São Paulo vai usar comparação com 'carniça' como motivação
Comissão Técnica quer usar humilhação. Pretende mexer com o brio do time para sobreviver. E Raí segue sonhando com Ganso
Cosme Rímoli|Cosme Rímoli
"O campeonato foi bom. Na pontuação geral, nós ficamos só atrás do Palmeiras e do Corinthians. Ficamos na frente do Santos e do São Paulo ainda. Demos azar de pegar o Palmeiras. Agora, no mata-mata, se a gente pega um São Paulo da vida, aí já era, é de igual para igual com aquelas carniça. Mas o Palmeiras é muito qualificado. O time é bom pra caramba."
Fazer da humilhação, motivação.
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Foi péssima a estreia de Diego Aguirre no São Paulo, na derrota para o São Caetano, com o time mostrando a mesma apatia, lentidão, falta de atitude, dos tempos de Dorival Júnior. O time precisa derrotar o mesmo adversário amanhã no Morumbi, para chegar à semifinal do Campeonato Paulista. Ou será a eliminação do torneio que era a prioridade de 2018, por ser o mais 'fácil', na visão do executivo de futebol, Raí, e do inseguro presidente Leco.
Raí já teve outra conversa franca com Leco. Deixou claro que Aguirre não iria fazer milagres e o problema do São Paulo está no elenco. Há muitos jogadores veteranos, sem poder físico de reação. E outros fracos. O time precisa de reforços. Gastar dinheiro para comprar atletas qualificados.
Não sonhando com títulos, conquistas, consagração. Mas para evitar a ameaça de rebaixamento para a Segunda Divisão. Porque a pressão da torcida, de conselheiros, do Conselho de Administração, está perto do insuportável.
Raí segue sonhando com um reforço de impacto para o Brasileiro. O nome que ele gostaria está difícil. Paulo Henrique Ganso. Ele já entrou em contato com a direção do Sevilla e com o stafe do jogador. O problema está no preço que os espanhóis pagaram pelo meia, 9,5 milhões de euros, cerca de R$ 38,5 milhões, em 2016. Sua passagem na Espanha é um fracasso. Mas tem contrato até 2021, com salário de R$ 1,5 milhão.
O time foi outra vez vaiado em São Caetano. E Diego Aguirre já ouviu os primeiros gritos de burro.
As organizadas já mandaram avisar que acabou a 'paciência'. E que exigem muito mais do que a vinda do lateral direito Régis, do São Bento.
E mais. Não vão aceitar a equipe eliminada do Paulista contra o São Caetano, em pleno Morumbi. A pressão nas arquibancadas será enorme amanhã.
Aguirre, Lugano, Raí, Ricardo Rocha e os jogadores souberam da declaração humilhante do zagueiro Anderson Salles, do Novorizontino. A comparação do São Paulo com 'carniça'. Pior é que na prática, Anderson Salles sabe o que diz.
Na segunda rodada do Paulista, o São Paulo recebeu o Novorizontino no Morumbi, foi uma partida de igual para igual. E terminou empatada em 0 a 0, com o clube de Raí escapando da derrota.
Evidente que os jogadores estão revoltados. Mesmo depois do pedido de desculpas do zagueiro. A humilhação ganhou as redes sociais, com o áudio do zagueiro sendo repetido por dezenas de milhares de internautas.
Pois a mensagem será repetida mais uma vez.
E pela Comissão Técnica.
Aguirre, Lugano, Raí e Ricardo Rocha querem que os jogadores fiquem com vergonha com a comparação. E transformem a humilhação em motivação amanhã, no Morumbi.
Está mais do que evidente que não há o menor respeito no mundo do futebol brasileiro atual ao grande São Paulo, tricampeão mundial e da Libertadores da América.
A promessa é que a reação começará amanhã.
E com Aguirre percebendo o óbvio.
É impossível exigir velocidade, agilidade, ritmo frenético do pesado Diego Souza como centroavante fixo. Tendo o lento Nenê e o desinteressado Cueva como responsáveis pela articulação do ataque. Marcos Guilherme começará o jogo. O treinador uruguaio também está decepcionado com Petros e Jucilei, donos da saída de bola mais devagar do futebol paulista. Os laterais Militão e Júnior Tavares também estão na mira. Assim como o inseguro, intranquilo e imaturo Jean.
O São Paulo vai tentar mostrar amanhã, que não é nenhuma 'carniça'...
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