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Cosme Rímoli - Blogs

Sheik define o presidente do Palmeiras. "É um doente mental"

Galiotte declara guerra à FPF. Proíbe time de receber troféu de vice. E de ir à festa do campeonato. Conselheiros querem o sub-23 no Paulista de 2019

Cosme Rímoli|Cosme Rímoli

Sheik não perdoou a postura do presidente do Palmeiras. "É um doente mental"
Sheik não perdoou a postura do presidente do Palmeiras. "É um doente mental"

"Ele é um doente mental de falar uma coisa dessa porque ele acaba desmerecendo todas as equipes que disputaram a competição, ele desmerece a Federação, aos atletas, funcionários de todas equipes.

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"O presidente do Palmeiras precisa ser tão grande quanto o clube."

Esta foi a resposta mais explícita, dura, às críticas do presidente do Palmeiras, Maurício Galiotte, após a conquista do bicampeonato do Corinthians, conquistado na arena palmeirense. Diante do seu maior público na sua história.

41.227 torcedores ficaram estarrecidos diante do pior cenário possível, perder um título para o maior rival, em casa, Mauricio Galiotte não suportou a humilhação. 


E decidiu extravar sua revolta ironicamente em um acerto da arbitragem. 

Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza marcou equivocadamente pênalti de Ralf em Dudu, aos 26 minutos do segundo tempo. O Palmeiras perdia o jogo por 1 a 0. Tinha a vantagem do empate. A arena verde vibrou. Assim como Galiotte, festejou muito no camarote. Mas, além dos protestos dos jogadores corintianos, o quarto árbitro Adriano de Assis Miranda, chamou Marcelo. 


Adriano estava no meio de campo. Os dois, mais os auxiliares conversaram muito, pressionados por jogadores dos dois times. A situação levou oito minutos. A TV Globo que transmitia a partida já havia garantido que não havia sido pênalti. Assim como todas as rádios. Marcelo voltou atrás e anulou a marcação de pênalti.

O jogo terminou 1 a 0 para o Corinthians e o Palmeiras perdeu o título na cobrança de pênaltis, por 4 a 3.


Vândalos arrancaram distintivo do Corinthians da sede da FPF
Vândalos arrancaram distintivo do Corinthians da sede da FPF

Os atletas palmeirenses e o técnico Roger estavam no gramado. Teriam de receber medalhas e o troféu de vices. E assistir ao Corinthians levantar a taça. 

Foi quando chegou uma ordem da diretoria. Todos estavam proibidos de dar entrevistas e teriam de ir para os vestiários. Sem tocar nas medalhas e muito menos na taça de vice.

Só Mauricio Galiotte falou. 

E mostrou todo seu rancor.

"Eu digo ao torcedor palmeirense: esqueçam esse campeonato. O Palmeiras é muito maior do que um Paulistinha. O Palmeiras é maior do que tudo isso. Vamos brigar por coisas grandes, nosso trabalho ainda vai muito longe.

"Temos um planejamento, temos objetivos, e não vamos ficar preocupados com uma situação que foi absolutamente vergonhosa. O que esse senhor fez aqui foi uma vergonha. Depois de marcar a penalidade, ele teve uma reunião dentro do campo e o pênalti foi simplesmente anulado. Uma vergonha.

"O que aconteceu aqui hoje é uma vergonha. Um exemplo muito ruim que o futebol brasileiro dá, de interferência externa. É uma vergonha. Uma vergonha! Um campeonato manchado, um campeonato estragado, jogado no lixo. Respeitamos o adversário, mas ninguém precisa passar por isso. Campeonato manchado!

"O Palmeiras está muito forte, tem todos os atributos de uma grande equipe, tem uma torcida apaixonada, um grande elenco, uma arena, uma condição financeira bastante equilibrada. O Palmeiras é muito maior do que isso que aconteceu hoje aqui. Não foi usada a regra. Houve interferência externa, ou alguém tem dúvida?"

Só que apesar da enorme revolta de Galiotte, não há prova alguma da interferência.

