Sorteio da Libertadores preocupa, pelo racismo, o Palmeiras, contra o Cerro. São Paulo dá sorte. Corinthians terá de lutar na Sul-Americana
Sorteio trouxe confrontos ‘mornos’ para os clubes brasileiros na Libertadores. Flamengo e Botafogo não têm do que reclamar. Fortaleza é favorito à segunda vaga no seu grupo. O problema maior para o Palmeiras será a reação dos torcedores contra o Cerro Porteño. Por Luighi
Cosme Rímoli|Do R7

Leila Pereira havia demonstrado sua indignação não indo ao sorteio da Libertadores.
Não quis pisar na sede da Conmebol, em Luque, no Paraguai.
O motivo: não aceitou a leve punição ao Cerro Porteño, pelo ato de racismo contra Luighi, no confronto pela Libertadores sub-20.
Torcedores paraguaios imitaram macacos para ofender o brasileiro de 18 anos.
Ele chorou muito, humilhado.
Ela não se conformou com a multa de US$ 50 mil, R$ 286 mil, a ser paga para a própria Conmebol.
Portões fechados nas partidas restantes no torneio.
E mais medidas educativas nas redes sociais.
A presidente palmeirense jurou que iria à Fifa recorrer da leve punição.
A direção do Cerro Porteño achou um ‘exagero’ da cúpula do clube brasileiro.
E que esse tipo de ofensa é ‘comum’ no Paraguai, irritando ainda mais Leila.
Pois o destino foi irônico.
E colocou Palmeiras e Cerro Porteño cara a cara no sorteio de ontem, da Libertadores da América.
Se enfrentarão, além de Bolívar e Sporting Cristal, do Peru.
As torcidas organizadas do time brasileiro já avisam: haverá retaliação.
O tratamento dado ao atacante de 18 anos não foi esquecido.
A direção da Conmebol sabe disso.
E Palmeiras e Cerro Porteño, no Allianz Parque, terá um tratamento especial de segurança.
Assim como em Assunção, pelos torcedores paraguaios não aceitarem tanta reclamação.
Seguem não vendo como ato de racismo o que aconteceu no sub-20.
O Palmeiras tem tudo para se classificar como primeiro do grupo.
O rival paraguaio vive problemas financeiros.
E ocupa a quarta colocação no seu campeonato nacional.
E terá no Bolívar um adversário importante pela segunda vaga.
A altitude de 3.600 metros se junta a um trabalho de investimento no time andino.

O Sporting Cristal tem tradição, mas o clube peruano não tem força econômica para competir com os outros três adversários do grupo.
O São Paulo deu sorte.
Terá um grupo fácil.
Libertad, do Paraguai, Talleres, da Argentina, e Alianza Lima, do Peru.
O time de Zubeldía tem muito mais plantel e repertório que os demais.
O Talleres sofre com a reformulação no elenco.
E está apenas na 13ª colocação no Campeonato Argentino.
O Libertad é o líder do Campeonato Paraguaio.
Venceu a Supercopa do Paraguai, derrotando o Olimpia, por 2 a 1.
Montou uma equipe competitiva, mas com nível técnico discutível.
Sua principal estrela é Roque Santa Cruz, artilheiro com 43 anos.
O Alianza Lima também aposta em veteranos.
Paolo Guerrero, ex-Corinthians e Flamengo, 41 anos, e Hernán Barcos, ex-Palmeiras, formam a dupla de atacantes.
Outra vez, o dinheiro é o problema.
O clube peruano, que até lidera o seu campeonato nacional, teve de apelar para uma equipe envelhecida na Libertadores.
O São Paulo tem tudo para se impor.

O grupo da morte é justamente o que reúne dois brasileiros.
Internacional e Bahia lutarão por uma vaga, no grupo F.
Eles terão as companhias incômodas de Nacional, do Uruguai.
E do Atlético Nacional, colombiano.
Os dois são tradicionais e já venceram a Libertadores.
Contam com torcidas fanáticas.
Rogério Ceni e Roger Machado sabem da dificuldade.
A começar pelos dois duelos entre si.
É um grupo com direito a ‘erro zero’.

