontem. Faltando apenas seis rodadas para o Brasileiro acabar.
Se o Flamengo vencer o Grêmio, em Porto Alegre, e o Vasco, no Rio, e o Palmeiras perder para o Bahia, em Salvador, o título será rubro negro.
Mesmo se esses resultados não aconteçam, a torcida flamenguista teve toda a razão ao gritar a plenos pulmões no Maracanã.
"É campeão, é campeão, é campeão."
Pura questão de tempo.
E com toda a justiça.
O Bahia foi valente, marcou forte, teve contragolpes muito velozes. E saiu na frente, no gol contra de Willian Arão.
Fez o primeiro tempo desesperador para mais de 65 mil pessoas no Maracanã.
Mas não conseguiu sobreviver à blitz organizada pelo português Jorge Jesus. Gabigol teve atuação brilhante. Deu duas assistências para os gols de Reinier e Bruno Henrique.
E ainda marcou o seu, completando cobrança de falta de Arão no travessão.
Gabigol igualou a marca de Zico, com 21 gols pelo Flamengo em um Brasileiro. O maior ídolo do clube fez nos campeonatos de 1980 e 1983.
Ultrapassou Hernane Brocador, que era o jogador com maior número de gols com a camisa do Flamengo em uma temporada, 36 em 2013.
Gabigol chegou a 37.
"Igualei o Zico. É algo que não tenho palavras para descrever. Tenho 23 anos, e bater um recorde desse tamanho...
"É só agradecer ao time. Mas fiquei tão feliz com os passes para os gols como o que marquei. O importante é fazer o Flamengo campeão. E ainda não ganhamos nada", disse, sorrind, o artilheiro.
Ele sabe que é apenas uma questão de tempo para o título nacional.
O Flamengo terá pela frente o Grêmio, em Porto Alegre, o Vasco, no Rio, o Ceará, no Rio, o Palmeiras, em São Paulo, o Avaí, no Rio, e o Santos, na Vila Belmiro.
O clube carioca chegou a 77 pontos, tem 80% de aproveitamento. 68 gols marcados em 32 jogos.
Mas hoje, a equipe sofreu muito no Maracanã. Principalmente no primeiro tempo. O time sem Arrascaeta, contundido, perdeu muito de sua consciência tática. Rafinha foi outro desfalque importante para dar equilíbrio psicológico ao time.
E, sem dúvida, a ausência de Jorge Jesus, suspenso, foi o que mais pesou.
Ele estava nervoso nas tribunas. Andava de um lado para o outro, tenso.
Roger foi simplista na sua eficiente estratégia. Sem a bola, duas linhas de cinco, a partir da sua intermediária marcando. Sem ela, velocidade. Artur, Gilberto e Elber descendo juntos, como um tridente.
A marcação baiana esteve perfeita e Douglas fez ótimas defesas. O Flamengo tinha dificuldade em articular seus ataques.
E acabou ainda tomando um gol.
Aos 38 minutos, Marí chutou a bola em cima de Felipi Luís. Ela sobrou para Nino Paraíba, que cruzou de forma perfeita. Elber cabeceou, Diego Alves fez ótima defesa, mas a bola sobrou para o atacante baiano chutar forte. Arão fez contra.
Bahia, 1 a 0.
No segundo tempo, a troca perfeita no Flamengo. O esforçado e improdutivo Vitinho saiu. Entrou o jovem artilheiro de 17 anos, Reinier. Gabigol teve de se movimentar mais.
E foi assim que ele conseguiu as assistências perfeitas para Reinier e Bruno Henrique, aos oito e 26 minutos. Foi a demonstração da evolução do atacante.
Ainda sua estrela brilharia de vez aos 42 minutos, quando Arão cobrou muito bem uma falta da entrada da área. A bola procurou Gabigol e foi empurrada, de primeira, para as redes.
3 a 1, Flamengo.
Com toda a justiça.
E futebol empolgante.
Um time montado para ser campeão deste país, em 2019.
Quem ousará dizer que não será?
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