Reação imediata. Torcedores palmeirenses ao deixar o estádio a pé, descontaram seu ódio na sede da Federação Paulista de Futebol. Arrancaram o distintivo do Corinthians da fachada. Atiraram pedras, arrebentaram vidraças do primeiro andar. Dispararam rojões na garagem. E ainda vandalizaram um carro parado em frente à entidade. 

O clima bélico entre Palmeiras e Federação Paulista de Futebol seguirá.

Os jogadores palmeirenses foram proibidos por Galiotte de irem à festa da premiação, marcada para hoje à noite, no Espaço das Américas. Com certeza haveria atletas na seleção do campeonato. Além de Borja, artilheiro da competição. 

Os oito minutos para a anulação da marcação do pênalti revoltou Galiotte
Os oito minutos para a anulação da marcação do pênalti revoltou Galiotte

"O Maurício está chorando aí, mas é duro... Ele não pode reclamar. Eu o cumprimentei, tudo, faz parte. Não deixei dar volta olímpica por respeito ao Palmeiras e porque não tinha torcedor do Corinthians. Não pode falar que é Paulistinha. Até a semifinal era Paulistão. Aí é duro!", ironizou Andrés Sanchez. 

O dirigente evitou que o vexame ficasse maior. Se houvesse a tradicional volta olímpica, com os corintianos mostrando a taça do Campeonato Paulista só para os torcedores palmeirenses, por causa da exigência da polícia de 'torcida única', poderia haver atos de violência, tamanha a revolta da torcida.

Torcedores, após o jogo, passaram a cuspir e até jogar cestos de lixo de plástico em equipes de rádio que transmistiam a partida. Algumas delas foram colocadas no meio das arquibancadas.

A revolta de Galiotte pode ir além do que já fez contra a Federação e a festa do Corinthians pela conquista do Paulista. O presidente do clube ouviu inúmeros pedidos de conselheiros importantes do clube. Eles querem que no próximo ano, o Palmeiras dispute o campeonato com atletas sub-23. E faça uma pré-temporada muito maior. Priorizando a Libertadores de 2019, se o clube se classificar para a disputa, lógico.

A ideia de grande parte da diretoria palmeirense é dar o troco. Se vingar da Federação Paulista. A perda do título é atribuída não ao ótimo sistema defensivo corintiano e ao fraco futebol ofensivo palmeirense, facilmente anulado. Mas à uma não comprovada interfência externa, que avisou o inseguro árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza, que não houve pênalti de Ralf em Dudu.

O juiz deu sua versão na súmula do jogo.

"Informo que aos 33 minutos do 2º tempo da partida marquei uma penalidade a favor da equipe da S.E. Palmeiras. No momento da marcação os jogadores da equipe adversária questionam a marcação e pressionam para que a mesma seja modificada. Durante esse questionamento, o quarto árbitro, Sr. Adriano de Assis Miranda, me informa dizendo: 'canto'.

"Devido os jogadores falarem comigo, os atletas reservas de ambas equipes falarem simultaneamente com o quarto árbitro e também com o assistente 1, Sr. Anderson José de Moraes Coelho, bem como o barulho da torcida, eu não pude ouvir com clareza a informação do quarto árbitro."

"Após conseguir me aproximar do quarto árbitro, o mesmo me disse as seguintes palavras: 'Marcelo, para mim ele toca na bola, mas a decisão é sua'. Devido ao ângulo de visão do quarto árbitro ser lateral à jogada, e portanto melhor que o meu, acatei a sua informação e marquei o tiro de canto. Informo ainda que reiniciei a partida após sete minutos de paralisação por consequência da reclamação dos atletas de ambas as equipes"

"O Maurício está chorando, agora que perdeu. Na semifinal era Paulistão." Andrés
"O Maurício está chorando, agora que perdeu. Na semifinal era Paulistão." Andrés

A FPF publicou uma nota oficial no seu site no final da noite de ontem.

