Rogério Ceni expulso. Ele diz ser vítima de 'sacanagem'. E juiz garante que ele chamou arbitragem de 'caseira'
Ao voltar para comandar o São Paulo, em outubro do ano passado, Ceni sabia que lutaria contra a apatia e o silêncio do time. E, desde então, ele mudou seu comportamento no banco. Cobra e reclama de 'tudo e de todos'
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
"Fui até o delegado, pedi que gostaria de, no fim do jogo, justificar na súmula que quem provocou o cartão foi ele.
"No momento de o delegado falar, ele veio e me expulsou.
"Não ofendi, não xinguei, eu saí da área técnica para gritar com o médico.
"O cara fez uma puta sacanagem."
Rogério Ceni estava transtornado após sua expulsão hoje, no empate em 1 a 1, contra o Bragantino. O alvo de sua ira era o quarto árbitro Salim Fendez Chaves, que teria provocado o seu cartão amarelo,que antecedeu o vermelho.
O árbitro Bruno Arleu de Araújo não poupou o técnico do São Paulo.
Na súmula deixou encaminhada até uma suspensão.
"(Rogério Ceni foi expulso) Por sair deliberadamente de sua área técnica, discordando e protestando com gestos na direção do 4º árbitro, sr. Salim Fende Chaves, proferindo as seguintes palavras: "Arbitragem caseira!".
"Informo ainda que, após a expulsão, o mesmo (Rogério Ceni) ficou rodeando o 4º árbitro, ocasionando um tumulto, oferecendo resistência para sair do campo de jogo e somente se retirando após auxílio de integrantes de sua Comissão Técnica."
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Rogério Ceni mudou seu estilo no banco de reservas.
Está muito mais agitado no São Paulo do que nunca foi.
Em todas as partidas, desde que voltou ao Morumbi, em outubro de 2021.
Ele decidiu enfrentar uma velha reinvidicação da diretoria, de conselheiros, da torcida e, principalmente, da imprensa: enfrentar a apatia, que se tornou companheira dos times formados pelo São Paulo nos últimos anos.
Este foi seu diagnóstico depois de um mês de trabalho, em novembro.
"É um time mais calado. Jovens calados. Mais velhos que não têm como característica serem jogadores eloquentes. Um time quieto. Estamos tentando desenvolver isso nos jogadores, que falem antes e durante a partida. Quanto mais cantado o jogo for, menos energia você gasta e mais bem posicionado está. É um time calado", decretava.
Daí, Ceni ter uma participação muito mais efetiva nos jogos.
Como na partida em Bragança.
"Calleri saiu machucado, não pode entrar por trás do gol, eu estava gritando com o médico para levar ele pra lateral pra gente não ficar com um jogador a menos. Eu saí da área técnica, é verdade. Voltei pra área técnica, ele veio provocando, já querendo o enfrentamento para dar o cartão."
Rogério Ceni tem conseguido que seus atletas vibrem e falem muito em campo.
Só que ele está irritadiço.
Desde que começou o Brasileiro, na goleada que seu time conseguiu contra o Athletico Paranaense, e na derrota diante do Flamengo, não escondia seus questionamentos com a arbitragem.
Em Bragança, as câmeras o mostravam várias vezes questionando decisões de Bruno Arleu de Araújo.
Sua expulsão somada ao detalhamento na súmula do árbitro devem ocasionar uma suspensão.
E Ceni, mais do que ninguém, sabe o quanto o São Paulo precisa dele no banco de reservas.
Ele tem de repensar sua postura...
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