Todos contra o Palmeiras. Corinthians, o mais encaixado. São Paulo, terceira força. Santos, modesto, sem Neymar. Paulista, 2025
Sete títulos mundiais. 10 Libertadores conquistadas. Torneio que movimenta mais de R$ 350 milhões. Seis clubes na Série A, do Brasileiro. Sete equipes são SAF. Um grande favorito. O Palmeiras pronto para quebrar tabu de mais de 100 anos. E ser tetra seguido
Cosme Rímoli|Do R7
O Paulista de 2025 começa hoje.
E mais forte do que nunca.
E o responsável por isso é o Corinthians.
Porque ao contrário dos últimos quatro anos, o clube tem um elenco fortíssimo.
E, principalmente, encaixado.
Time competitivo, compacto, vibrante e com talento de Memphis Depay e Garro para desequilibrar.
Com Ramón Díaz percebendo a importância de ganhar o Estadual.
Ou pelo menos chegar até a final, algo que o Corinthians não alcança desde 2020.
Até para manutenção do seu emprego.
Os treinadores que fracassaram no Paulista desde 2021 não tiveram vida longa no Parque São Jorge.
O elenco corintiano, montado na temporada passada, ‘aos soluços’, aos poucos, se encaixou nos dois últimos meses.
E, do medo do rebaixamento, conseguiu chegar à Pré-Libertadores.
O presidente Augusto Melo sabe: sua estabilidade política está umbilicalmente ligada a um bom desempenho do futebol.
Já conversou com Ramón Díaz para a prioridade na luta pelo título paulista, ao mesmo tempo que o time vai lutar na Libertadores.
Primeiro, para chegar à fase de grupos.
E, depois, fazer de tudo para conquistar o torneio.
O atual grupo corintiano pode encarar o Palmeiras.
Embora seja mais fraco nas peças de reposição.
Mas estará pronto para o confronto.
Com outra perspectiva em relação aos Paulistas anteriores.
Fará tudo para se classificar ‘rápido’ no seu grupo.
Lutará desde amanhã, contra o Red Bull Bragantino, para fazer mais pontos que Mirassol, Botafogo e Inter de Limeira.
‘Largar mal’ tem sido veneno para os corintianos.
Na alça de mira de Memphis Depay está o Palmeiras.
O holandês sentiu na pele o bem que fez vencer o rival na reta final do Brasileiro.
E é exatamente isso que Abel Ferreira sabe muito bem.
Não só o Corinthians, como todos os outros 15 clubes miram o Palmeiras.
O time conseguiu reforços pontuais para posições carentes.
Para seu elenco fortíssimo, chegaram o ‘homem gol’, Paulinho, do Atlético Mineiro.
E um jogador veloz, objetivo, o uruguaio Facundo Torres.
Eles chegam para os lugares de Flaco López e Rony, que cansaram de decepcionar a todos, nos últimos anos.
Estando abaixo dos demais companheiros.
Resta ainda um jogador versátil para o meio-campo, com poder de ajudar Raphael Veiga a ditar o ritmo de jogo.
Daí a insistência obsessiva por Andreas Pereira.
As saídas de Dudu, Gabriel Menino e Lázaro não farão falta, já que não tinham sequência no time.
Não atuaram bem em 2024.
Vitor Reis é uma perda significativa, mas lucrativa.
35 milhões de euros, cerca de R$ 218 milhões, pagos pelo Manchester City, os tornaram o zagueiro mais caro vendido pelo futebol brasileiro.
Mas a força do conjunto, com a possibilidade de Maurício e Felipe Anderson atuarem nas suas posições, cria uma perspectiva mais empolgante ao tricampeão paulista, que fraquejou nos jogos decisivos nacionalmente, na Copa do Brasil e Brasileiro, e no internacional, caindo de forma precoce na Libertadores.
O clube quer encaminhar as saídas de Rony e Zé Rafael, embora os dois pretendam seguir no clube.
Abel está focado em vencer pela quarta vez seguida o Paulista, sabe da importância de fazer história.
E impulsionar o ano especial para o Palmeiras, que disputará o Super Mundial de Clubes.
Seu segredo é, ao mesmo tempo, simples, mas difícil de realizar.
