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Cosme Rímoli - Blogs

São Paulo desperdiça liderança. Só 1 a 1 com os reservas do Flamengo

O time de Cuca mostrou muita ansiedade, tensão. E desperdiçou dois pontos preciosos. Abel poupou o time para a Libertadores. Mesmo assim, 1 a 1

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

A violenta entrada de Thuler em Pato. Merecia expulsão. Atacante deixou o jogo
A violenta entrada de Thuler em Pato. Merecia expulsão. Atacante deixou o jogo

São Paulo, Brasil

O São Paulo perdeu uma grande chance de seguir liderando o Brasileiro. Abel Braga, preocupado com a possível demissão se perder quarta-feira para o Peñarol, decidiu colocar equipe mista no Morumbi.

Mesmo assim, o time de Cuca não conseguiu se impor e apenas empatou com os suplentes do do Flamengo por 1 a 1.

De nada adiantaram 21 chutes a gol contra oito do time carioca. O nervosismo atrapalhou muito o São Paulo. Assim como o afunilamento das jogadas. Faltaram investidas pelas laterais do campo.


Mas aos 26 minutos do primeiro tempo houve um lance importante. A bola foi levantada na intermediária, Alexandre Pato subiu para cabecear. Estava de costas para a zaga carioca. Ele foi atingido violentamente na nuca pelo antebraço de Thuler, que merecia o cartão vermelho e recebeu apenas o amarelo.

Ricardo Marques Ribeiro errou feio.


Pato caiu. Ainda tentou voltar, deu um chute a gol e não conseguiu seguir o jogo, sentindo dores e tontura. Acabou indo para um hospital ser examinado. Fez tomografia e ela mostrou que não houve maiores danos. 

Tem uma pequena lesão na região cervical e terá de usar um colar por alguns dias. Talvez não enfrente o Fortaleza, no próximo domingo, no Ceará.


Sem ele, o São Paulo perdeu a referência ofensiva. E foi um sacrifício conseguir empatar o jogo. Saiu atrás, com um gol de Berrio, aos sete minutos do primeiro tempo. E só aos 37 minutos do segundo, Tchê Tchê pegou o rebote de César na cabeçada de Hernanes, e marcou.

Em uma análise fria, o resultado foi péssimo para o São Paulo, que não jogou bem, mostrou muita tensão, ansiedade.

Já para Abel Braga foi revigorante.

Dá mais força dentro da Gávea.

E ânimo para o confronto decisivo no Uruguai pela Libertadores.

Lincoln foi um dos reservas do Flamengo com boa atuação no Morumbi
Lincoln foi um dos reservas do Flamengo com boa atuação no Morumbi

Cuca, sempre muito vivido, fez questão de valorizar o empate. E teve a ousadia de dizer que preferia enfrentar os titulares do Flamengo.

"Jogo ruim de jogar contra um time "resrerva", cheio de vontade, passando a responsabilidade. Fizemos um jogo muito bom. Reclamo apenas do resultado, que não veio. Se acaba 1 a 0 era uma dor muito maior do que essa. E ao mesmo tempo o consolo por ter empatado.

O Flamengo marcou muito atrás da linha e tivemos que tocar a bola, desenhar a jogada, perdemos gols, o goleiro pegou, e aos 39 empatamos. Poderíamos ter ganhado com uma bola que passou pertinho da trave, do Tchê Tchê, outra que o Everton fez a escolha errada do passe. Poderíamos ter virado um jogo complicado.

Sinceramente, preferia ter enfrentado os titulares do Flamengo."

Abel Braga estava mais preocupado com a partida de quarta-feira contra o Peñarol do que o empate de hoje.

"Entramos com três volantes que diminuem muito bem, mas Ronaldo chega na frente, Hugo também. Procuramos sair com os laterais. A preocupação era a movimentação do São Paulo. Tínhamos que botar três jogadores do lado do campo. O São Paulo desgasta, é um grande time. Sair daqui (do Morumbi) como um empate não é mal", dizia, aliviado.

Os 38.749 pagantes que proporcionaram uma renda de R$ 1.988.361,00 se emocionaram. Não como esperava a maioria deles. Mas se irritaram com o domínio de bola do São Paulo, mas com a afobação do time ao chegar perto da área dos reservas do Flamengo.

Abel Braga, pensando na sobrevivência do Flamengo na Libertadores e na sua, na Gávea, tratou de poupar os seus melhores jogadores para o Uruguai.

E não teve o menor constrangimento em montar seu time com três volantes, marcando atrás da linha da bola. Deixando o veloz Berrio e o promissor Lincoln mais à frente.

Cuca montou seu time para atacar. Apostou em três zagueiros, Walce, Bruno Alves e Anderson Martins. Para liberar Hudson pela direita e Reinaldo pela esquerda. Liziero e Tchê Tchê para saída de bola em velocidade. Anthony aberto na direita e Toró na direita.

Pato tinha duas missões. 

A de se revezar pelo lado e pelo meio do ataque do São Paulo, com Toró.

O São Paulo se mostrou muito afoito.

Sentiu a falta do cérebro de um meia.

No Flamengo, Diego voltava a jogar bem.

Foi o ponto de equilíbrio nos contragolpes, quem encontrava Berrio e Lincoln na frente.

O São Paulo tentou sufocar. Mas foi o Flamengo quem saiu na frente.

Aos sete minutos, Berrio colocou Hugo Moura livre, diante de Tiago Volpi. O toque foi por cima do goleiro, não entraria, mas o colombiano empurrou para as redes: 1 a 0.

Se com o 0 a 0, o São Paulo estava tenso, perdendo ficou ainda mais. Abel Braga poderia se aproveitar do desequilíbrio paulista, mas faltou ambição.

Aos 26 minutos, o time perdia Pato. Everton entrou no seu lugar.

Cuca, aos 40 minutos ainda do primeiro tempo, viu que poderia ser mais ousado. Tirou o zagueiro Anderson Martins e colocou Hernanes. Importantes neurônios a mais nas intermediárias.

No segundo tempo, Abel Braga recuou ainda mais o Flamengo. De forma precoce. Chamou o São Paulo para sua intermediária. O que se viu foi um sufoco. Mas nem Hernanes conseguia organizar o time no último terço do campo.

O time forçava chutes e cruzamentos.

Só que os reservas do Flamengo foram cansando.

A bola tanto rondou a área que, aos 37 minutos não houve jeito. Helinho deu excelente cruzamento para a cabeçada forte de Hernanes. César fez excelente defesa, mas a bola sobrou para Tchê Tchê. O versátil jogador tocou do pé direito para o esquerdo e estufou as redes cariocas. 1 a 1.

Tchê Tchê teve a tranquilidade para empatar o jogo para o São Paulo
Tchê Tchê teve a tranquilidade para empatar o jogo para o São Paulo

O resultado premiou a insistência, mas castigou a falta de serenidade dos jogadores do São Paulo para vencer a partida, cuja vitória seria obrigatória.

Afinal, o adversário era o time reserva do Flamengo.

1 a 1 e perda da liderança do Brasileiro...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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