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Cosme Rímoli - Blogs

Textor destruiu o melhor Botafogo de todos os tempos. Expôs o clube a vexames no Carioca e na Recopa. Esse é o lado ruim do clube ter dono

Depois da nona colocação e eliminação do fraquíssimo Carioca, o Botafogo perdeu ontem, de maneira vergonhosa, a disputa de Recopa Sul-Americana, título que seria inédito ao clube. Nova derrota por 2 a 0 para o Racing, em pleno Nilton Santos. Constrangedor

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"Não ligo para essas copas de marketing." Torcedores do Botafogo, frustrados, não concordam com o dono do clube Divulgação/Lyon

“Time sem-vergonha.... Time sem vergonha...”

“Ei, John Textor... Vá tomar no...”

O norte-americano, irritado, pega sua medalha de vice-campeão.

E a atira, com desprezo, para a torcida que o xingava.


Os coros dominavam o Nilton Santos, ontem à noite.

Gritos impensáveis em 8 de dezembro de 2024, quando o clube vencia, depois de 29 anos, o Brasileiro.


Depois de dominar a América do Sul, o Botafogo se impunha no país.

Mas muita coisa mudou em 79 dias.


John; Vitinho, Adryelson, Barboza e Alex Telles (Danilo); Marlon Freitas, Gregore e Almada (Júnior Santos); Savarino (Marçal), Luiz Henrique (Matheus Martins) e Igor Jesus (Allan).

Esse foi o time campeão da Libertadores da América.

No dia 30 de setembro de 2024.

John; Vitinho (Mateo Ponte), Jair, Barboza e Alex Telles; Gregore (Rwan), Marlon Freitas e Savarino (Newton); Artur (Jeffinho), Matheus Martins (Kayke Queiroz) e Igor Jesus.

A equipe que perdeu ontem a Recopa Sul-Americana, em pleno Nilton Santos.

O Botafogo dominante, intenso, assertivo, que foi montado com muita competência por Arthur Jorge, tirando o máximo de todos os atletas, principalmente das estrelas Almada e Luiz Henrique, não existe mais.

Os jogadores que entraram em campo, sob a orientação de Caçapa, foram presa fácil para o competitivo Racing, de Gustavo Costas. Os argentinos que derrotaram o Corinthians e o Cruzeiro, no caminho da conquista da Copa Sul-Americana, se sentiram em casa, no gramado sintético botafoguense. Repetiram o placar de 2 a 0, que haviam feito na Argentina, e vibraram, como deveria ser, com o título da Recopa Sul-Americana.

4 a 0 nos resultados somados, nas partidas de ida e volta, para os argentinos.

Com direito a apenas dois chutes à meta portenha, por parte do Botafogo.

Um na Argentina e outro no Brasil.

E cinco dias depois da vergonhosa eliminação do Campeonato Carioca, o Botafogo passou por outra situação vexatória.

Racing comemorou, em pleno Nilton Santos, o título da Recopa. Textor não gostou da festa dos argentinos e cobrou o time desentrosado de Caçapa Site Racing

O silêncio dolorido do Nilton Santos, com a perda do título, só foi quebrado com os gritos de ‘sem-vergonha’ e os palavrões dirigidos a John Textor.

“Eu não fico com medalhas de perdedores.

“Somos campeões da América do Sul até novembro de 2025.

“Somos os atuais campeões brasileiros até dezembro de 2025.

“A temporada começa agora.

Eu não ligo nem um pouco para essas copas de marketing.”

Essa é a palavra do dono do Botafogo desde 3 de março de 2022.

Ele comprou, por R$ 400 milhões, o direito de montar e desmontar os times a seu bel-prazer.

E colocar os treinadores que desejar.

As escolhas são absolutamente suas.

Foi assim que, justiça seja feita, mudou completamente o perfil do gigante Botafogo, que estava relegado ao terceiro plano no cenário nacional.

Os jogadores foram chegando aos poucos.

O bilionário norte-americano já movimentou R$ 500 milhões em atletas.

Ele não é um apaixonado botafoguense.

É um investidor que vê nos clubes de futebol uma maneira de ganhar muito dinheiro.

