São Paulo, Brasil
"Eu tenho o respaldo da diretoria."
Essa foi o escudo de Vagner Mancini ao ter de explicar a derrota do Corinthians, em plena Neo Química Arena, contra o Peñarol, por 2 a 0, ontem.
Resultado que ameaça de forma real a sequência do clube na Copa Sul-Americana.
A queda já tem um preço claro: o clube deixaria de lutar por mais R$ 31,9 milhões.
A eliminação na fase de grupos da competição premia o clube com 900 mil dólares, cerca de R$ 4,8 milhões. São 300 mil dólares por jogo em casa.
O time de Mancini empatou em 0 a 0 com o River Plate, lanterna do Campeonato Paraguaio. E perdeu para o Penãrol, na Neoquímica Arena, por 2 a 0.
Na Sul-Americana, apenas o líder de cada grupo se classifica. O Corinthians tem um ponto em dois jogos, enquanto o Peñarol tem seis. E o River Plate, quatro. O Sport Huancayo do Peru é o laterna, com duas derrotas.
Mancini foi contratado o ano passado, em outubro de 2020, para salvar o clube que estava seriamente ameaçado do rebaixamento no Brasileiro.
Conseguiu.
E teve a promessa de reforços em 2021.
O dinheiro não chegou e ele segue com um elenco limitado, que segue jogando futebol instável, não passa confiança.
O presidente Duílio Monteiro Alves pediu paciência aos torcedores organizados, a quem recebe, com frequência, no Parque São Jorge.
Mas ouviu dos comandantes das principais organizadas que não há mais confiança em Mancini.
O Corinthians está jogando muito mal.
Mancini se mostra preso a atletas de renome, e de grande liderança no elenco, mas que estão muito mal.
O maior exemplo é Jô.
Aos 34 anos, ele segue sem mobilidade, sem auxiliar efetivamente o time.
A pressão pela demissão sumária de Mancini nunca esteve tão alta.
O clássico de domingo, contra o São Paulo, pode ter um grande peso na sobrevivência do treinador.
Ele, a princípio, planejava colocar o time B, o que venceu o Santos, contra o São Paulo.
A partida está marcada para este domingo, em Itaquera.
Mancini sabe o alto potencial da rivalidade.
O time de Hernán Crespo vem de oito vitórias consecutivas.
Derrotá-lo seria até questão de sobrevivência, ganhar sossego para seguir trabalhando.
Outro resultado negativo em casa poderia ser perigoso, inflamável.
Mancini está abalado.
Tem a desculpa que o time está bem no Paulista, vai jogar classificado antecipadamente para as quartas de final do Estadual.
Mas ele foi jogador, dirigente e hoje é técnico.
Sabe muito bem o peso do clássico, para os dois lados.
E que seu trabalho já é questionado.
Independente de não ter recebido os sonhados reforços, por conta da crise financeira corintiana.
Por outro lado, a diretoria sabe que não há como sonhar com Renato Gaúcho, Felipão, mesmo Fábio Carille, que deve voltar do mundo árabe em maio.
Mancini recebe R$ 280 mil mensais.
Salário considerado baixo para um clube com a dimensão do Corinthians.
O treinador aceitou como investimento na carreira.
E tinha a certeza que, com o novo acordo entre o clube e a Caixa Econômica Federal sobre o pagamento do estádio, em 2021, haveria mais dinheiro para reforços.
Só que o acordo envolve a volta do público nos estádios.
O clube em vez de pagar 100% da bilheteria para pagar por sua arena, passará a bancar 70%. 30% ficará ao clube.
Só que a pandemia não permite ainda a volta dos torcedores.
Esse é o impasse que atormenta Mancini.
E os dirigentes.
A situação está complicada.
A vitória contra o São Paulo se tornou obrigatória...
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