O Botafogo, atual campeão da Libertadores, sofre com sua própria reformulação, no grupo A.
Está difícil achar o rumo do excelente futebol de 2024, depois do desmanche no elenco.
O português Renato Paiva está montando uma nova equipe, com a pressão do sucesso no ano passado.
Só que o elenco é mais fraco.
As 16 saídas de jogadores foi um baque.
Maior ainda só a ida do excelente treinador Arthur Jorge para o Catar.
A missão do time carioca não deveria ser complicada.
Estudiantes, da Argentina, Universidad de Chile e o Carabobo, da Venezuela.
O time de Buenos Aires é apenas o quinto colocado no seu torneio nacional
Também o Universidad de Chile está com novo elenco.
Comandado pelo argentino Gustavo Álvares.
Mais um clube que tem problemas de caixa, não permitindo grandes investimentos.
Nem se classificou para a Libertadores em 2024.
Tem como sua maior estrela o veteraníssimo Charles Aránguiz, ex-Internacional
O Carabobo é uma equipe venezuelana fraca.
Com elenco limitadíssimo.
A base de seu time está em atletas jovens, sem grande vivência internacional.
E com fraco nível técnico.

O Flamengo terá a LDU como rival no grupo C.
O time de Filipe Luís, campeão da Copa do Brasil, da Supercopa e do Campeonato Carioca, mostra o melhor futebol do Brasil.
É favorito diante do enfraquecido time equatoriano.
A crise financeira se alastra pela América Latina.
O maior trunfo está na altitude de 2.850 metros de Quito.
Deportivo Táchira é o atual campeão venezuelano.
Mas tem elenco fraco, sem grande poder de competição, diante do clube brasileiro.
E o mesmo se aplica ao argentino Central Córdoba.
Jamais havia disputado a Libertadores.
Venceu a Copa da Argentina.
É o sétimo colocado no seu campeonato nacional.
Tem elenco fraco e é a grande surpresa desta Libertadores.
O Fortaleza se reforçou.
Mas terá de brigar pela vaga.
O sorteio foi ruim com Racing pela frente.
O atual campeão da Sul-Americana e Recopa tem elenco entrosado, competitivo.
Gustavo Costas sabe como comandar seus jogadores, que crescem em torneios internacionais.
O Colo-Colo, do Chile, sempre é um adversário complicado.
Principalmente atuando em Santiago.
Ficou repetitivo, mas também não tem condições financeiras em ordem.
Sua principal estrela é o veterano Arturo Vidal, de 37 anos.
O Atlético Bucaramanga, da Colômbia, se mostra com o elenco menos competitivo.
Não deverá preocupar o time do Ceará.
Sem estrelas ou grande potencial, tem tudo para ser o lanterna, o saco de pancadas do grupo E.

Já pela Sul-Americana, o Corinthians terá o América de Cali, o Huracán e o Racing, do Uruguai.
O time de Ramón Díaz tem de dar uma resposta, depois do vexame na Pré-Libertadores.
Os colombianos têm uma equipe competitiva, lutadora.
Sua maior estrela é Quinteros, ex-Porto e River Plate.
A torcida é fervorosa, tornando os confrontos em Cali muito complicados.
O Huracán ocupa a segunda colocação no Campeonato Argentino.
Montou nessa temporada uma equipe mesclada, de força física.
O destaque está no volante Cantillo, ex-Corinthians.
O Racing uruguaio tem elenco fraco e com potencial para ser o lanterna do grupo.
O time de Ramón Díaz é mais forte do que os demais, só que precisará de uma postura firme, ambiciosa.
Muito diferente da que adotou na Pré-Libertadores.
E custou a eliminação precoce...