Ser o primeiro na fase geral do Paulista para ter o privilégio de decidir os ‘mata-matas’ no gramado sintético do Allianz.
O time está entrosado, forte.
E, nos bastidores, recusou disputar a FC Series, torneio amistoso nos Estados Unidos.
A opção foi não viajar, aproveitar a pré-temporada ao máximo, em São Paulo.
A largada é hoje, na sua arena, contra a Portuguesa.
O treinador português promete ter o máximo de titulares possível.
Para vencer e começar a acumular pontos.
Ele quer o Palmeiras avassalador desde a primeira rodada.
O gigante São Paulo é a terceira força desse Paulista.
A direção e a comissão técnica sabem disso.
Luiz Zubeldia tem, de novo, a liberdade para apostar nas Copas.
Na Libertadores, na Copa do Brasil.
Tem como grande reforço, dois jogadores que precisava muito.
O meia habilidoso, inteligente, para articular seus ataques.
Oscar voltou, aos 33 anos, depois de 12 anos no exterior.
E o lateral-esquerdo competitivo, cuja maior característica é marcar.
Enzo Díaz, 29 anos, que viveu ótima fase no River Plate.
Mas perdeu a posição, era reserva no clube argentino.
Foi ‘moeda de troco’ na ida de Galoppo.
O São Paulo precisa de dinheiro e investidores.
Por isso arriscou o início do Paulista, que assume não ser favorito, para jogar nos Estados Unidos.
Para disputar a FC Series.
Tem dois amistosos perigosos.
Hoje, contra o Cruzeiro, que estreia Gabigol e Dudu.
E, no domingo, diante do Flamengo.
São testes.
Mas nunca é bom começar o ano com confrontos difíceis, de repercussão.
Mais o desgaste absurdo da viagem aos Estados Unidos no início da temporada.
Não tem mais Rafinha, Wellington Rato, Michel Araújo, Rodrigo Nestor, entre outros.
O elenco é competitivo e não foi mais reforçado porque as dívidas ultrapassam R$ 800 milhões.
O São Paulo corre por fora no Paulista de 2025.
O Santos vive um momento ainda mais conturbado.
O clube voltou do ano mais vexatório, quando disputou a Segunda Divisão do Brasileiro.
O inédito rebaixamento só afastou possíveis investidores.
O presidente Marcelo Teixeira se iludiu e acabou iludindo os santistas.
Repetiu tanto que havia esperança da volta de Neymar e Gabigol, que o clube ficou paralisado.
Perdeu muito tempo na reformulação obrigatória.
Pedro Caixinha assumiu depois de Renato Gaúcho recusar o cargo.
Assim como o argentino Gustavo Quinteros.
O ex-técnico do Red Bull Bragantino, que foi demitido depois que o clube estava caminhando para o rebaixamento, precisa dar uma resposta à expectativa ao seu trabalho.
Tem um elenco limitado.
Com o grande reforço do veterano artilheiro Tiquinho Soares.
Para tê-lo cedeu, ao Botafogo, o zagueiro mais promissor que surgiu na base, nos últimos anos, Jair.
Além de Tiquinho, chegaram Thaciano, Léo Godoy, Zé Ivaldo, Luizão.
O principal jogador do Santos, em 2024, Giuliano pediu rescisão.
Caixinha precisa usar o estadual para o time que ainda não existe.
A perspectiva santista é preocupante.
Além dos quatro ‘grandes’, Mirassol e Novorizontino fizeram excelentes trabalhos em 2024.
Mantiveram seus elencos fortes.
Mozart deixou o Mirassol, depois da classificação para a Série A.
Mas Eduardo Baptista que, outra vez, quase subiu o clube de Novo Horizonte, ficou.
Os dois clubes têm potencial financeiro e estrutura para surpreender e lutar pelo título.
O Palmeiras terá de se superar para ganhar seu sonhado tetracampeonato seguido.
E ganhar uma premiação milionária prometida pela nova patrocinadora máster.
Há plena consciência que o clube será a equipe que todos desejam bater.
O que dificulta igualar a façanha que só o extinto Paulistano conseguiu.
Ganhando 1916, 1917, 1918 e 1919.
Quem viver verá um dos Paulistas mais fortes de todos os tempos...
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