Shandong promete guerra com Roger Guedes. Pior para o Atlético
O atacante, que pede rescisão do clube chinês, terá uma batalha. O Shandong alega abandono e levará à questão até a Fifa. Atlético é o grande interessado
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
O departamento jurídico do Palmeiras buscou informações sobre Roger Guedes.
Não só pela possibilidade de recontratá-lo, o que é difícil.
Mas pelo acordo que fez com o Shandong Luneng.
Quando o vendeu, impôs uma multa de 3 milhões de euros, cerca de R$ 18,8 milhões, para o clube brasileiro que o contratasse por empréstimo ou mesmo o comprasse, antes do final de seu contrato, em julho de 2022.
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No final de 2018, ele vendeu o atacante, que estava emprestado ao Atlético Mineiro e foi artilheiro do Brasileiro, por 9,5 milhões de euros, R$ 59,7 milhões, ao clube chinês.
Roger Guedes deixou situações mal resolvidas no Palmeiras. Ele se indispôs com o líder do grupo. Felipe Melo.
O jogador tomou as dores do ex-treinador Eduardo Baptista, que teve problemas quando colocou o atacante na reserva. Houve até um trote violento que Roger Guedes teve de passar, com direito a ser amarrado no meio de campo, receber ovadas, e ser deixado, pelos companheiros, no meio do gramado.
O que foi divulgado é que Felipe Melo seria o autor intelectual do trote. Em seguida, no Uruguai, os dois discutiram. E o volante chegou a ameaçar e xingar o atacante diante das câmeras.
Desde então, o clima ficou insustentável ao atacante.
Ele foi emprestado no final do ano ao Atlético Mineiro.
Jogou tão bem que foi para a China.
Só que sua adaptação não foi o que ele e o clube esperavam.
A rigidez imposta pelo técnico Li Xiaopeng o atingiu em cheio.
Li Xiaopeng é um dos grandes ídolos da equipe chinesa.
Houve problemas por Roger Guedes também não aceitar bem ficar na reserva.
A tensão entre o dois chegou à diretoria.
De acordo com empresários que negociam atletas brasileiros com a China, ele não queria mais ficar no Shandong.
Mas os chineses só aceitavam vendê-lo pelo que pagaram, R$ 59,7 milhões.
O Atlético Mineiro tenta desde o ano passado contratá-lo por empréstimo.
Os chineses consultaram o Palmeiras, que avisou: iria exercer a cláusula que obrigava qualquer equipe brasileira a pagar R$ 18,8 milhões pelo empréstimo. Aliás, item incluído no contrato por Alexandre Mattos, quando trabalhava no Palestra Itália. Agora no Atlético, ele foi 'vítima' da própria esperteza.
Segundo os agentes que trabalham com a China, a versão do Shandong é que Roger Guedes abandonou o clube. Por isso está há mais de três meses sem receber. E procurou a Fifa para rescindir o contrato.
De acordo com eles, o Shandong não aceitará a rescisão. E processará o atacante por abandono. A promessa dos chineses é levar o caso até a Fifa e, se precisar, a Corte Arbitral do Esporte, na Suíça, última instância da Justiça esportiva.
O atacante só poderá voltar a jogar, por qualquer clube, que não seja o chinês, se o Shandong liberar sua documentação. Ou a Fifa autorizar.
O problema com Li Xiaopeng foi tão grave que o atacante não foi sequer inscrito no Campeonato Chinês. Ele não quer o jogador. Roger não teria aceitado ficar apenas treinando.
Ele recebia cerca de R$ 2 milhões mensais no Shandong.
Seus advogados entraram com o pedido de rescisão na Fifa.
Caso ele aconteça, o Atlético Mineiro é o maior interessado.
Roger Guedes também quer atuar na Cidade do Galo com Jorge Sampaoli.
Mas a situação está complicada.
De acordo com os empresários que negociam com o Oriente, os dirigentes chineses são muito mais radicais do que os japoneses, de maneira geral. Como os do Nagoya Grampus, que liberaram Jô, depois de um impasse parecido.
Com a enorme diferença que Guedes tem 23 anos e Jô, 33.
O Palmeiras segue de perto o imbróglio.
Porque se os chineses decidirem emprestar o atacante, para evitar a briga com a Fifa, a direção do clube paulista já avisou.
Vai exigir seus três milhões de euros.
Ou seja, a situação de Roger Guedes não está fácil.
Ao contrário do esperava a direção do Atlético...
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