Criou uma holding, a Eagle Football, e que possui, além do gigante brasileiro, o Crystal Palace, da Inglaterra, o Lyon, da França, e o RWD Molenbeek, da Bélgica.

Sua maior contratação em 2025 não usa chuteiras e nem calção.

Está fechando com Ed Woodward, ex-vice-presidente e diretor-executivo do Manchester United.

Woodward vai colocar a Eagle Football na Bolsa de Valores de Nova York.

Ou seja, sua principal preocupação neste ano não é com o Botafogo.

Aliás, nunca foi.

O seu foco sempre esteve no Lyon, por estar no coração da Europa.

Para onde encaminhou Almada, por exemplo.

Renato Paiva acumula demissões do Bahia e do Toluca. Escolha decepcionante de Textor Felipe Oliveira/Bahia

Luiz Henrique só não foi porque o Zenit ofereceu R$ 216 milhões pelo atacante que Textor pagou R$ 106 milhões.

Não é para perder o foco em relação ao norte-americano.

Ele visa lucro e não títulos.

Textor deu vários vexames ontem, no Nilton Santos.

Primeiro quando foi vaiado e xingado pela torcida botafoguense, depois da perda da Recopa.

Ele fez que iria jogar o agasalho do clube no chão, mas se conteve.

Depois encarou os atletas, sem treinador efetivo, desentrosados, e os fez olharem para a torcida do Racing.

Disse que nunca mais queria festa de outros clubes no ‘seu estádio’.

Foi além ao jogar a medalha de vice-campeão para a torcida, com desprezo.

Tentou se justificar.

“Vamos ver a história de 2024. Fomos horríveis no Carioca. Lutamos pelo quinto lugar, enquanto lutava para montar o elenco e buscava um treinador. Soa familiar? Parece 2025. Se eu fiz do meu jeito e entregamos o melhor ano na história do clube, por que mudar? Uma coisa que aprendi é que mudamos o desespero da torcida por ganância. Nossos fãs, agora, esperam títulos. Eu peço para que pensem nisso.”

Depois, provocou outra desilusão, na escolha do novo treinador.

Após fracassar com Luiz Castro, André Jardine, Tite, Hernán Crespo, Roberto Mancini, ele adorou Paulo Fonseca, tanto que o contratou.

Mas para o Lyon.

Para o Botafogo, queria Vasco Matos.

Só que o português se mostrou ‘independente demais’, de acordo com a imprensa portuguesa.

E Textor contratou Renato Paiva.

“Se queremos jogar rápido, precisamos de jogadores que entendam suas posições e saibam onde seus companheiros estão. Assim você pode jogar de maneira esperta e rápida. É isso que gosto sobre este técnico. Também gosto que ele tenha passado muitos anos na base e, apesar das oportunidades que surgiram, não tenha subido. Precisamos construir aqui uma base de jovens que possa jogar no time principal, é assim que se monta um time sustentável.

“O técnico não só é muito qualificado, mas também conhece o Brasil. Gosto do que ele fez no Bahia, a maneira que ele os treinou. É o nome certo para o nosso projeto.”

Textor fez o famoso media training.

Ele sabe que muitos veículos publicam o que o personagem central fala.

Só que outros checam as palavras do entrevistado.

Renato Paiva foi demitido do Bahia após 18 jogos.

E do Toluca, após 44 partidas, em uma trajetória decepcionante.

O português de 54 anos trabalhou 16 anos na formação de jogadores.

E apenas cinco com profissionais.

Ganhou o Equatoriano, com o Del Valle, em 2021.

E o Baiano em 2023.

Textor levou 55 dias para escolher o substituto de Arthur Jorge.

O bilionário deixou claro que vai contratar novos jogadores para o Botafogo.

E Paiva que dê padrão, monte a equipe que irá disputar seu título mais importante da história.

O Super Mundial de Clubes, como atual campeão da Libertadores.

Se o Botafogo não vencer, não faz mal, de acordo com a filosofia de Textor.

O importante é valorizar atletas, para ganhar dinheiro.

É para isso que está no futebol.

Que ninguém mais se iluda com o americano.

Para ele, o objetivo do futebol não é título.

Mas lucro...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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