Semifinal espetacular. E a Itália acaba com sonho espanhol
A semifinal entre italianos e espanhóis foi de tirar o fôlego. 1 a 1 durante dos 90 minutos. Empate sem gols na prorrogação. Nos cruéis pênaltis, Itália 4 a 2. Espera por Inglaterra ou Dinamarca
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Wembley tremeu.
Foi uma semifinal de Eurocopa espetacular, do mais alto nível.
Itália e Espanha deram uma aula de futebol moderno, intensidade, toque de bola, vibração, marcação sob pressão. Empataram em 1 a 1, nos noventa minutos. Na prorrogação, nenhum gol.
E tiveram de vir os cruéis pênaltis para decidir o finalista, que enfrentará Inglaterra ou Dinamarca.
Simón defendeu o pênalti mal cobrado de Locatelli. Olmo veio em seguida e bateu longe do gol, isolou a bola. Belotti bateu com convicção. 1 a 0, Itália. Moreno bateu alto e empatou. Bonucci deslocou Simón. 2 a 1. Thiago Alcântara deslocou o goleiro italiano, com um toque leve. 2 a 2.
Bernadeschi de uma pancada, 3 a 2, Itália. Morata quis bater fraco e Donnarumma defendeu.
Coube a Jorginho, brasileiro naturalizado italiano, cobrar.
E ele, com muita frieza, bateu com tranquilidade, arrumando o corpo como se fosse bater na direita, e tocou no canto esquerdo. Deixando travado, no meio do gol, Simón.
Itália 4 a 2.
Está na decisão da Eurocopa.
Os noventa primeiro minutos foram intensos, nervosos, com reviravoltas táticas. E absolutamente muita intensidade.
Roberto Mancini e Luis Enrique travaram uma batalha de xadrez, velha figura que se encaixa nesta semifinal da Eurocopa.
De maneira inversa à única final de Eurocopa entre essas duas gigantes do futebol mundial, há nove anos, tudo mudou. A Espanha era quem se desdobrava para travar o toque de bola italiano, que Mancini transformou em um time ofensivo.
Mas os espanhóis não queriam apenas marcar, mas explorar contragolpes articulados com troca de passes em velocidade, não meros lançamentos aos atacantes.
Tudo muito estudado, cerebral. Cada equipe atuava no 4-3-3 quando estava na posse de bola. E se transformavam na marcação, no 5-4-1.
Havia também muita pressão na saída de bola.
E aos poucos, os espanhóis tomaram o controle do jogo. E chegaram a 61% de posse de bola. Dominavam os favoritos italianos.
O segundo tempo começou com a Itália mais consciente. E aos 12 minutos, Donnarumma deu início a uma jogada mais do que ensaiada. O goleiro deixou a bola com Barella, ele logo buscou Insigne, que serviu Immobile. Com uma sincronia impressionante, serviu Chiesa, entre a zaga espanhola. Ele domina e bate sem chance de Simón. 1 a 0, Itália.
A Espanha tinha de ser mais ofensiva, mais objetiva. E Luis Enrique tratou de colocar o discutido Morata. E coube ao perseguido atacante empatar o jogo. Fez uma tabela com o excelento Olmo, recebeu na frente, deixando travada a defesa italiana. Bateu com convicção, sem chance para Donnarumma. 1 a 1, aos 34 minutos.
A partir do empate, as duas seleções trataram de reforçar seus sistemas defensivos.
Aceitara o desafio da prorrogação.
Nos 30 minutos a mais, o cansaço das temporadas seguidas, por conta da covid-19, veio à tona. Mas a Espanha foi muito melhor no primeiro tempo, com muito mais volume. Os jogadores de Luis Enrique demonstravam estar mais bem preparados fisicamente.
A Itália foi muito pressionada, mas conseguiu se salvar. No segundo tempo, os italianos apelaram para o coração e foram superiores. Mas também não conseguiram marcar.
A decisão para a final da Eurocopa 2021 ficou para os pênaltis.
Vovô trincado: Zé Roberto chega aos 47 esbanjando físico invejável
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.