"O Departamento de Arbitragem da FPF trabalha diariamente pela excelência. O intuito sempre foi de que a arbitragem não interfira nos resultados das competições. E esse objetivo foi alcançado.

A decisão da arbitragem, de anular o pênalti que havia sido marcado equivocadamente, foi correta.

- O árbitro Marcelo Aparecido de Souza marcou a penalidade pela visão que tinha no momento do lance. Neste momento, o quarto árbitro Adriano Miranda o chama pelo rádio.

- Por conta do tumulto criado após a marcação, há uma demora na correção da decisão.

- Assim que os árbitros se reúnem, Miranda reafirma que o jogador Ralf tocou a bola antes.

- A decisão é corrigida e marca-se escanteio.

Por fim, a diretriz da arbitragem prevê que o árbitro, em todo lance com alta dificuldade, consulte toda sua equipe para, em conjunto, tomar as decisões corretas."

Mas a cúpula palmeirense não se comoveu.

Pelo contrário.

Segue revoltada.

Principalmente o presidente Mauricio Galiotte.

Ele pensa no que fará em 2019.

A ideia de colocar um time sub-23 no Paulista será analisada.

O impecilho é o dinheiro.

Em oito partidas em casa no estadual, o clube foi o de maior lucro.

R$ 14 milhões.

Fora, R$ 1,6 milhões ao vice.

Porque Galiotte não recusará esse dinheiro...

(O Palmeiras tem oito indicados para a Seleção do Campeonato Paulista. O goleiro Jailson, o lateral-direito Marcos Rocha, o zagueiro Antônio Carlos, o lateral-esquerdo Victor Luis, volante Felipe Melo, o meia Lucas Lima e os atacantes Dudu e Miguel Borja estão entre os melhores da competição, além do técnico Roger Machado.

Todos estão proibidos de ir para a premiação.

Por Mauricio Galiotte...)

(Aqui, a carta dos conselheiros pedindo a Maurício Galiotte que o Palmeiras dispute o Paulista de 2019 sem o time principal. Como o blog antecipou às 5h43 desta segunda-feira.

Palestra Itália, 09 de abril de 2018.

Ilmo. Sr.

Maurício Galiotte - M.D Presidente da Diretoria Executiva da Sociedade Esportiva Palmeiras.

Os conselheiros abaixo assinados vêm pelo presente, com indignação e revolta, solicitar o que se segue, considerando o inominável absurdo visto ontem em relação a arbitragem:

1. Que a Diretoria Executiva solicite a todos os conselheiros da Sociedade Esportiva Palmeiras que integram também o corpo de trabalho da Federação Paulista de Futebol que peçam demissão do cargo, até o final desta semana, ou que renunciem ao seu mandato no conselho do clube.

2. Que a SEP dispute o Campeonato Paulista de 2019 com uma equipe formada apenas por jovens atletas da nossa base.

3. Que o clube, através dos seus próprios recursos, filme as partidas na íntegra, com diversas câmeras e de vários ângulos, especialmente a equipe de arbitragem presente em nossos jogos, para que possa, assim, evitar que ocorra novamente interferência externa em nossos jogos, fato que, aliás, tem se tornado corriqueiro em prejuízo ao nosso clube.

4. Proíba que qualquer membro da arbitragem presente ontem na decisão do campeonato volte a trabalhar em qualquer jogo do Palmeiras, por qualquer campeonato, em qualquer tempo e que tal restrição se aplique também ao chefe de arbitragem Dionísio Roberto Domingues.

Antonio Carlos de Carvalho

Antonio Carlos Blanes

Carlos Alberto Pereira

Diego Zupo

Felipe Giocondo

Nello Rodolpho Filho

Marcos Antonio Gama

Jota Christianini

José Ezequiel

José Corona

Osimar Morais

Paulo Estevão

Sylvio Mukai

Vicente Criscio...)

O Corinthians ganhou R$ 5 milhões pelo bicampeonato na arena palmeirense
O Corinthians ganhou R$ 5 milhões pelo bicampeonato na arena palmeirense

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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