Tite escolhe o melhor amigo de Neymar como capitão. Daniel Alves
Pressionado, Tite tira a tarja de capitão de Neymar e a entrega a seu maior parceiro, Daniel Alves. Em 2022, o lateral terá 39 anos. Não chegará ao Qatar
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Tite estava encurralado.
Não só a imprensa nacional, os brasileiros questionavam, ridicularizavam a insistência do treinador em manter Neymar como capitão da Seleção Brasileira.
Até jornalistas do Exterior, principalmente espanhóis e franceses questionavam o técnico.
Neymar nunca foi líder.
Egocêntrico.
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Se preocupa demais com ele, com seus dribles.
Com os pênaltis e faltas que são de sua propriedade.
Sobre a maneira que vai jogar. não o time.
Com seus chiliques com os árbitros.
Em provocar adversários, perguntar quanto ganham.
Não foi capitão no Santos, no Barcelona e nem no PSG.
Mas técnicos da Seleção Brasileira fingiam não ver o quanto ele é egoísta e trataram de agradá-lo pisando na tradição, no respeito que merece a tarja de capitão do único país pentacampeão do mundo.
Desprezo desses treinadores a Bellini, Mauro, Carlos Alberto Torres, Dunga, Cafu.
Mesmo com a faixa no bíceps esquerdo, Neymar seguiu dando péssimos exemplos de comportamento. Não entendeu e não quis entender que capitão da Seleção é dentro e fora do campo.
Suas farras, a ostentação de quanto é rico, sua Ferrari, seu helicóptero, seu avião, seu iate, suas mansões, os parças que mantêm.
As ridículas simulações, as suspensões até mesmo quando não entrava em campo, as festas que não faltou, inclusive Carnaval, mesmo com as fraturas no quinto metatarso.
Nada disso combinava com o homem que deveria ser o exemplo na Seleção.
Tite já era massacrado pela absurda decisão de dizer que Neymar havia amadurecido depois do fracasso na Copa da Rússia. E deu a tarja de capitão a Neymar. A mesma que ele recusou depois da Olimpíada de 2016, reação por ter sido vaiado no começo da fraquíssima competição e criticado na televisão.
Por mais que dependa do futebol do jogador do PSG, Tite não teve como não agir depois que Neymar socou um torcedor na cerimônia da entrega dos prêmios da Copa da França.
Afinal, o técnico deixou de convocar Douglas Costa por uma cusparada em um adversário.
Não chamar Neymar para a Copa América seria pedir demais a um homem ameaçado de demissão, como Tite está.
O técnico o convocou e resolveu fazer uma péssima aposta. Tinha a certeza que a pressão para que tomasse a faixa de capitão do seu camisa 10 diminuiria na convocação. Errou feio, só piorou.
Ao fugir, de forma vergonhosa, de tocar no assunto, o treinador ficou ainda menor do que já está, depois do fraco desempenho na Copa da Rússia. E do péssimo futebol da Seleção depois do Mundial, onde a renovação é frustrante.
Tite defende grande parte do grupo fracassado em 2018 e que não terá força física para chegar em 2022.
Está claro que ele quer vencer a Copa América e sobreviver no cargo.
A falta de entusiasmo que a Seleção da CBF desperta é nítida.
Assim como a rejeição a Neymar.
E a decepção com a falta de atitude de Tite.
O treinador tinha de mostrar o mínimo de autoridade.
Viu que não havia saída.
E em uma conversa reservada avisou Neymar.
Com todo o cuidado para não despertar a ira do jogador.
Ele não será mais o capitão da Seleção Brasileira.
A faixa ficará com o veterano Daniel Alves.
Ele tem 36 anos.
Já mostra dificuldade em marcar e atacar.
E não chegará ao Mundial do Catar.
Por falta de força física, velocidade, explosão muscular aos 39 anos.
Mas agora tem fôlego para estar na Copa América.
Afinal, os adversários são fracas equipes sul-americanas.
Incluindo a Argentina e o Uruguai, em reformulação.
Daniel Alves já é o melhor amigo de Neymar na Seleção Brasileira.
Companheiro de festas, baladas.
Ele foi o jogador que abriu as portas para o jovem atacante no Barcelona. Como recompensa, foi exigência de Neymar no PSG, com salário maior que o lateral havia acertado com o Manchester City de Guardiola.
Vale destacar o que ele pensa do seu companheiro do PSG.
"O Neymar tem uma coisa hoje que causa a maior inveja nas pessoas.
É milionário, famoso, bonito."
O lateral teria a incumbência para centrar Neymar na Copa da Rússia. Jogaria como titular, se não tivesse de operar o joelho. Durante o Mundial, foi almoçar com a delegação e fez o que pôde para controlar o camisa 10 de Tite. Não deu tão certo.
Neymar ama Daniel Alves.
Daniel Alves ama Neymar.
O jogador do PSG entendeu a postura de Tite.
O treinador precisava mostrar o mínimo de autoridade.
Neymar, egocêntrico que é, sabe que será melhor para ele.
Ficará um pouquinho menos fora do foco.
Mas entende o que é óbvio.
A situação não é definitiva.
Pode ser vista como jogo de cena.
Porque Daniel Alves não chegará ao Qatar.
Não será titular.
E muito menos capitão da Seleção.
A tarja pode voltar para Neymar em 2022.
Agora, nesta Copa América, não havia como.
Depois de saber da notícia, dita com toda a educação, olho nos olhos e atenção que Tite dispensa a ele, o jogador não se magoou.
Tratou de pegar seu helicóptero particular e foi curtir a folga.
Voltou ontem à noite, também sozinho, no seu helicóptero.
Tite fez o certo.
Mas perdeu o timing.
Ficou claro que ele age muito diferente com Neymar do que com o resto dos jogadores deste país.
Ou o técnico daria satisfação antes de tirar a capitania de qualquer outro que socasse um torcedor?
O melhor amigo de Neymar é agora o capitão do Brasil.
O homem que não só o defendeu publicamente.
Conseguiu ir muito além.
Vale a pena repetir o que pensa do amigo.
"O Neymar tem uma coisa hoje que causa a maior inveja nas pessoas.
É milionário, famoso, bonito..."
Daniel foi a solução que o técnico encontrou.
Até para não magoar seu camisa 10.
Atitude correta e que corrige erro sem sentido.
Neymar não nasceu para ser capitão.
De nenhuma equipe que jogar.
Sua preocupação é com ele e não com o time.
Principalmente da Seleção Brasileira.
Ele nem sabe o que significa a tarja.
Nem quem foram Bellini, Mauro, Carlos Alberto.
Nem mesmo entendeu o que significaram Dunga ou Cafu.
A Neymar só importa o espelho...
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